A prevenção à Influenza Aviária une, já há alguns anos, o Poder Público e o setor produtivo avícola no estado de São Paulo, que é o maior produtor de ovos e de boa parte da genética que abastece a avicultura brasileira e da América do Sul. Entre as principais ações realizadas está o equipamento e habilitação de laboratórios, monitoramento de aves silvestres e a compartimentação de iniciativa das casas de genética.
As informações foram prestadas à imprensa no último dia 11/4, durante o Seminário paulista de atualização sobre Influenza Aviária, realizado no auditório do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). “Hoje temos mais de 50 países com Influenza Aviária e eventos como esse são importantes para que possamos atualizar e reforçar a nossa biosseguridade”, salientou Ariel Antônio Mendes, diretor de Relações Institucionais da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).
Entre as ações destacadas pelo Secretário Estadual da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, está a aquisição, em parceria com o setor privado, de um equipamento PCR (Reação em Cadeia da Polimerase). O aparelho é utilizado na técnica de multiplicação da fita de DNA e está sendo instalado laboratório do Instituto Biológico em Descalvado.
“O Ministério (da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) tomou a decisão de autorizar todos os laboratórios estaduais a fazerem exames moleculares de PCR”, explicou Ariel Mendes. “O setor privado se envolveu nisso e a nossa meta é também que o Laboratório de Bastos passe a fazer biologia molecular”, completou o diretor da ABPA.
Um grupo interdisciplinar envolvendo representantes das Secretarias Estaduais de Agricultura, Meio Ambiente, Saúde e da Fundação Parque Zoológico de São Paulo também foi composto, segundo Arnaldo Jardim. “Nós temos no estado de São Paulo alguns locais de pouso de aves migratórias, particularmente o Zoológico de São Paulo, o complexo estuário de Cananeia e o Parque Ecológico do Tietê, que entraram na nossa rota de vigilância e pesquisa sistemáticas”, salientou o Secretário.
A compartimentação é outra medida, regulamentada pelo MAPA em 2014, que, pioneiramente, começou a ser colocada em prática no estado de São Paulo em 2016. O conceito compartimentação é definido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), a fim de certificar uma sub-população animal com um status sanitário diferenciado para uma ou mais doenças específicas.
“Tivemos uma reunião recente com todas as casas genéticas e fixamos um pacto não impositivo de, até novembro, termos a apresentação, pelas empresas, de planos semelhantes à compartimentação, que achamos que é um estágio mais sofisticado de biosseguridade”, afirmou Jardim. Segundo Ariel Mendes, boa parte do material genético que abastece a avicultura brasileira e da América do Sul sai do estado de São Paulo e a compartimentação, num eventual risco de Influenza, garantiria a continuidade do fluxo desse material genético.
A constituição de um grupo de trabalho para tratar especificamente a questão da Influenza Aviária também é adotada pela ABPA há dois anos. O GEPIA (Grupo Estratégico de Prevenção de Influenza Aviária) identifica gargalos e reúne-se periodicamente com o Grupo de Trabalhos de Influenza Aviária do MAPA. “O mundo está muito globalizado e ninguém está livre de uma doença como essa, portanto, o que o mundo espera é que o Brasil esteja preparado para diagnosticar rapidamente e, segundo, para eliminar os focos o mais rápido possível”, salienta Ariel Mendes.
O Seminário foi realizado a partir de uma iniciativa da ABPA, da Associação Paulista de Avicultura (APA), do Instituto Ovos Brasil (IOB), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA). Estiveram representados no evento as 14 regionais da Coordenadoria da Defesa Agropecuária e da CATI, o IAC, o Ital (Instituto de Tecnologia dos Alimentos) e o Instituto de Zootecnia.