Manejo de machos reprodutores para melhor desempenho
ENTENDER A FISIOLOGIA DOS MACHOS AJUDA A ENTENDER AS MELHORES ESTRATÉGIAS DE MANEJO
A fase de recria de machos reprodutores é de extrema importância para atingir bons resultados de eclosão. E a palavra-chave para este período é uniformidade, baseado em procedimentos e resultados Cobb. Ela é estratégica porque é quando se desenvolve o trato reprodutivo. Então, um bom trabalho de manejo neste momento tem impacto positivo ao longo de toda a vida produtiva do animal de maneira que, se houver algum desvio nesta fase, o animal não terá um bom desempenho e essa queda de resultado perdurará por toda a vida da ave.
É por isso que as primeiras 10 semanas são tão importantes, já que elas definem o número de células de Sertoli do galo. Quanto maior este número, maior a capacidade de produção de espermatozoides e o potencial fertilizante do macho. Nesta fase, as atenções devem estar direcionadas em atingir uma boa uniformidade e seguir as orientações do manual, pois, se os machos não chegam preparados da recria, a fase de produção não conseguirá recuperar as perdas, levando a atrasos de desenvolvimento ou até mesmo chegar em uma condição irreversível.
A fisiologia dos machos ajuda a entender melhor este quadro. Para começar, podemos explicar que ela se divide em três fases principais.
- Nas primeiras 10 semanas acontece a proliferação celular, que é quando o testículo se desenvolve em quantidade de células. Nesta fase, as células de Sertoli e de Leydig se multiplicam e aumentam de quantidade. Isso vale tanto para as células de suporte nutricional e estrutural, quanto para as células germinativas, que vão produzir os espermatozoides. É neste momento, em que o macho reprodutor ganha em quantidade, é quando se determina seu potencial de produção espermática.
- A segunda fase, que vai da décima semana até a fase de transferência, é de diferenciação e maturação dessas células que se multiplicaram nas primeiras semanas. As células de suporte perdem o poder de se proliferar. Então, elas vão aumentar de tamanho e em complexidade para dar suporte nutricional, estrutural e hormonal para o início da espermatogênese.
- E a terceira fase, que vai da transferência até a maturidade sexual, é de aumento de estímulo luminoso, que será percebido pelo cérebro, momento em que ele enviará sinais hormonais para o testículo para a produção de maior quantidade de testosterona, estimular o processo final da espermatogênese e a formação dos primeiros espermatozoides. Este é o processo que determina a maturidade sexual.
Considerando ainda que o processo de monta nas aves é extremamente mecânico, vale ressaltar a importância de o macho ser esguio. O peito deve ter forma de V, com mais carne na parte superior, perto das asas. E não pode ter escore elevado, deve ser de 2,5 a 3,0. Então, entre as características desejáveis de um bom reprodutor, podemos destacar:
- bom desenvolvimento e boa coloração de crista e barbela;
- bom desenvolvimento e boa coloração da região cloacal e pericloacal;
- conformação de peito entre 2,5 e 3,0 de escore;
- ausência de defeitos musculoesqueléticos, como artrite, pododermatite e deformidades ósseas, entre outras.
A primeira consequência de uma queda da qualidade seminal é uma queda de eclosão, pois o número de penetrações no oócito necessárias para que ocorra um correto desenvolvimento embrionário inicial é significativamente maior do que a quantidade de penetrações mínimas para que ocorra a fertilização. Mas, podemos contornar os efeitos da idade sobre a performance reprodutiva com alternativas como controle de peso e escore de peito, uso de aditivos fitoterápicos, suplementação de antioxidantes, como vitaminas, ácidos graxos e aminoácidos, entre outros, além de manejo de spiking e inseminação artificial.
- Manejo
Podemos dizer que uniformidade, na fase de recria, é a palavra-chave. Os melhores resultados que tivemos vieram de um bom arranque de uniformidade. E, nessa linha, entregar um macho reprodutor com o peito em formato de V e escore de 2,5 a 3,0 são alguns dos desafios mais importantes do manejo de machos. Assim, mais uma vez, uniformidade. Ela é o caminho para atingir este objetivo.
A quantidade de alimento dessas aves também é um fator importante. Precisamos controlar o ganho de peso na recria, manter estímulos para machos grandes na 12ª semana, além de atenção com manejos como fleshing e trabalhar para ter uma boa uniformidade. Desta maneira, o momento mais desafiador na condução do lote é o período entre a 13ª e a 20ª semana, já que a puberdade é a fase que exige mais cuidados e é onde os desvios podem ser mais frequentes.
Nesta fase, é importante o criador trabalhar com avaliação de peito. É necessário sempre pegar o macho para ver como está o peito, trabalhando com o escore já mencionado de 2,5 a 3,0. Outro ponto que pode impactar o desenvolvimento destes animais é uma boa recepção. As aves devem estar bem distribuídas, não podem estar amontoadas. É importante ter um programa de abertura de cercado. Um desvio na recepção, que é o início, pode influenciar negativamente os resultados porque é aqui que está o nosso arranque. Um fator de atenção especial é o estresse das aves na fase de formação testicular. Se ele ocorre entre a 13ª e a 28ª semanas pode causar um completo apagão na função reprodutora.
Para a fase de produção, temos de estar atentos para ver se o macho não está roubando alimento da fêmea. Também é importante ajustar o espaço de comedouro conforme a idade, ajustar a altura do comedouro, a distribuição de ração, o controle de peso para não haver ganho exagerado e ter controle de peito.
- Oito semanas
- 12 a 16 semanas
- Produção
- Spiking e intra-spiking