Cientistas alemães descobriram um método para determinar o sexo de um pintinho antes da eclosão do ovo, patenteado sob o nome de Seleggt. A descoberta atinge diretamente a avicultura de corte e de postura, já que filhotes machos não põem ovos e seu crescimento para a produção de carne é mais lento.
O processo pode determinar o sexo de um pintinho apenas nove dias após a fertilização de um óvulo. Com isso, os ovos machos são enviados à produção de ração animal, destinando-se apenas os ovos com pintainhas para que sejam chocados.
“Se você puder determinar o sexo de um ovo para incubação, você pode dispensar totalmente o abate de pintos vivos“, disse ao The Guardian, o diretor da Seleggt, Dr. Ludger Breloh. Ele liderou o programa de quatro anos do supermercado alemão Rewe Group para fabricação de sua marca própria de ovos sustentáveis.
Breloh disse ao The Guardian que seu primeiro avanço veio quando abordou cientistas da Universidade de Leipzig, onde o professor Almuth Einspanier desenvolveu um marcador químico – semelhante a um teste de gravidez – que poderia detectar um hormônio presente em grandes quantidades em óvulos femininos. Misturado com fluido de ovos fertilizados em nove dias, o marcador fica azul para macho e branco para fêmea, com uma taxa de precisão de 98,5%.
A empresa holandesa de tecnologia HatchTech desenvolvolveu, a pedido do Dr. Breloh, uma máquina automatizada para conduzir o teste da Einspanier. Um feixe de laser queima um orifício de 0,3 mm de largura na casca; a pressão do ar é aplicada no exterior da carcaça, empurrando uma gota de fluido para fora do orifício.
O processo leva um segundo por ovo e permite que o líquido seja coletado dos ovos sem que os mesmos sejam tocados. “Funcionou absolutamente sem falhas“, disse Breloh sobre a fase de testes.
No início de 2018 a Seleggt produziu a primeira ninhada de galinhas usando o método e seus ovos chegaram às prateleiras dos supermercados em Berlim em novembro, trazendo o selo “respeggt“.
O Grupo Rewe planeja lançar os ovos nas lojas alemãs no próximo ano, enquanto a Seleggt planeja instalar a tecnologia em incubatórios independentes a partir de 2020. A Seleggt exigirá que os supermercados paguem alguns centavos extras em cada caixa de ovos vendida com o selo “respeggt“. Eventualmente, o grupo espera expandir o modelo para toda a Europa.
Fonte: The Guardian