O nicho de mercado de ovos oriundos de galinhas criadas livres de gaiola apresenta demanda significativa e em expansão, uma vez que os consumidores têm se tornado mais preocupados quanto ao bem-estar animal.
Alternativo ao convencional, o sistema cage-free ou livre de gaiola permite que as aves tenham acesso a ninhos e experienciem comportamentos intrínsecos à espécie, como ciscar e empoleirar-se.
Ademais, elevada atenção deve ser dada quanto às questões sanitárias, ambientais e econômicas. Embora seja uma tendência, ainda não há uma consolidação quanto às exigências nutricionais das aves nos modos alternativos de criação.
Entre os custos de produção no setor avícola, se sabe que a alimentação participa com, aproximadamente, 75% e que a energia e a proteína são as parcelas mais representativas desses custos.
Diante destes questionamentos, um estudo foi desenvolvido na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga/SP, sob a coordenação da Prof. Dra. Cristiane Araújo do Departamento de Nutrição e Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.
Para tanto, 540 poedeiras comerciais (Hy-Line Brown) foram alojadas em boxes medindo 3,8m², contendo 6 aves/m², estando de acordo com Welfare Quality, além da presença de poleiros e ninhos como enriquecimento ambiental (Figura 1) e submetidas a diferentes níveis de proteína bruta na dieta (14 a 18%).
A fim de identificar qual nível proposto atendeu às necessidades das poedeiras, foram avaliados os dados de desempenho zootécnico dos animais (o percentual de produção de ovos, consumo de ração, peso e massa dos ovos e conversão alimentar por dúzia e massa de ovos).
Entretanto, o percentual de produção de ovos e o consumo de ração diferiram significativamente (p<0,05).
Vale salientar que, com 14% de PB, o consumo de ração médio foi menor e, embora o maior percentual produtivo tenha sido obtido com 16% de PB, ambos não diferiram significativamente mediante os fatores avaliados.