O PIB do Agronegócio brasileiro apresentou leve alta de 0,12% em julho de 2019, puxado pelas elevações observadas no ramo pecuário. Esse crescimento mensal manteve positivo o resultado anual do PIB do agronegócio, em 0,64%.
A informação é resultado do levantamento realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e com a Fealq (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz).
Conforme aponta a equipe Exportação Agro/Cepea, o volume embarcado pelo agronegócio aumentou no primeiro semestre de 2019 (frente ao mesmo semestre de 2018), sendo que as carnes (bovina, suína e de aves) foram determinantes para esse resultado.
Somado ao avanço dos preços, o volume produzido pelo ramo pecuário também manteve expansão no período, com crescimentos tanto dentro da porteira quanto na agroindústria. O levantamento aponta que o ramo pecuário cresceu 2,30% em julho e 7,04% nos 7 primeiros meses do ano.
Tais altas refletem expansão em todos os segmentos da pecuária: insumos (0,25% e 3,44%), primário (1,13% e 10,96%), agroindústria (2,81% e 4,84%) e agrosserviços (3,24% e 6,00%), em julho e no acumulado de janeiro a julho, respectivamente.
Embora o segmento primário da pecuária também siga pressionado por elevados custos de produção, a alta dos preços dos seus produtos, aliado a um maior volume de produção, têm garantido expansão de 10,96% nos primeiros 7 meses do ano, e 1,13% em julho.
O segmento apresenta aumento nos preços principalmente de suínos, frango e leite. O aquecimento da demanda com reflexo nos preços, derivam principalmente da crescente demanda chinesa por proteína animal, no contexto da Peste Suína Africana.
Para o segmento primário da pecuária, esperam-se aumentos nos faturamentos de todas atividades acompanhadas, como se observa na Figura 3.
Mercado de Aves
Quanto ao mercado de aves para corte, o crescimento no faturamento (+21,89%) é reflexo do aumento significativo nos preços reais, de 23,17% na comparação entre janeiro a julho de 2019 frente ao mesmo período de 2018, enquanto a projeção de produção para o ano apresenta redução de 1,04%.
Segundo a equipe Frango/Cepea, a forte alta das cotações do frango se deve ao bom desempenho das exportações e à demanda aquecida, especialmente do mercado externo em decorrência dos casos de PSA, como na suinocultura. Já o crescimento esperado do faturamento da produção de ovos é de 5,57%, conduzido pela variação positiva da quantidade (+7,27%), apesar da variação negativa nos preços (-1,59%).
Ramo Agrícola
Quanto ao ramo agrícola, a redução do PIB de janeiro a julho reflete o decréscimo verificado no segmento primário. Segundo pesquisadores do Cepea, a renda média da agricultura tem sido pressionada pela queda de preços de produtos importantes (como algodão, café, mandioca e soja) e pela elevação dos custos de produção.
Por outro lado, o aumento esperado do volume produzido pela agricultura para a média das culturas acompanhadas, em conjunto com elevações importantes de preços de alguns produtos – como batata, feijão e tomate –, atuou de forma a amenizar a queda registrada no PIB do segmento. Pela ótica do volume produzido, as maiores safras de algodão e de milho são destaques em crescimento.