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O que está por trás dos RECORDES do OVO no BRASIL

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Em 2018, os brasileiros bateram recorde de consumo per capita de ovos. Cada brasileiro consumiu 212 ovos durante o ano passado, levando o país a uma marca histórica.

Outra marca importante para o setor brasileiro, que em 2018 produziu 44,49 bilhões de unidades de ovos, refere-se aos números das exportações do produto. Enquanto em 2017 o Brasil exportou 6,045 mil toneladas de ovos, no ano passado o volume passou a 10,899 mil toneladas, ou seja, um expressivo crescimento de 80,3%.

Em termos de receitas geradas com as exportações de ovos, o crescimento foi ainda mais expressivo. Enquanto de janeiro a novembro de 2017, o país gerou uma receita de US$ 7,49 milhões, no mesmo período de 2018, essa receita passou a US$15,12 milhões, ou seja, um crescimento de 101%. Por trás desses recordes existe uma mobilização, que envolve atores importantes, que planejam e desenvolvem ações estratégicas para fortalecer esse mercado. O Instituto Ovos Brasil é um deles.

Entidade sem fins lucrativos, o Instituto Ovos Brasil foi fundado em 2007 com a missão de expandir o conhecimento sobre o ovo, enquanto alimento saudável, de alto valor nutricional e seguro para consumidores de todas as idades e classes sociais.

A entidade é composta por pessoas físicas e jurídicas, ligadas direta ou indiretamente às atividades do sistema agroindustrial do ovo e conta com a representação das principais regiões brasileiras produtoras de ovos.

A aviNews Brasil conversou com o presidente do Conselho Diretor do Instituto Ovos Brasil, Ricardo Santin, que também é Diretor Executivo da ABPA. Ele comenta sobre os desafios que o setor enfrenta no mercado doméstico e também o trabalho que tem sido desenvolvido em parceria com a APEX-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para ampliar o avanço do produto brasileiro no mercado exterior.

Veja o que nos conta Ricardo Santin!

 

Desde 1987, quando o IBGE começou a fazer os levantamentos sobre a produção anual de ovos no Brasil, os números nunca pararam de crescer. Pelo contrário, a cada ano, o país bate um novo recorde em relação à sua produção interna. Esse crescimento na produção está equilibrado com a velocidade do crescimento do consumo?

Agora está porque a gente tem visto um consumo mais forte, sem o excesso de produção. Embora nós tenhamos, nos últimos 12 meses, um pouco de excesso de oferta pelo que vemos nas notícias sobre o mercado, está equilibrado porque as pessoas começaram a comer mais ovo mesmo.

O ovo foi absolvido da imagem de vilão da alimentação, passa a ser quase que um remédio.

Então, as pessoas hoje consomem ovo porque acreditam que é uma proteína boa, a um preço razoável e porque acreditam nos benefícios do consumo do ovo como fonte de proteína, de alimento e de saúde. Aí, agora, quando você tem uma produção mais elevada, também assiste a um aumento das exportações, que cresceram 80% e começam a fazer um perfil melhor dessa produção.

 Já há algum tempo a avicultura de postura vem atravessando momentos difíceis, devido aos altos preços dos insumos utilizados na formulação de ração e à força do recuo das cotações dos ovos comerciais. Pode-se dizer que o setor vive uma montanha russa econômica?

Em alguns pontos sim. Nós tivemos, nos últimos quatro a cinco anos, um período de bonança para o setor, quando o custo de produção e o aumento de consumo estavam vindo equilibrados com a oferta de produtos e o setor conseguiu rentabilizar. Mas aí é importante saber que o setor de ovos tem uma renda que é muito menor do que o de frango, suíno e boi.

Então, quando você tem um aumento de custos, esse setor sente muito mais. Agora, para 2019, a gente vai ter uma diminuição do custo de produção para qualquer uma das proteínas com boa oferta de milho e farelo de soja. Então, de fato, a gente teve uma montanha russa algumas vezes, mas felizmente nos últimos três anos o setor estava na parte mais alta dessa montanha russa.

Desde outubro, novembro do ano passado, começou a descer um pouco, mas a gente entende que agora o setor começa a se recuperar através de campanhas de conscientização do consumo, para criar uma oportunidade de escoamento desse eventual excedente que pode ter no mercado.

