Subprodutos do abate são transformados em ração, colágeno, biodiesel e embalagens na JBS. Companhia reúne unidades dedicadas a transformar resíduos em insumos de alto valor industrial
A JBS anunciou que diversos subprodutos do abate de bovinos, suínos e aves são reaproveitados em suas operações por meio de um modelo de produção que transforma resíduos em novos produtos industriais. De acordo com nota divulgada à imprensa, ossos e hemoglobina, por exemplo, são utilizados como matéria-prima na fabricação de rações para animais.
As ações são coordenadas pela unidade JBS Novos Negócios, criada em 2009 e que atualmente reúne cerca de 6 mil profissionais distribuídos em 13 linhas de atuação. A proposta é utilizar os resíduos do processo de produção de alimentos como base para novos produtos com aplicação nos setores de alimentação, energia, higiene, embalagem, indústria farmacêutica e outros.
“Reunimos operações que transformam os subprodutos e materiais não aproveitados do processamento da carne bovina, suína e de aves em produtos de alto valor agregado em áreas como biodiesel, colágeno, envoltórios para embutidos, rações, insumos fármacos, materiais de higiene e limpeza”, afirmou Nelson Dalcanale, presidente da JBS Novos Negócios.
Entre os exemplos citados, está a Genu-in, empresa do grupo que produz anualmente 12 mil toneladas de colágeno e gelatina a partir do colágeno bovino. Parte desse colágeno é utilizada pela Novapron+, que desenvolve soluções proteicas voltadas à melhoria de textura, suculência, rendimento e estabilidade de alimentos. Já a Orygina fornece colágeno para a indústria farmacêutica e centros de pesquisa.
A JBS também destaca a atuação da Biopower, que produz cerca de 550 milhões de litros de biodiesel por ano, utilizando resíduos orgânicos gerados no processamento de bovinos e óleo de fritura usado. A estimativa é de que essa produção evite a emissão de aproximadamente 910 mil toneladas métricas de gases de efeito estufa por ano.
Outra frente é a Ambiental, unidade que atua na gestão e reaproveitamento de resíduos industriais sólidos, com destaque para o reaproveitamento de plásticos. Segundo a empresa, foram recicladas mais de 40 mil toneladas de plásticos nos últimos dez anos, convertidas em sacos, embalagens, móveis, pisos e telhas.
“As unidades operam de forma independente, com metas financeiras próprias. Os resíduos são comprados a preço de mercado e, em alguns casos, os lucros são reinvestidos na ampliação da produção”, explicou Dalcanale. “Para nós, o retorno ambiental que geram é maior do que o valor em receita.”
Segundo Alexandre Kavati, gerente de Sustentabilidade da JBS, essa estrutura faz parte da estratégia da empresa. “Atuamos para transformar subprodutos em superprodutos e, dessa forma, contribuir para um mundo melhor”, afirmou.