Produção de carne de frango deverá atingir novo recorde em 2025, apesar de impacto pontual da influenza aviária
A produção brasileira de carne de frango deve alcançar 15,48 milhões de toneladas em 2025, o maior volume já registrado pelo setor. O dado consta no quadro de suprimento divulgado na última sexta-feira (14/6) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que aponta crescimento de 1,5% na comparação com 2024.
Mesmo diante de um início de ano marcado pelo registro de um foco de influenza aviária em granja comercial no Rio Grande do Sul, o setor mantém ritmo produtivo robusto, com perspectiva de aumento da oferta ao mercado interno. O levantamento aponta ainda que a disponibilidade de carne de frango para o consumo doméstico deve subir 2,2%, alcançando 10,33 milhões de toneladas e as exportações estimadas em 5,13 milhões de toneladas — patamar semelhante ao do ano anterior.
Segundo Gabriel Rabello, gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, o episódio de gripe aviária impactou temporariamente os embarques, mas não comprometeu a capacidade produtiva. “Com o controle da doença e a garantia da segurança sanitária e da sanidade dos animais, os embarques da carne de frango tendem a se regularizar”, afirma.
Como parte das ações de contenção, o Ministério da Agricultura e Pecuária acionou o Plano de Contingência para Influenza Aviária e doença de Newcastle. Os ovos da propriedade foco foram rastreados, destinados à destruição e os incubatórios estão passando por limpeza e desinfecção, conforme comunicado do Mapa.
No cenário das proteínas concorrentes, a carne suína apresenta crescimento mais expressivo em 2025, com estimativa de produção recorde de 5,56 milhões de toneladas — alta de 4,4%. A Conab destaca o avanço das exportações do setor, com destaque para a diversificação dos destinos:
- – China passou de 51% em 2020 para apenas 16% em 2025,
- – Filipinas agora absorvem 20% das exportações brasileiras.
Esse cenário coloca pressão sobre a competitividade da carne de frango, especialmente em mercados internacionais.
Já a carne bovina deverá ter queda na produção, estimada em 10,52 milhões de toneladas, mas mantém alta demanda externa. As exportações para os Estados Unidos, por exemplo, aumentaram 56% entre janeiro e abril deste ano, consolidando o país como segundo maior destino da carne brasileira.
Com aumento na disponibilidade interna e competição acirrada entre proteínas, o setor de aves deverá manter atenção redobrada à gestão de custos e à manutenção de sua imagem sanitária, sobretudo em um cenário global cada vez mais exigente em termos de biosseguridade e rastreabilidade.