 Segundo dados do setor, o número de poedeiras alojadas de janeiro a setembro de 2018 é cerca de 12% superior ao de 2017, estando em cerca de 87 milhões de poedeiras alojadas. O setor já tem planejado o escoamento da produção que será gerada por esse efetivo de poedeiras?

 A ABPA não pode, por força de compliance e em acordo com o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), falar em preço de mercado, mas eu posso ler o que é veiculado pela imprensa. O fato de estar havendo aumento de oferta, o setor está planejando, mas o povo come. A única coisa que complica um pouco isso é o preço baixo, mas a população está comendo a quantidade de ovos que está sendo ofertada.

O que se tem que fazer como uma forma de regular é aumentar a exportação porque daí você tem o consumo equilibrado entre mercado interno e o mercado externo

 

Os ovos são uma solução alimentar completa, que ajuda no desenvolvimento cerebral saudável de crianças pequenas e melhora os níveis de concentração na escola.

 A conquista de mercados internacionais certamente é uma saída para o setor, porém, a percepção geral é de que a expertise para a exportação de ovos ainda está muito concentrada no Brasil. O setor tem algum plano de médio ou longo prazo para superar essa barreira?

 Nós temos um trabalho, que é o Brazilian Egg, que está dentro do projeto setorial da avicultura de postura, junto com a APEX. Há um incentivo da APEX para aumentar as exportações.

Nós temos feito os exportadores de ovos participarem das feiras, junto com os exportadores de frango e de suíno. Ou seja, quem vai à procura de aves, de suíno, encontra também os ovos. E às vezes é até uma questão de oportunidade. Antes não se tinha conhecimento de que o Brasil vendia ovo, agora passa-se a saber disso.

Então, a gente está fazendo uma campanha, um trabalho para que todos possam exportar. Inclusive produtores que não tinham esse hábito estão começando a ser incentivados a aderir ao projeto Brazilian Egg.

E é fácil exportar, o que precisa é ter regularidade de exportação, como os grandes exportadores já têm. Mas nós estamos sim com o projeto de incentivar a exportação de ovos porque há espaço no mundo para comprar o ovo brasileiro.

Essencial para os ossos, músculos, cartilagens, pele e sangue, a proteína do ovo ajuda a reparar o tecido corporal à medida que o ser humano envelhece.

Quais tendências do mercado de consumo orientam a avicultura de postura brasileira hoje?

Primeiro, a tendência é de crescimento do consumo. Nós temos hoje cada vez mais a consolidação do ovo como uma proteína positiva, boa, saudável e que faz bem para todo mundo e em todas as idades. Agora, em relação aos nichos de mercado, temos espaço para consumo de free range, cage-free, orgânico. Isto tudo depende do consumidor.

Quem manda no consumo é o consumidor, não são nem ong’s (organizações não governamentais) e nem supermercados. O consumidor leva para casa aquilo que ele quer e paga o que ele quer pagar dentro do seu preço de reserva. E é isso que tem que ser.

Nós não podemos basear a nossa produção no fato de uma ong, que tenha uma boa penetração nos meios de comunicação, dizer que agora só se tem que comer determinado tipo de produto.

Não. O ovo é uma proteína essencial para o crescimento das crianças, inclusive as que têm baixo poder aquisitivo. Então, eu não posso alijar essa população por conta de uma parcela que quer um produto especializado.

Quem quer um produto especial, que pague e o terá. Agora, a tendência do consumo será manter, ainda, a produção industrial do ovo, como a gente tem, para poder dar alimento para a população.

 

Quais os planos do Instituto Ovos Brasil para 2019?

 

A gente vai continuar com as campanhas que o Conselho colocou, com atletas, com gestantes, idosos, crianças, fazendo uma Semana do Ovo cada vez maior e fazendo ações de mídia no Brasil inteiro.

Estamos saindo com algumas campanhas na televisão para incentivar mais ainda o consumo do ovo, já que não há nenhum mito mais. Então, a gente tem que trabalhar o aumento do consumo, inclusive de hábitos diferenciados.

 

 

 

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Comam ovo! É bom e faz bem!

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