O tifo aviário causado por Salmonella enterica subsp. enterica sorovar Gallinarum biovar Gallinarum (S. Gallinarum ou SG), é uma enfermidade que causa grandes transtornos à avicultura comercial por provocar mortalidade e consequente queda na produção.
A enfermidade é mais comum em aves adultas, embora possa ocorrer em aves de qualquer idade. Parecia estar menos frequente até o início desse século, quando começou a ocorrer em grande escala, acometendo planteis de aves reprodutoras e aves para produção de ovos de mesa.
Aves acometidas pelo tifo aviário:
Em condições experimentais, aves:
Quanto mais tempo a carcaça permanecer no ambiente, maior será a disseminação do agente da doença.
As principais alterações observadas em aves mortas são:
Trata-se de um quadro de septicemia, portanto, vários órgãos são atingidos, mas as alterações de fígado e baço são as que mais chamam a atenção.
Aves Pesadas e Semipesadas
Aves de linhagens pesadas e semipesadas são mais susceptíveis à doença clínica com mortalidade alta.
Aves Leves
É preciso lembrar que existem várias espécies de galináceos selvagens e, que as granjas estão em áreas rurais, com vegetação abundante ao seu redor.
As medidas de biossegurança conhecidas, são substanciais para combater o TA, como:
controle de insetos, ácaros, roedores,
programas de limpeza e desinfecção, etc.
Mas algumas são imprescindíveis.
Primeiro, seguir as normas do PNSA.
Segundo, considerando-se que a infecção é dose dependente (o que significa que é preciso uma certa quantidade de SG para infectar a ave e provocar a enfermidade) e que a carcaça tem papel relevante na disseminação, é preciso se empenhar para neutralizar tal fonte de infecção.
O que fazer
Quando a criação é sobre piso, a disseminação de SG no galpão é mais intensa
Entre a constatação da ave morta e a sua destinação final, a carcaça não deve ficar exposta. Deve ficar protegida de insetos, animais selvagens, roedores, seres humanos, animais domésticos, etc.
Na granja, limpar e desinfetar o local onde estava a ave doente e observar atentamente as aves que estavam próximas, eliminando-as também, rapidamente, se necessário.
O tratamento das carcaças, por compostagem, incineração, desidratação, etc. deve ser monitorado mediante exame bacteriológico para confirmar a eficiência na eliminação de SG.
Transmissão transovariana
Investigamos a possibilidade de transmissão transovariana de SG para a progênie, para tanto:
1) Infectamos aves adultas e examinamos os ovos.
Antes de ir a óbito a ave parou de botar e os ovos produzidos não continham SG;
2) Infectamos as aves com menos SG e as tratamos com antibióticos para não virem a óbito.
Examinamos por várias semanas os ovos produzidos por estas aves. Nenhum estava positivo;
3) Contaminamos a casca, abaixo da casca e a gema de ovos férteis.
As contaminações superficiais não resultaram em multiplicação bacteriana e as aves nasceram saudáveis.
Quando a contaminação foi na gema, não houve desenvolvimento do embrião e o conteúdo do ovo continha SG em abundância.
Se esses ovos forem quebrados durante o descarte, inundariam o incubatório com SG, contaminando os dejetos que saem na forma de lixo, água de lavagem, bem como pessoal e veículos transportando pintinhos de um dia.
Ainda com relação a carcaças, o descarte no final de produção de aves comerciais ou reprodutoras, é outra operação que merece atenção especial.
A presença de aves infectadas em lotes que são destinados ao abate pode contribuir para a disseminação de SG.
O uso de substâncias antimicrobianas para tratamento do lote contra outras enfermidades pode mascarar a presença de SG e, dependendo das condições e tempo de transporte, aves podem morrer no caminho, contaminando o veículo e o trajeto por onde ele passar.
A disseminação de SG se estende ao abatedouro, onde estarão vários veículos que retornarão a propriedades avícolas.
Diante dessas considerações, entendemos que:
Em granjas comerciais para produção de ovos de mesa, programas de vacinação seriam bem-vindos.
A geração de imunidade contra o TA requer um estímulo potente, o qual se consegue com o uso de vacinas vivas. A infecção é dose dependente e como ocorre a qualquer momento durante o período de vida das aves, a imunidade proporcionada pela vacinação seria interessante.