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Dois tipos de aditivos para alimentação animal que têm recebido especial atenção pelas possibilidades que oferecem de melhorar a saúde intestinal e o rendimento dos animais, sobretudo considerando a tendência mundial de reduzir o uso de antibióticos na produção animal, são o butirato e os produtos vegetais
Por que a saúde intestinal é tão importante?
A saúde intestinal é importante para melhorar o estado, bem-estar e rendimento das aves de produção. Pode-se definir como a capacidade de desenvolver as funções fisiológicas normais, mantendo a homeostase em diversas condições, tanto na presença como na ausência de fatores de agressão.
Entre as funções fisiológicas normais estão incluídas a digestão e a absorção de nutrientes, o favorecimento de um microbioma estável, manutenção da integridade intestinal e modulação das respostas imunitárias da mucosa.
Novas oportunidades para o uso de aditivos alternativos para alimentação animal
A saúde intestinal depende de uma ampla variedade de vias de transmissão de senais fisiológicos e bioquímicos. E existem inúmeros aditivos para alimentos balanceados que são capazes de modular certos subconjuntos destas respostas.
Dois dos tipos de aditivos para alimentos balanceados aos quais se tem dedicado especial atenção pelas possibilidades que oferecem para melhorar a saúde intestinal e o rendimento dos animais, sobretudo considerando a tendência mundial de reduzir o uso de antibióticos para a produção animal, são o butirato e os produtos vegetais.
Butirato
Sabe-se que o butirato é uma molécula importante para a transmissão de sinais, que pode desencadear diversas respostas nas células e bactérias intestinais dos animais em função do ponto do aparelho digestivo no qual é liberado. Também se tem indicado que modula a reatividade inata do sistema imunitário, estimula o desenvolvimento dos enterócitos e vilosidades, favorecendo a expressão gênica, por nomear somente alguns dos mecanismos.
Produtos vegetais
Por outro lado, o efeito dos produtos vegetais ou fitogênicos depende da naturaleza dos ingredientes ativos que os componham. Existem vários compostos vegetais que têm sido associados com uma melhora da digestão, propriedades antioxidantes e efeitos sobre a composição da microbiota intestinal.
Aproveitamento máximo do potencial dos ingredientes ativos
Para maximizar as vantagens que podem ser oferecidas por seus produtos de melhoria da saúde intestinal, os fabricantes de aditivos para alimentação animal devem investir em programas de P+D focados em aproveitar ao máximo o potencial de um determinado tipo de ingrediente ativo.
Para se tirar proveito de todas as possibilidades do butirato, existe a hipótese de que deve ser liberado em todo o trato gastrointestinal para desencadear o maior número possível de respostas em um amplo conjunto de tipos de células funcionalmente e espacialmente diferenciadas.
Ainda que haja vários produtos à base de butirato, cujos fabricantes afirmam que têm essas propriedades de liberação, somente alguns poucos são capazes de fazer com que o butirato alcance todo o aparato digestivo. Mais abaixo faremos referência a esses produtos, dos quais alguns exemplos são o ADIMIX® Precision, os butiratos revestidos de liberação precisa (PDCB – sigla em inglês).
Para os produtos vegetais, o desafio é decidir que ervas, óleos essenciais ou extratos farão parte do produto fitogênico final. Para maximizar a probabilidade de que o produto final exerça efeitos benéficos ante diversas doenças (intestinais), é crucial obter um mix composto por ingredientes bioativos avaliados a partir de um conjunto de testes funcionais.
O produto vegetal APEX® 5 é o resultado de uma série de testes in vitro e in vivo para selecionar continuamente compostos vegetais que sejam muito ativos logo da ingestão da alimentação animal, digestão, processos antioxidantes e a modulação da atividade microbiana intestinal, incluída a inibição da comunicação bacteriana (percepção de quorum).
