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A Força da Avicultura Paranaense

Escrito por: Priscila Beck
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O estado do Paraná é o maior produtor e exportador de carne de frango do Brasil, o que não é pouca coisa quando falamos do país que é o terceiro maior produtor e o maior exportador mundial de carne de frango.

Em 2019, o Paraná foi responsável por cerca de 40% das exportações brasileiras de carne de frango, o que correspondeu a 1,58 milhão de toneladas, e 37,23% da soma das receitas, chegando a US$ 2,56 bilhões. Esses dados são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia).

Informações do Departamento de Economia Rural apontam que a avicultura paranaense concentra 20% do VBP (Valor Bruto da Produção) do Estado, o que equivale a 1/5 de tudo o que é gerado de riqueza no PR.

De forma direta, o setor emprega 68 mil pessoas e, indiretamente, cerca de 1 milhão de outros postos de trabalho são gerados, segundo apontam dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Estamos falando de 37 abatedouros em funcionamento e 19.969 granjas de frango de corte em operação, além de oito incubatórios independentes. A avicultura já é a atividade mais importante em muitos municípios paranaenses, principalmente na região Norte, tendo forte presença também nas regiões Oeste e Sudoeste, onde divide peso com a suinocultura.

Por trás dessa indústria tão forte e promissora está a organização do setor, que há 28 anos é representado pelo Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná). Hoje a entidade agrega 45 abatedouros e incubatórios paranaenses, o que significa 93,13% das indústrias avícolas paranaenses.

Após 18 anos à frente dos trabalhos do Sindiavipar, o advogado Domingos Martins decidiu passar o bastão e o setor elegeu em 28 de julho, por unanimidade, uma nova diretoria liderada, na Presidência, por Irineo da Costa Rodrigues, que é diretor executivo da Lar Cooperativa Agroindustrial; e na Vice-presidência, por José Antônio Ribas Junior, que é diretor da Seara Alimentos e presidente da Associação Catarinense de Avicultura.

Irineo da Costa Rodrigues

Irineo é engenheiro agrônomo, atuou na chefia regional da Acarpa, atual Emater-PR (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural). Foi presidente da Sudcoop (atual Frimesa), diretor na Confepar AgroIndustrial, na Credifronteiras – Sicredi Medianeira e na Cotrefal da Coodetec.

Além da presidência da Lar Cooperativa, preside também a Cotriguaçu e é membro do Conselho Diretivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e do Conselho de Administração da Gazin. Para Irineo, o setor avícola é muito importante para o Paraná que, por sua vez, representa muito no Brasil em termos de avicultura.

Desafios

Entre os principais desafios hoje postos à avicultura paranaense, Irineo Rodrigues destaca a questão logística.

Segundo ele, a ferrovia na região Oeste do Paraná é muito deficiente e, para chegar ao Porto de Paranaguá, os produtos que são enviados para exportação precisam percorrer cerca de mil quilômetros de rodovias em caminhões.

A questão logística interfere ainda em um outro problema que afeta a avicultura paranaense e de todo o sul do País, que é o alto custo dos grãos utilizados para a alimentação animal, notadamente o milho.

Reforma Tributária

A Reforma Tributária é um outro aspecto destacado pelo novo presidente do Sindiavipar. Especificamente, no que se refere ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias) que afeta os estados que precisam buscar grãos, principalmente milho, no Centro Oeste do país.

“Nesse ponto, além dos custos com o frete vem o ICMS, gerando um crédito que não se consegue utilizar”, destaca Irineo. “Então, a reforma tributária é urgente para o setor também”, completa.

O executivo defende que a criação de linhas de crédito aos pequenos abatedouros para a aquisição de grãos em épocas de altas nos preços seria uma importante iniciativa para o setor.

Autocontrole

A valorização do autocontrole na inspeção oficial de frangos é outro desafio a ser vencido pelo setor, segundo Irineo, em âmbito nacional. O presidente do Sindiavipar explica que, atualmente, apenas Brasil, Argentina e Uruguai mantém a inspeção oficial antes e após a linha de abate.

“A Inspeção Federal é reconhecida, muito competente e é parceira da avicultura brasileira”, salienta Irineo. “Mas é notório que o Brasil vai aumentar a produção da avicultura e da suinocultura, sendo que o país não terá como manter um quadro à altura da expansão da área frigorífica do país”, completa.

Sanidade e Imagem

Blindar o país contra a Influenza Aviária e a Peste Suína Africana deve continuar ocupando grande espaço entre as preocupações de todo o setor brasileiro, segundo Irineo.

“Nós estamos, de certa forma blindados a partir da parceria do setor produtivo com o Serviço Público, que faz um trabalho excelente”, salienta o presidente do Sindiavipar. “Mas deve continuar sendo uma preocupação para não vermos nossos rebanhos atingidos por essas enfermidades”, completa.

Outra causa a ser abraçada conjuntamente pelo setor, segundo Irineo, é a defesa da imagem do agronegócio brasileiro.

“Nós devemos nos somar, associações estaduais e ABPA, para criar uma agenda comum de cooperação e ter essa bandeira de defesa dos mercados de interesse do nosso país”, salienta. “A nossa agricultura não é construída sobre a depredação”, conclui.

A dedicação do setor ao enfrentamento à COVID-19 deverá refletir de forma positiva na imagem do setor de proteína animal, segundo o empresário. Ele destaca que apenas no Paraná, a indústria avícola investiu aproximadamente, já nos meses iniciais da pandemia, R$100 milhões para proteger seus colaboradores, além do fato de ter gerado mais empregos e ter mantido o mercado abastecido com alimentos.

“É uma cadeia produtiva muito complexa, então foi preciso que todo mundo se desdobrasse para o enfrentamento dessa pandemia”, ressalta. “Nunca se debateu tanto a respeito dos frigoríficos, da produção de alimentos e isso possibilitou passar à opinião pública que o Brasil, mais que uma plataforma importante de produção de alimentos para o mundo, é uma plataforma de produção de alimentos seguros e de qualidade”, conclui.

Nova Diretoria

Em seu primeiro mês de trabalho, a nova diretoria do Sindiavipar cumpriu uma agenda de visitas a órgãos governamentais e instituições empresariais que têm relação direta com o setor avícola. Nos primeiros 25 dias de trabalho, nove visitas oficiais foram realizadas, entre as quais está um encontro com o governador do estado, Carlos Massa Ratinho Junior.

De acordo com o presidente do Sindiavipar, as primeiras movimentações de trabalho com os principais atores da economia paranaense visam uma prioridade que será a marca registrada da nova gestão: fomentar a atividade avícola, gerar aproximação com os associados e defender os interesses de toda a cadeia produtiva que integra o setor avícola.

Junto com Irineo e José Ribas, assumem a nova diretoria do Sindiavipar, Rafael Santos como Secretário e Roberto Kaefer exercendo o cargo de Tesoureiro. O Conselho Fiscal Efetivo será constituído por Alfredo Lang, Gerson Muller e Adroaldo Paludo, sendo os novos suplentes do Conselho, Dilvo Grolli, Valter Pitol, Sidnei Donizete Bottazzari, Ciliomar Tortola, Ricardo Chapla, Hugo Leonardo Bongiorno e Fabio Stumpf.

 

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