Mapa reforça que vacinação não faz parte da estratégia de prevenção e controle da Influenza Aviária no Brasil
“No cenário epidemiológico atual, a vacinação não é uma estratégia de prevenção e controle da Influenza Aviária, na visão do Mapa”. O recado foi dado ao público do Congresso de Ovos da APA (Associação Paulista de Avicultura), no último dia 14/3, pela Auditora Fiscal Federal, Dra Daniela de Queiroz Baptista, que é Chefe da Divisão de Gestão de Planos de Vigilância do DSA (Departamento de Saúde Animal).
Daniela mencionou a Instrução Normativa 32, de 2002, que determina que, no caso de um foco de Influenza Aviária (em granja comercial), a vacinação só pode ser realizada mediante autorização pelo DSA, após a comprovação da doença, avaliação do risco e análise da situação epidemiológica.
A mensagem não deixou de vir acompanhada pela observação de que isso não significa que o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) não esteja atento à questão do possível uso de uma vacina. “Nós temos mecanismos para a utilização de vacina, caso seja considerada a necessidade de vacinação”, salientou.
- A representante do Mapa se referiu ao Decreto no 5053, de abril de 2004, que dá ao Ministério a prerrogativa de solicitar a importação de produtos veterinários para atendimento aos programas oficiais. “Isso quer dizer que o Ministério pode, a qualquer momento, solicitar a importação de vacinas, caso seja necessário, mesmo que elas não estejam registradas aqui (no Brasil)”, explicou.
A Chefe da Divisão de Gestão de Planos de Vigilância do DSA informou que, no caso de o Brasil vir a adotar a vacinação, a preferência será pela estratégias DIVA (Differentiating Infected from Vaccinated Animals), que possibilita a diferenciação entre animais vacinados e infectados a campo.
- Impactos da Vacinação
Segundo Daniela, o Mapa participa de discussões sobre estratégias de vigilância e prevenção a Influenza Aviária em diferentes fóruns internacionais, como o PANAFTOSA (Centro Pan-Americano de Febre Aftosa e Saúde Pública Veterinária, da OPAS) e o CVP (Comitê Veterinário Permanente do Cone Sul). Ela também mencionou que o Ministério possui um levantamento dos fabricantes e tipos de vacina.
“É importante entender que a vacina não exclui o sacrifício sanitário de aves, por infecção do vírus de campo, ainda que vacinadas”, alertou Daniela. “E ela leva ao monitoramento dos lotes vacinados para garantir a ausência do vírus de campo nessas aves, o que envolve custos de PCR, além pressão de mutação e diversificação viral”, completou.
Ainda sobre os impactos da adoção de vacina, a representante do Mapa mencionou o fechamento de mercados externos à carne de frango e ovos brasileiros. Segundo ela, das renegociações de certificados sanitários já realizadas até o momento pelo Mapa, 33 restringem o uso da vacina contra Influenza Aviária.
- Vigilância e Contingência
A auditora fiscal destacou que o Plano de Vigilância de Influenza Aviária é fundamentado em vigilância passiva (invgestigação de casos suspeitos) e vigilância ativa (investigação de mortalidade excepcional) em aves silvestres, avicultura industrial, aves de subsistência, áreas de maior risco de introdução da enfermidade e compartimentos livres de Influenza Aviária.
O Plano de Contingência do Mapa também foi revisado, segundo Daniela, que ressaltou que a Instrução Normativa no 56, de 2007, determina que cada granja tenha um plano de contingência.
“A nossa situação mudou e vocês precisam estar preparados para caso a gente tenha focos”, salientou Daniela. “É importante que vocês saibam como lidar com o foco, caso ele ocorra na sua granja”, alertou.
Fonte: aviNewsBrasil