Procure o uso ideal dos produtos
Após transformar os ingredientes ativos que favoreçam a saúde intestinal em produtos que permitam aproveitar ao máximo seu potencial, o desafio é encontrar a forma ideal de usá-los. De fato, os PDCB e os produtos vegetais (PV) podem desencadear um conjunto tão amplo de mecanismos favorecedores do desenvolvimento intestinal, digestão e absorção de nutrientes, que sempre se poderá encontrar argumentos teóricos que justifiquem acrescentá-los à alimentação animal em qualquer etapa do ciclo de produção.
Portanto, para obter informações mais precisas sobre o uso ideal dos PDCB e produtos vegetais em um contexto específico de produção, é válido realizar estudos experimentais adicionais comparando, por um lado, a adição de ambos os produtos, separadamente ou de forma conjunta; e, por outro lado, a informação recebida dos clientes.
Condições experimentais
- Preparamos experimentos para avaliar qual seria o melhor programa de uso de aditivos para alimentação animal em uma produção avícola comercial do Brasil, em termos de rendimento dos animais e rentabilidade para o produtor.
- Foram consideradas as vantagens conhecidas dos PDCB sobre o desenvolvimento intestinal inicial dos pintinhos e avaliamos o efeito de acrescentar diferentes concentrações de PDCB (0,5, 0,75 y 1 kg/t) apenas à ração pré-inicial e inicial (dias 1-21) dos frangos de corte.
- O rendimento zootécnico foi controlado no dia 21 e ao final do ensaio (dia 42).
- Pesquisamos se acrescentar PDCB ou produtos vegetais durante as etapas de engorda e finalização poderia melhorar ainda mais o rendimento dos frangos de corte, além dos possíveis efeitos observados após ministrar PDCB às aves durante a etapa de (pré)início.
Grupos de tratamento
- Grupo de referência negativo (ração sem nenhum aditivo);
- Grupo de referência positivo (ração com antibióticos promotores de crescimento (APC) em todas as etapas);
- Três grupos aos quais administrou-se 1 kg/t de PDCB durante a etapa de (pre)início
- Em um deles não se acrescentou aditivos durante as etapas de engorda e finalização;
- Em outro grupo, acrescentou-se 0,50 kg/t e 0,25 kg/t de PDCB à ração nas etapas de engorda e finalização, respectivamente;
- No terceiro e último grupo, acrescentou-se 0,15 kg/t do produto vegetal à ração das etapas de engorda e finalização.
Resultados
No primeiro experimento, a adição de maiores concentrações de PDCB resultou em maior quantidade ingerida de ração, menor índice de conversão de ração (ICP) e aumento do peso final, tanto no dia 21 (Figura 1) como no dia 42 (Figura 2).
O peso final dos frangos de corte aos quais se ministrou PDCB somente durante a etapa inicial foi similar ao das aves às quais se ministraram APC (veja Figura 3). O aumento de peso foi ainda maior nos casos nos quais também se acrescentou PDCB aos alimentos balanceados das etapas de engorda e finalização. Os melhores resultados quanto à quantidade ingerida de ração e ICP foram obtidos no grupo no qual se acrescentou o PV às rações das etapas de engorda e finalização, além de PDCB à ração da etapa inicial. Um aspecto importante é que, considerando que a quantidade necessária de PV era menor, a rentabilidade para o produtor foi maior no grupo ao qual se ministraram PDCB e PV contra o grupo de tratamento ao qual só se ministrou PDCB.
Estes resultados oferecem testes adicionais que respaldam a adição de PDCB à ração de (pré) início e supõem uma demonstração do conceito de que o PDCB e o PV podem ser combinados em um mesmo programa. Nesta situação, a combinação de PDCB (na etapa de início) e PV (nas etapas de engorda e finalização) ofereceu os melhores resultados em termos de rendimento e rentabilidade para o produtor.
Além de usar aditivos para alimentação animal que tenham qualidade e funcionalidade excelentes, os produtores deste tipo de aditivos e os avicultores também podem obter informações valiosas a partir da pesquisa do uso ideal de diferentes aditivos para ração, quer seja de forma individual ou conjunta.