O vírus da Bronquite Infecciosa Aviária (do inglês, IBV) é um coronavírus altamente contagioso, que afeta o trato respiratório superior das aves.
Existem múltiplos tipos de IBV (e variantes desses tipos) com pouca, ou nenhuma capacidade de reação cruzada. Por isso, o desenvolvimento de uma vacina contra, unicamente um tipo do vírus, provavelmente não proporcione proteção adequada contra outro tipo.
Inicialmente, para a tipificação do IBV são usados testes a base de anticorpos neutralizantes. Porém, atualmente, o tipo de IBV é identificado geneticamente a partir da sequência da glicoproteína da “espícula” vírica (do inglês, spike).
O tipo genético do vírus circulante no campo pode fornecer informação para selecionar uma, ou mais vacinas comerciais disponíveis para sua prevenção e controle.
Isso implica que, usar uma vacina homóloga ao vírus circulante é a melhor estratégia para garantir o sucesso.
Se não existe uma vacina homóloga, a combinação de vários tipos vacinais de IBV, às vezes, pode proporcionar uma proteção aceitável e cumprir o objetivo de reduzir a replicação do vírus de campo para prevenir, ou minimizar sua transmissão.
A única forma de saber com segurança se uma combinação de vacinas proporcionará a proteção adequada é realizar estudos de desafio em frangos.
A Bronquite Infecciosa Aviária é uma doença infecciosa do aparato respiratório superior de distribuição mundial, que afeta os frangos.
É uma doença muito importante do ponto de vista econômico, ao causar perdas de milhões de dólares anuais à indústria avícola, devido a reduções da produção, condenações no processamento e mortalidade.
Também provoca perdas em reprodutoras e poedeiras por infecções com cepas do vírus que provocam lesões renais, diarreia e desidratação.
O patógeno causador da doença é o vírus da Bronquite Infecciosa Aviária (IBV), um vírus RNA encapsulado. Atualmente, a melhor e única estratégia para controlar este vírus é o uso de vacinas vivas atenuadas e inativadas.
VACINAS VIVAS
Normalmente, as vacinas vivas são administradas aos pintinhos de um dia na planta de incubação e, às vezes, no campo aos 14-18 dias de vida.
VACINAS INATIVADAS
As vacinas inativadas, que devem ser injetadas, são utilizadas depois da primo-vacinação (com vírus vivo) em reprodutoras e poedeiras para prolongar a imunidade durante a vida dos lotes.
Independentemente do tipo de vacina empregada, é difícil alcançar uma proteção completa, dado que os diferentes tipos de IBV não geram proteção cruzada.
Vacinamos contra o IBV para prevenir sinais clínicos da doença, porém as vacinas também podem reduzir a replicação e transmissão dos vírus patógenos de campo.
VARIANTES DO IBV
O tipo de vírus está determinado pela proteína da espícula localizada na superfície do vírus. Isso significa que diferentes tipos de vírus têm distintas proteínas nas espículas.
A diversidade antigénica (variantes do vírus) surge quando ocorrem mutações, inserções, deleções e recombinações no gen que codifica a proteína da espícula. Isso pode resultar na presença de uma proteína espicular significativamente diferente na superfície do vírus e, em consequência, um novo IBV genética e antigénicamente.
Quando o vírus tem liberdade para se replicar e transmitir-se a aves não expostas, ou parcialmente protegidas, as mutações se acumulam e as que se apresentarem enquanto uma vantagem adaptativa se manterão.
Se as mutações ocorrem no gen da espícula, o resultado pode ser a aparição de um novo tipo de IBV, contra o qual as vacinas talvez possam, ou não, ser efetivas.
Existem inúmeras variantes diferentes de IBV em todo o mundo. Nos EUA os vírus predominantes que circulam nas aves comerciais são:
Os tipos Arkansas e Mass também são isolados, porém, geralmente se associam a vírus vacinais.
IBV E SUA TRANSMISSÃO
Uma vacinação efetiva contra IBV reduz significativamente a replicação do vírus e evita sua transmissão. A média de novas infecções produzidas a partir de um só indivíduo infectado é conhecida como número RO e para IBV esse número é 19,95.
Isso significa que apenas uma ave infectada pode transmitir o vírus a quase 20 aves suscetíveis. No entanto, o número RO de uma ave completamente protegida é 0,69.
Quando o RO é maior que 1, o foco continuará se propagando, enquanto se apresentar-se inferior a 1 acabará desaparecendo.
Portanto, a vacinação tem dois objetivos:
CONTROLE DO Vírus da Bronquite Infecciosa
Tratamos de controlar o IBV a partir da vacinação e, para poder desenvolver uma estratégia de vacinação efetiva, é necessário conhecer quais tipos de vírus circulam na região e que pretendemos controlar. Por isso, é importante contar com um programa de vigilância adequado para conhecer as variações dos vírus presentes e poder, consequentemente, atualizar as vacinas a serem utilizadas.
É frequente a falta de proteção, ou a proteção parcial contra o vírus de campo pelo fato de a(s) vacina(s) empregada(s) conferirem uma proteção cruzada pobre ou resultante de uma técnica de vacinação incorreta. De fato, a administração de vacinas é crucial e sua aplicação incorreta é uma causa comum de falhas vacinais contra IBV.
Além disso, nem todas as vacinas contra o vírus da Bronquite Infecciosa são iguais e alguns tipos vacinais demonstraram proporcionar uma melhor proteção cruzada que outros.
Adicionalmente, o nível da resposta imunitária e o número de vacinações recebidas pode maximizar o desenvolvimento de uma imunidade com proteção cruzada. Novamente é importante considerar que não se pode predizer, confiavelmente, a proteção cruzada em frangos, sendo necessário fazer testes de vacinação e desafio das aves.
CONCLUSÕES
O IBV é um coronavírus aviário com distribuição global, que provoca perdas econômicas significativas.
Se a vacinação não é realizada corretamente, ou se não se aplica o tipo, ou combinação de tipos vacinais adequados, conseguir-se-á apenas uma proteção parcial, o que permite que os vírus de campo continuem se replicando e transmitindo entre os frangos, aumentando assim a possibilidade de produção de mutações.
Para obter mais informações sobre o envio de amostras para a detecção e identificação do Vírus da Bronquite Infecciosa, acesse a página: https://vet.uga.edu/pdrc/diagnostic-lab.