Durante entrevista concedida ao estúdio oficial do 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura, o diretor de exportação da Aurora Coop, Dilvo Casagranda, foi enfático:
“A sanidade é o verdadeiro passaporte da avicultura brasileira”. A afirmação veio em meio a uma conversa sobre os riscos e oportunidades no cenário internacional, com destaque para a preparação do Brasil frente à ameaça da influenza aviária.
Embora o Brasil seja, atualmente, o maior exportador mundial de carne de frango, esse status pode ser colocado em risco por um único fator: a ocorrência de surtos sanitários. “Outros fatores tiram rentabilidade, mas a sanidade tira a possibilidade de exportar”, alertou Dilvo.
Ele lembrou que, diferentemente de oscilações cambiais ou disputas comerciais, uma falha na biosseguridade pode bloquear completamente o acesso aos mercados internacionais. A entrevista, conduzida em parceria entre Nucleovet e agriNews Brasil, também contou com a participação de Vinícius Rodrigues de Quadros, diretor de produção da Agrogen, que moderou a palestra de Dilvo no simpósio.
Ambos concordaram que o Brasil tem se preparado — com treinamentos, protocolos preventivos e articulação com entidades como a ABPA —, mas que a vigilância deve ser contínua. Entre os assuntos abordados, ganhou destaque o debate sobre a vacinação contra influenza aviária.
Para Dilvo, esse ainda é um tema polêmico. Ele ressaltou que o Brasil opta por prevenir com medidas de biosseguridade, sem adotar a vacinação por ora.
“Se um dia viermos a ter casos, poderemos avaliar. Mas hoje, o diferencial brasileiro está em não ter focos e manter um controle rígido desde o campo.”
Além da sanidade, Dilvo falou sobre o crescimento das exportações, a entrada em mercados populosos como Índia, Nigéria e Indonésia, e os impactos geopolíticos do tarifaço recém-anunciado pelos Estados Unidos. A importância do tema também se reflete no interesse dos profissionais presentes no simpósio.
Durante a palestra e a entrevista, foram levantadas questões sobre a compartimentalização — estratégia que permite isolar focos e manter regiões livres para exportação — e sobre o papel das empresas privadas no cumprimento rigoroso das normas sanitárias. A atuação conjunta entre indústria, governo e setor técnico tem sido fundamental para sustentar o crescimento das exportações brasileiras, mesmo em um cenário global cada vez mais competitivo e sensível a questões sanitárias.
Para o executivo, a missão do setor é clara: alimentar o mundo com responsabilidade sanitária e sustentabilidade, garantindo que o produtor no campo continue desenvolvendo seu trabalho com segurança e reconhecimento internacional.
📺 Assista à entrevista completa com Dilvo Casagranda no YouTube:
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