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Saúde intestinal & plantas na produção avícola

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Saúde Intestinal & Plantas

O uso de compostos fitogênicos adequadamente formulados representa uma estratégia relevante para enfrentar os desafios da produção avícola moderna

Hoje em dia, a avicultura enfrenta vários desafios: se não são os altos custos de matérias primas para rações ou os baixos preços da carne em diferentes regiões do mundo, são as contínuas discussões sobre a produção animal livre de antibióticos (AB-free), o bem-estar animal e o impacto ambiental da produção avícola intensiva.

Com a crescente pressão para reduzir o uso de antibióticos na alimentação animal, o uso de agentes anticoccidianos também vem entrando em evidência, já que tampouco se pode descartar a resistência a longo prazo destes agentes.

Cada vez mais, destaca-se a importância de se obter aves saudáveis, com elevado e uniforme desempenho durante a criação. Esta é uma meta que pode ser alcançada, principalmente, a partir de aproveitamento otimizado de alimentos oferecidos às aves.

Os pré-requisitos básicos para isso giram em torno da otimização dos processos de absorção e digestão. Em resumo: aves com intestino saudável.

Contudo, a saúde intestinal pode rapidamente se desequilibrar. O seu ecossistema é bastante competente na habilidade de realizar suas tarefas fsiológicas, porém, é igualmente sensível a quaisquer distúrbios.

Coccidiose
O inimigo temido nos galpões avícolas

A coccidiose é uma doença bastante séria causada por protozoários unicelulares, transmitida de animal para animal pelas fezes. Estes organismos parasitas mitigam seriamente a integridade intestinal das aves, reduzindo significativamente a capacidade de absorção de nutrientes e, consequentemente, o desempenho produtivo dos animais.

As infestações se espalham rapidamente, promovendo significativos impactos econômicos na produção animal moderna. As perdas globais, incluindo as de produção, prevenção de doenças e custos de tratamento, chegam a mais de 5 bilhões de dólares ao ano. As manifestações subclínicas, acompanhadas de perdas de desempenho (ex. redução na ingestão de alimentos, baixa eficiência alimentar, etc.) se somam aos impactos econômicos.
Diferentes espécies parasitas de protozoários do gênero Eimeria são identificadas como causadoras de coccidiose. Dependendo do estado imunológico do hospedeiro e do número de oocistos ingeridos, a doença pode apresentar diferentes manifestações, produzindo lesões mais ou menos severas ao epitélio intestinal do hospedeiro.

 

Além do mais, as infestações parasitárias não se limitam a apenas uma espécie; geralmente, a coccidiose é resultado de várias Eimeria spp. que acometem diferentes porções do intestino, ao longo da vida das aves. Essa diversidade de afecções dificulta muito o controle da doença.

Contudo, não são somente as infestações por coccídios que causam prejuízo. As lesões ao epitélio acabam favorecendo a ação patogênica de Clostridium perfringens, que se beneficia dos nutrientes mal absorvidos e do aumento de muco excretado pela mucosa intestinal, como mecanismo de defesa.

Estas infecções secundárias diminuem ainda mais a integridade do epitélio intestinal, muitas vezes resultando em quadros agudos de enterite necrótica. Recomenda-se combater a coccidiose o mais breve possível, porém, essa prevenção não é tão fácil, já que os oocistos são muito resistentes, inclusive à limpeza e desinfecção dos silos.

Ainda assim, adotar medidas de higiene é o primeiro passo no controle destes agentes etiológicos no meio ambiente. Quanto aos hospedeiros, deve-se buscar a criação e manutenção de um ambiente intestinal estável e saudável, para que o órgão seja resiliente aos ataques destes protozoários e outros patógenos.

A prevenção é melhor que o combate

Os métodos de profilaxia convencionais para prevenir e controlar a coccidiose, baseados no emprego de agentes coccidiostáticos e anticoccidianos, vêm sendo questionados quanto ao potencial não-descartável de seleção e surgimento de cepas fármaco-resistentes.
Além do mais, os agentes anticoccidianos ionóforos são enquadrados como quimioterápicos antibacterianos, mesmo que pertencentes uma classe diferente aos antibióticos humanos. Com o aumento da pressão do consumidor em relação a problemas de resistência, o amplo emprego destes fármacos na profilaxia contra Eimeria tem sido visto de maneira crítica; há, inclusive, indícios de possíveis proibições do uso dos mesmos.

Sem dúvidas, é improrrogável encontrarmos soluções alternativas aos métodos atuais para proteger os lotes de aves da ação parasitária e patogênica de Eimeria.]

A resposta parece estar na saúde intestinal, como dizem: “intestino saudável = animal saudável”.

Um bom status de saúde intestinal é pré-requisito para se obter ótimos desempenho e rentabilidade, particularmente, sob condições desafiadoras como a produção livre de antibióticos ou quadros de coccidiose e enterites. Assim, para fortalecer, estabilizar e melhorar a resiliência do intestino contra patógenos, exige-se uma proteção eficiente… e ainda melhor se for uma solução natural.

