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Problemas logísticos impactam 60% do fluxo normal de exportações do RS

Escrito por: Priscila Beck
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Problemas logísticosimpactam 60% do fluxo normal de exportações de carnes de aves, ovos e derivados do Rio Grande do Sul. A baixa disponibilidade de contêineres refrigerados (reefers) é uma das causas do problema, segundo a Organização Avícola do Estado do Rio Grande do Sul, que agrega a Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura) e o Sipargs (Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas do Estado do Rio Grande do Sul).

“Os impactos já são sentidos pelas empresas, que estão escoando, em média, 40% do fluxo normal de exportações”, informa nota da OARS. Uma pesquisa elaborada pelo setor aponta falta de contêineres, atraso de navios, que sobrecarregam os custos do exportador, e produtos que vencem durante a espera pelo embarque.

Problemas logísticos já impactam 60% do fluxo normal de exportações de carnes de aves, ovos e derivados do Rio Grande do Sul.

Em fevereiro de 2020 a oferta de contêineres refrigerados foi afetada devido a problemas de fechamento de países por conta da pandemia da COVID-19. Hoje, a disparidade da velocidade de imunização contra o novo coronavírus no mundo se une a outras questões e vem afetando a logística do transporte marítimo.

Segundo representantes de empresas do setor, enquanto nações importadoras, com alta taxa de cobertura vacinal, já vislumbram a retomada total da produção e da demanda, economias exportadoras ainda enfrentam limitações na atividade econômica pela baixa imunização e não conseguem atender à demanda. Com isso, uma nova lógica de mercado acabou surgindo, gerando uma pulverização de contêineres frios em várias rotas.

As entidades que compõe a OAS já se reuniram com o Conselho de Comércio Exterior da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) e com a CNI (Confederação Nacional da Indústria) para apresentar as dificuldades citadas e expor a gravidade da situação. Órgãos governamentais e instituições que representam a avicultura também já foram informados dos entraves na exportação, que têm sido o ponto de equilíbrio para manutenção da avicultura.

O setor avícola gaúcho exporta, em média, 60 mil toneladas de carne de frango por mês. Segundo o presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, não havendo a regularização do fluxo de logística e disponibilidade de contêineres, a produção poderá ser impactada, impulsionando ainda mais a redução que já vem acontecendo em algumas indústrias.

“Os efeitos colaterais serão gravíssimos, pois o setor já está enfrentando dificuldades no mercado interno, como o preço exorbitante do milho e agora mais esse obstáculo que temos que solucionar”, ressalta. O dirigente destaca que as pequenas e médias empresas estão sofrendo maior impacto com essa falta de equipamentos.

Novos encontros com empresas e indústrias do setor já estão agendados com o objetivo de pressionar pela resolução dessa adversidade. Entre os problemas logísticos de exportação na avicultura gaúcha apurados na pesquisa estão:

– Armadores mudam de opinião, rota e serviço sem aviso prévio, gerando dificuldades e prejuízos;

– Atraso de navio e quem paga os custos é o exportador;

– Custos elevados em estocagem terceirizada;

– Custos extras e taxas dentro do porto, visto que hoje, quando liberam containers, é preciso retirá-los mesmo que se tenha mais dias no porto;

– Faturamento das empresas exportadoras sendo muito impactado, pois, há a mercadoria produzida e não se consegue dar sequência ao fluxo de caixa;

– Mercadorias sendo direcionadas a outras regiões no mercado interno;

– Custos elevados devido ao direcionamento dos embarques do Porto de Rio Grande para portos em Santa Catarina;

– Produtos ficando várias quinzenas nos armazéns e ficando com shelf avançado (prejudicando a validade).

– Capacidade de estocagem está crítica;

– Estocagem em terceiros com aumento de custos;

– Dificuldade de agendar de carregamentos, visto que são programados embarques, porém, com a falta de containers, os mesmos não acontecem, o que dificulta a organização de estoque de faturamento;

– Altos valores de taxas gastos com portos, visto que estão cobrando uma série de custos nos portos quando o navio não atraca;

– Fretes marítimos supervalorizados e com custos altíssimos que dificultam as negociações.

– Empresas estão escoando, em média, 40% do fluxo normal de exportações;

– Redução de abate em 25% da produção.

Fonte: OAS

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