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Alta de insumos estabelece “Novo Normal” de preços das carnes

Escrito por: Priscila Beck
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“Esse aumento de preços não veio somente para essa época de final de ano, mas como uma consequência estrutural de aumento de custos dos insumos”.

Com essa colocação, o presidente executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin, explicou que a alta nos preços do milho e da soja reflete numa mudança de patamar para os preços da carne de frango e suína no Brasil, o que ele classificou como o “Novo Normal” dessas proteínas.

Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), entre janeiro de 2019 a novembro de 2020, o preço do farelo de soja aumentou, em média, 100% e o do milho 123%. Considerando que os custos com alimentação animal representam 70% dos custos de produção de aves, produzir aves no Brasil ficou 33,36% mais caro em 2020, segundo dados da Embrapa Suínos e Aves.

A perspectiva de mudança de patamar de preços das proteínas vem acompanhada de previsões, para 2021, de um crescimento entre:

As perspectivas de crescimento, tanto para a produção, como exportação da carne de frango brasileira, são mais positivas, quando comparadas às perspectivas  dos Estados Unidos, China e Europa. Enquanto o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) prevê um crescimento de 3,3% para a produção brasileira de carne de frango, as projeções para Estados Unidos e China são, respectivamente, de 1% e 3%, enquanto para a Europa o percentual é de 1,9%.

Em termos de exportações da proteína avícola, enquanto o crescimento previsto para o Brasil é de 3,6%, para os Estados Unidos e União Europeia, as previsões são de crescimento de 0,2% e 2%, respectivamente. Segundo Santin, o Brasil tem melhores condições de ter velocidade de retorno por ter melhor elasticidade e capacidade de produção.

Crescimento na adversidade

De acordo com a ABPA, a produção brasileira de carne de frango poderá alcançar até 13,8 milhões de toneladas em 2020, representando uma alta de 4,2% em relação às 13,245 milhões de toneladas produzidas em 2019. Já os embarques do setor poderão chegar a 4,23 milhões de toneladas, número comparativamente 0,5% superior ao registrado no ano passado, com 4,214 milhões de toneladas.

Com isto, a disponibilidade total prevista para o mercado interno deve chegar a 9,6 milhões de toneladas, volume 6,3% comparado ao mesmo período de 2019, com 9 milhões de toneladas. O consumo per capita deverá chegar a 45 quilos em 2020, dado 5% superior ao de 2019, com 42,84 quilos.

Na avaliação do presidente da ABPA, assim como em 2019, a crise sanitária de Peste Suína Africana que impactou o rebanho suíno da Ásia, de parte da Europa e da África seguiu impulsionando as exportações brasileiras de aves e de suínos. “As nações asiáticas se consolidaram como principais importadoras das carnes de aves e de suínos do Brasil, e foram os principais vetores do resultado do ano nos dois setores”, explica.

Outro grande fator de impacto nos setores produtivos foi a pandemia de Covid-19. “No mercado interno, o programa de auxílio do Governo Federal foi determinante para a garantia de acesso às proteínas nos núcleos da população mais impactados pela redução da atividade econômica”, indica.

“No mercado internacional, os impactos no fluxo de passageiros retraiu a importação de grandes destinos islâmicos da proteína animal do Brasil, como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita, especialmente no auge da crise pandêmica nestes países. Com a diminuição dos casos e retorno gradativo do turismo nestas nações, temos observado melhora significativa na venda destes mercados”, completa o diretor de mercados, Luis Rua.

Ovos

Dobrando de tamanho ao longo da última década, conforme os levantamentos da ABPA, a produção de ovos deve alcançar 53,5 bilhões de unidades produzidas em 2020, número 9,1% superior ao registrado em 2019, quando foram produzidas 49 bilhões de unidades. Já o consumo per capita do setor deverá alcançar 250 unidades neste ano, 8,7% a mais que o índice registrado em 2019, com 230 unidades.

Fonte: ABPA

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