Produção de carne de frango sustenta avanço entre alimentos de origem animal em fevereiro
A produção agroindustrial brasileira subiu 0,6% em fevereiro de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. É a segunda alta interanual consecutiva, mas ainda modesta diante do crescimento de 6,5% registrado em fevereiro de 2024. O índice PIMAgro, elaborado pelo FGVAgro, mostra que poucos segmentos evitaram um cenário de retração generalizada — e entre eles está o de alimentos de origem animal, que cresceu 1,1%.
O relatório indica que essa alta foi puxada pela maior produção de carne bovina, mas também houve contribuição da carne de frango, da suína, dos produtos de carne processada e pescados. Já a produção de laticínios caiu, o que limitou a expansão mais significativa da categoria.
No acumulado de janeiro e fevereiro, os alimentos de origem animal apresentaram um crescimento de 1,4%, enquanto a produção de alimentos de origem vegetal recuou 2,1%. A forte queda de 29,2% na produção de açúcar refinado teve impacto importante, somada à retração na produção de sucos, óleos, gorduras e trigo moído. Apenas arroz e café mostraram crescimento dentro da categoria vegetal.
Já o setor de bebidas caiu 5,5% no acumulado do ano, com quedas tanto nas bebidas alcoólicas (−5,0%) quanto nas não alcoólicas (−6,1%).
Dentro da agroindústria como um todo, os setores que sustentaram o crescimento foram poucos: Insumos Agropecuários, com forte alta de 13,7%, Produtos Têxteis (+5,4%) e Alimentos de Origem Animal (+1,4%). Os demais segmentos fecharam o bimestre em retração, o que reforça a importância da cadeia avícola e das proteínas animais para a manutenção da atividade produtiva no campo e na indústria.
No caso da avicultura, os dados reforçam a resiliência da cadeia produtiva, que continua garantindo abastecimento interno e competitividade em mercados externos mesmo em um ambiente ainda instável. Em meio a pressões de custo e desafios sanitários, o crescimento na produção de carne de frango é um sinal de recuperação do setor e da sua relevância na composição do PIB agroindustrial.