Segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), entre 2016 e 2026, o mundo estará consumindo 45.261 tonelada a mais de proteína animal. E o que isso tem a ver com o fato de a Cargill apresentar os maiores lucros fiscal e operacional dos seus 153 anos de história?
A Cargill mirou nas projeções e investiu pesadamente em carnes e em ração para bovinos, aves e peixes e, pelo segundo ano consecutivo, a divisão de proteína e nutrição animal foi a que mais contribuiu para o lucro do ano fiscal encerrado em 31 de maio último, segundo informações veiculadas pelo Jornal Valor Econômico.
A empresa divulgou que teve lucro líquido de US$ 3,1 bilhões no ano, 9% a mais que em 2017. O lucro operacional, que não leva em conta itens extraordinários, foi de US$ 3,2 bilhões, 6% de alta. Os dois números, excluindo operações e investimentos descontinuados, são os maiores nos 153 anos de história da Cargill.
Desde 2013, a companhia adquiriu operações de nutrição animal como a norueguesa Ewos, de ração para salmão, e a Diamond V, empresa de nutrição animal. Também comprou, ou abriu fábricas de processamento de ração em países como China, Índia e Estados Unidos.
Durante o ano fiscal, a Cargill adquiriu a Pollos El Bucanero, empresa líder de avicultura de marca de varejo na Colômbia. Ela formou a Avara Foods, sediada no Reino Unido, uma nova joint-venture de aves, e abriu uma grande fábrica de processamento de aves nas Filipinas com a Jollibee Foods.
O avanço no mercado de proteínas acontece em meio ao aumento do consumo de carnes em países emergentes. Segundo a OCDE, do aumento total de consumo de proteína animal previsto até 2016, 77,4% se dará nos países emergentes.
A principal divisão de trading de grãos da Cargill, conhecida como “originação e processamento” também registrou aumento no lucro operacional em relação ao ano fiscal anterior. A baixa atividade nos mercados mundiais de grãos tem dificultado o trabalho de comercialização há muitos anos, mas a Cargill disse que a volatilidade vista depois da recente seca na Argentina, grande exportador de grãos, ajudou o segmento a obter seus melhores resultados para um quarto trimestre em sete anos.
“Com os mercados se mexendo e os preços deixando para trás seus patamares mais baixos, houve melhora nos resultados com produção, processamento e comercialização em regiões-chave”, segundo a empresa – VE.
A indústria de carne bovina da América do Norte teve grandes margens de lucro neste ano graças ao declínio nos preços do boi. No segundo trimestre de 2018, a diferença média entre o preço da libra-peso (454 gramas) dos cortes de carne e do boi vivo era de US$ 3,47, 23% a mais do que um ano antes, de acordo com o Livestock Marketing Information Cent
Texto parcialmente reproduzido do Jornal Valor Econômico