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Pesquisa pode ajudar no desenvolvimento do peito em aves de corte

Escrito por: Priscila Beck
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A associação entre variações em número de cópias de grandes segmentos de DNA (Copy Number Variation – CNV), com características do músculo do peito de aves de corte foi demonstrada em um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq – USP). Segundo a autora do trabalho, Thaís Fernanda Godoy, o entendimento dessa relação com foco em uma das partes mais importantes da carcaça do animal, pode auxiliar o melhoramento genético das aves no futuro.

Ao Jornal da USP, a pesquisadora explicou que o trabalho considerou a importância das variações no DNA e como elas podem alterar o fenótipo de diferentes espécies, com o objetivo de identificar CNV’s no genoma da galinha.

“Estudos realizados em frangos, além de identificarem estas variantes, também as associaram a algumas características como fenótipo da crista de ervilha, hiperpigmentação dérmica (coloração preta da pele), plumagem marrom-escuro e atraso no desenvolvimento de penas”, relatou Thaís ao Jornal da USP. “Também há associação com a doença de Marek, que tem uma grande importância econômica na avicultura industrial”, completou.

Segundo ela, buscando caracterizar ainda o papel das variações herdadas ou novas, o estudo apurou que entre as CNV’s herdadas identificadas na população de frango de corte, três foram significativamente associadas à característica de peso do peito. Outras 24 CNV’s foram associadas à característica de carne de peito e seis à característica de filé de peito.

Outra destas CNV’s foi significativamente associada a todas as características analisadas e foi identificada sobreposta a um total de 26 genes codificadores de proteínas, dentre eles o gene MYL1 (Myosin Light Chain 1), que é expresso nas fibras rápidas do músculo esquelético.

Para Thaís, A melhor compreensão da provável relação entre CNVs e o desenvolvimento do músculo de peito pode futuramente auxiliar no melhoramento genético de frangos de corte – Foto: Gerhard Waller/Esalq

“O estudo aprimora o conhecimento sobre CNV’s no genoma da galinha, especialmente sobre a distribuição das CNV’s herdadas e das novas”, explicou Thaís. “Além disso, foi o primeiro estudo de associação de CNV’s com características do músculo do peito, que é a parte mais importante parte da carcaça em frangos de corte”, completa Thaís.

A pesquisa é descrita em tese de doutorado desenvolvida dentro do Programa de Ciência Animal e Pastagens, no Laboratório de Biotecnologia Animal da Esalq, sob a orientação do professor Luiz Lehmann Coutinho, do Departamento de Zootecnia. Como objeto de estudo, foram utilizados animais de populações experimentais da Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia (Santa Catarina), com colaboração da pesquisadora Mônica Corrêa Ledur.

O trabalho contou ainda com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e parte da pesquisa foi desenvolvida na Universidade de Wageningen, na Holanda, a partir de aporte da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Na Holanda, Thaís teve orientação dos pesquisadores Martien Groenen e Richard Crooijmans.

Com informações do Jornal da USP

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