Presidente da O.A RS (Organização Avícola do RS) apresentou dados técnicos e institucionais do Programa Ovos RS e defendeu valorização da cadeia produtiva durante painel de marketing e comunicação.
Responsável pela abertura da sessão “As forças a favor da indústria e produção de ovos”, realizada no último dia da programação da Conbrasul 2025, o presidente executivo da O.A RS José Eduardo dos Santos, apresentou um panorama completo das ações e resultados do Programa Ovos RS, iniciativa criada em 2013 e mantida pela Asgav e pelo Sipargs. A palestra teve como título “Ações e desafios na promoção do consumo de ovos”.
Segundo o dirigente, o programa surgiu a partir de uma demanda dos próprios produtores do estado. “Precisamos criar um programa de marketing para incentivar o consumo de ovos”, relatou.
De acordo com ele, a proposta foi imediatamente aceita, mas com uma condição: “Claro que é possível, lógico que é possível, mas temos que criar um módulo técnico também para avançarmos e nos aperfeiçoarmos ainda mais nas práticas de produção.”
Durante a apresentação, José Eduardo destacou que, ao longo dos 12 anos do programa, foram realizadas:
- 164 auditorias técnicas,
- 11 capacitações anuais e
- 115 palestras voltadas a produtores e profissionais da cadeia produtiva de ovos no Rio Grande do Sul.
Segundo ele, essas ações foram conduzidas por uma equipe de auditores coordenada pela médica veterinária Carolina Freitas e por estudantes de graduação e pós-graduação da área. O presidente da O.A RS também mencionou parcerias firmadas com universidades, instituições e empresas como Senar, Universidade Federal de Santa Maria, MSD Saúde Animal e Instituto de Alimentos, voltadas tanto ao apoio técnico quanto à geração de dados, desenvolvimento de sistemas e controle de resíduos.
“Vejam bem a magnitude que esse programa tomou”, afirmou. José Eduardo destacou ainda a criação de uma certificadora para sistemas alternativos de produção de ovos.
“Foi um trabalho feito em 2020 com representantes da Embrapa e apoio da World Animal Protection. Desenvolvemos uma certificadora que já fez um projeto-piloto. O organismo certificador é totalmente independente da associação. É o SENAI que desenvolveu toda a parte de auditoria desse programa.”
Ao abordar as campanhas de marketing realizadas, ele citou mais de 25 ações voltadas ao público consumidor, desde iniciativas promocionais até doações de ovos a instituições assistenciais. “A proteína, o alimento, hoje chega a milhares de crianças, idosos, pessoas com necessidade e entidades assistenciais.”
Durante a palestra, José Eduardo reforçou que os custos do programa são sustentados por produtores e empresas parceiras. “Nós temos produtores e parceiros que ajudam com recursos justamente para a gente poder produzir esse material, colocar um anúncio em jornal, que hoje custa R$50 mil.”
Em tom crítico, ele abordou a incompreensão da sociedade diante dos custos envolvidos na produção de ovos. “A galinha põe o ovo e ele já surge no espaço de imagem da embalagem? Não é assim. Tem todo um sistema, tem todo um envolvimento, tem todo um investimento, e tem tecnologia por trás.”
O dirigente também comentou o avanço no consumo médio de ovos. Segundo ele, o Rio Grande do Sul já atingiu 300 ovos per capita por ano. “Na média, no Brasil, são 269 ovos, e no México, segundo a doutora Caroline Freitas, 392 ovos por cápita ao ano.”
Ao final da palestra, José Eduardo convidou a chef Juliana Corrêa, mediadora da sessão, a desenvolver uma receita especial com o tema “ovos e biosseguridade”. “Já que nós temos aqui uma chef de fuzilho, eu vou fazer um desafio pra ela… Uma receita especial que dê uma conotação a ovos e biosseguridade, que são as palavras mais faladas aqui.”
O painel de marketing e comunicação teve sequência com apresentações de Edival Veras (Instituto Ovos Brasil), Valeria Trento Cabrera (Contém Ovo) e Marília Rangel (MSD Saúde Animal). A mediação foi conduzida pela chef Juliana Corrêa.
Confira a cobertura jornalística da aviNews Brasil na Conbrasul Ovos 2025