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Peito amadeirado em frangos de corte, porque ocorre e como uma fitase pode ajudar nesta incidência?

Escrito por: Alexandre Barbosa de Brito - Médico Veterinário, PhD em Nutrição Animal na AB Vista
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AB VISTA Qualidade de Carne

Frangos de corte desempenham um papel fundamental no volume de carne produzido em todo o mundo, além de apoiar a sustentabilidade de vários setores agropecuários em diversos países.

Na verdade, a carne de frango é considerada como uma das fontes de alimentos mais eficientes e com alta qualidade nutricional e organoléptica, além de ser uma fonte acessível e sem tabus religiosos para o consumo.

No entanto, a miopatia descrita como Peito Amadeirado (PA) está afetando significativamente os frangos de corte modernos e está impondo um fardo econômico à indústria avícola em todo o mundo, devido a degradação e condenação no processamento, bem como rejeição do mercado consumidor.

A incidência de PA aumentou de uma média de 5% em 2012 a 29% em 2015, sendo relatado ocorrências de até 50% em algumas situações (Abasht et al., 2016).

Assim inicia-se um excelente trabalho publicado em 2020 pela equipe de investigadores da Universidade de Arkansas nos Estados Unidos (Greene et al., 2020).

O objetivo desta publicação foi de descrever, com propriedade, a etiologia envolvendo a ocorrência da miopatia de PA, bem como o papel de uso de uma fitase de última geração em doses elevadas na redução desta ocorrência.

Em um estudo anterior, realizado pela mesma equipe de investigadores (Greene et al., 2019), foi evidenciado que:

A gênese de PA tem a ver com a hipóxia tecidual e a ativação de seus mediadores upstream, tais como: (AKT/PI3K/mTOR).

De forma resumida, a proteína quinase B (PKB ou AKT), fosfatidil inositol-4,5-bisfosfato-3-quinase (PI3K) e Rapamicina (mTOR):

São metabólitos que desempenham função importante na incidência do PA, pois possuem uma associação forte a quadros de hipoxia tecidual. Desta forma sua avaliação resulta um indicativo claro da base metabólica que gerará este miopatia.

Ainda neste trabalho de 2019, os autores trabalharam com aves do mesmo grupo teste (alta incidência de PA), porém que consumiram de 0, 500, 1000 e 2000 FTU/kg da fitase Quantum Blue na dieta.

Sendo evidenciado que o consumo desta fitase ajudou na redução de escores severos de PA.

De acordo com os autores, as dietas enriquecidas com Quantum Blue reduziram a severidade do PA em 5% em comparação com as dietas sem uso deste aditivo.

De acordo com os autores, esse efeito é mediado pela reversão do perfil de expressão de genes relacionados à homeostase do oxigênio; isto é:

Regulação negativa significativa dos mediadores upstream e

 

Regulação positiva de outros biomarcadores benéficos para a elevação da saturação de oxigênio na hemoglobina, tais como: biomarcador da expressão subunidade RHO de hemoglobina (HBBR) e o biomarcador da expressão subunidade α1 de hemoglobina (HBA1).

Voltando a destacar a publicação de 2020, os autores procuraram:

Obter mais informações para identificar as principais assinaturas de metabólitos e

Delinear as funções biológicas destes biomarcadores, além de

Comparar o perfil de metabólitos de tecidos afetados e não afetados por escores moderados (MOD) e graves (SEV) de PA com e sem fitase nas dietas.

Para isso os autores utilizam uma técnica de cromatografia líquida de ultra-alto desempenho e espectrometria de massa de alta resolução (UHPLC-HRMS), para avaliação de análises de metabolômica.

FUNÇÕES DE DESORDEM

De forma geral, as principais funções de desordem identificadas foram:

lesão e anormalidades esqueléticas e musculares, além de

desordens do tecido conjuntivo nos músculos e

doenças inflamatórias.

 

Os tecidos do peito de aves, alimentadas com alta dose (2.000 FTU/kg) de fitase Quantum Blue, exibiram 22 metabólitos com níveis significantes (P<0,05) em comparação com o grupo de controle.

Destes, 9 eram diferencialmente abundantes entre os músculos afetados por PA e os não afetados (Figura 01).

Estas alterações resultaram em uma redução importante na incidência de PA quando a fitase foi utilizada em doses iguais ou superiores a 1.000 FTU/kg (Figura 02).

Os autores concluem que marcadores associados a padrões de oxigenação tecidual gerados pelas técnicas de UHPLC-HRMS podem ser uma ferramenta robusta para a identificação definitiva da ocorrência de PA.

Além disso, que o uso de aditivos que reduzem a esterificação do anel de fitato pode ajudar na presença de oxigênio tecidual.

Em avaliações a campo realizadas em clientes no Brasil, podemos observar que o uso de Quantum Blue gera potencial de redução de escores severos de PA na ordem de 25 a 50%, dependendo da estrutura de alojamento, e do perfil da dieta adotada.

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