Não há substituto para a natureza

Quais alternativas naturais aos antibióticos melhoram a resistência contra infecções intestinais, ou seja, combinam a proteção efetiva direta contra os patógenos e o suporte indireto da saúde intestinal? A melhor estratégia para garantir um desempenho adequado e um retorno financeiro é prevenir os desafios, em vez de ter que tratar problemas como a coccidiose ou enterite necrótica (causada pela rápida proliferação da C. perfringens).

A solução é simples e vem, novamente, da mesma mãe natureza: os fitogênicos (compostos bioativos a base de plantas) são armas seguras e eficazes, que podem reduzir o dano intestinal provocado pela coccidiose, não apenas de maneira direta, como também indireta, no controle sustentável de infecções primárias e secundárias.

A Delacon, líder mundial no mercado e pioneira em aditivos fitogênicos, tem um amplo conhecimento em seleção, combinação e formulação de compostos botânicos para soluções efetivas, feitas sob medida frente aos desafios da produção animal, como melhorar a resistência das aves contra as infecções intestinais.

E são precisamente essas soluções fitogênicas completas e bem formuladas, as que claramente se destacam no todo. Não só combinam valiosos compostos bioativos, como os flavonoides, óleos essenciais e saponinas, como agregam a interação sinérgica de todos os ingredientes, proporcionando ações que vão além daqueles efeitos de uma única substância.

Compostos fitogênicos adequadamente selecionados têm potencial para dar suporte à saúde intestinal das aves de produção em condições desafiadoras, em particular quando do aumento da pressão coccidiana e/ou clostridiana, ao mesmo tempo que protegem as aves desde o primeiro dia de vida, a partir de níveis distintos de modo de ação:

Primeiro nível

No primeiro nível de defesa, os aditivos interferem no ciclo reprodutivo da Eimeria, resultando em uma excreção significativamente menor de oocistos, reduzindo a concentração destes na cama, bem como, a pressão parasitária.

Segundo nível

No segundo nível, há a inibição de Quorum sensing (interrupção das vias de comunicação entre bactérias), o que reduz alguns fatores de virulência bacteriana (ex. supressão da produção de enterotoxinas por C. perfringens), evitando-se assim o potencial patogênico de colonização e dano ao epitélio intestinal, assim como, estabilizando o ecossistema intestinal.

Terceiro nível

No terceiro nível, as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes dos compostos fitogênicos reduzem a reatividade inflamatória e o potencial oxidativo no organismo das aves frente aos desafios enfrentados pela mucosa intestinal. Estes efeitos têm impacto direto na utilização metabólica de nutrientes absorvidos, destinando-os à deposição de proteína animal.

As vantagens dos fitogênicos se refletem no melhoramento da resiliência contra as infestações parasitárias por Eimeria e as infecções bacterianas secundárias. Portanto, observa-se redução de lesões associadas, redução na excreção de oocistos e aumento de desempenho.

Figura 1. Efeito de compostos fitogênicos sobre o desempenho

Os efeitos benéfcos dos compostos fitogênicos ao desempenho estão apresentados na Figura 1 (representa os efeitos sobre o desempenho zootécnico ao final de 42 d). Devido à melhora na resiliência contra as infecções intestinais pelos compostos fitogênicos bioativos, as aves infectadas apresentaram melhora em ganho de peso (+8.3%), consumo de alimento (+2.3%) e conversão alimentar (-6.0%), comparativamente ao controle (grupos infectados, porém, não tratados).

Não se preconiza a substituição completa dos programas convencionais de prevenção e controle de coccidiose por compostos fitogênicos, porém, estes compostos podem ajudar as aves em sua defesa contra a doença.

Resultados positivos foram observados quando da combinação de vacinas contra a coccidiose e compostos fitogênicos, uma vez que estes não interrompem por completo o ciclo reprodutivo da Eimeira e a excreção de oocistos ao ambiente.

Isso é importante, pois garante a suficiente geração de imunidade contra coccidiose a partir do processo de vacinação. Desta forma, comprova-se que os compostos fitogênicos podem ser administrados às aves sem risco à eficácia de vacinas contra a coccidiose.

Os aditivos fitogênicos não somente são efetivos em combinação com as vacinas, mas igualmente em combinação sem restrição com outros aditivos não-fitogênicos que proporcionem atividades adicionais, para fornecer a máxima proteção ao trato intestinal, particularmente quando da retirada de antibióticos.

Conclusões

A necessidade contínua de controlar as doenças intestinais em aves (ex. a coccidiose) em um mundo com uma pressão cada vez maior para reduzir o uso de antibióticos na produção, faz com que soluções alternativas se tornem o centro de interesse entre cientistas, nutricionistas, gestores de fábricas de ração, produtores de aves e consumidores. Uma destas soluções alternativas é representada por extratos selecionados de algumas plantas, já que seu complexo de compostos bioativos apresenta efeitos diversos neste sentido.

O uso de compostos fitogênicos adequadamente formulados representa uma estratégia relevante para enfrentar os desafios da produção avícola moderna, decorrente de sua eficácia comprovada ou dos efeitos benéficos sobre a digestão, a utilização de nutrientes e a saúde intestinal, além de serem completamente naturais e seguros aos animais e aos consumidores finais.

Tudo se torna ainda mais relevante a partir do momento que a demanda por proteína animal livre de resíduos ou do uso de antibióticos vem sendo cada vez mais evidenciada.

 

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