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Vedação e isolamento de granjas de frangos de corte: um comparativo entre Estados Unidos e Brasil

Escrito por: José Luis Januário - Médico veterinário e especialista em Frango de Corte e Ambiência da Cobb-Vantress na América do Sul
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Cobb Galpões

Os temas ventilação e ambiência de aviários de reprodutoras e de frangos de corte são discutidos e de compreensão de todos que trabalham na produção animal há algumas décadas. As aves precisavam de ambiência para demonstrar o máximo potencial.

O melhor exemplo é o que a galinha faz na natureza com seus pintos, colocando-os debaixo dela para manter o conforto.

As aves comerciais de hoje têm em sua genética um potencial de ganho de peso, conversão alimentar cada vez mais eficiente e uma capacidade alta para transformar alimento em rendimento de carne.

Mas, para expressar estas características de maneira cada vez mais eficiente, elas requerem viver em um ambiente com o maior conforto possível, desde a incubação dos ovos até o frango na espera para o processo do abate nos frigoríficos.

A avicultura norte-americana, modelo que escolhemos e copiamos no Brasil e na América do Sul, produziu tecnologia de construção de equipamentos para aquela realidade do hemisfério Norte, onde as temperaturas são bem definidas.

Embora as estações do ano se misturem no Brasil, com diferenças é claro pelo imenso território, convivemos com:

invernos e umidade relativa do ar alta no Sul, como também

frio de menor intensidade e mais seco no Sudeste, por exemplo.

E as aves alojadas, seja no verão ou inverno, não devem sofrer com as mudanças de temperatura que ocorrem do lado de fora dos aviários. Elas devem ficar dentro da zona de conforto ideal para cada idade.

NOS ESTADOS UNIDOS

Nos Estados Unidos os produtores usam:

madeira de reflorestamento para erguer as colunas e vigas nas construções,

madeira compensada para fazer o fechamento interno dos aviários,

chapas galvanizadas pintadas nas paredes laterais externas.

materiais de isolamento, como a lã de vidro, no espaço interno, entre o compensado.

 

Os telhados também são de chapa galvanizada ou com zinco. Embaixo, instalam forro de plástico resistente e, acima desse forro, também usam uma camada de lã de vidro.

Outro modelo de granja norte-americana com mínimo R 10 nas paredes laterais

Modelo usado nos Estados Unidos faz uma vedação considerada excelente, seja abaixo do telhado, ou acima do forro, com valor R20 de isolamento de telhado

Lá de vidro usada no forro e entre as paredes laterais em granjas dos Estados Unidos

Tudo isso para chegar ao coeficiente de troca térmica ideal (R20), tanto para a insolação de fora, quanto para as perdas de calor de dentro para fora dos aviários.

Todo esse material usado por eles oferece um custo de instalação bem parecido com o nosso aqui no Brasil, mas com uma vantagem muito grande, pois é mais fácil de fazer a vedação adequadamente. Com isso, eles minimizam o uso de energia elétrica, ligando menos os exaustores, aproveitando ao máximo o calor gerado dentro do aviário pelas aves.

Os norte-americanos automatizaram suas granjas, modernizaram as construções e usam a ventilação tipo túnel em quase a totalidade das granjas. As empresas de equipamentos têm produtos similares em todo o mundo.

 

NO BRASIL E NA AMÉRICA DO SUL

O Brasil está construindo granjas mais modernas e climatizadas. As integradoras e empresas brasileiras têm produtores antenados com a evolução da avicultura. Cada dia mais, os produtores percebem a diferença na eficiência produtiva entre galpões simples e climatizados.

A ampla maioria dos aviários sul-americanos são de:

estrutura simples,

abertos,

convencionais,

com ventiladores e nebulizadores.

 

Mesmo assim, entregam excelentes resultados zootécnicos. Nossa cultura é de:

alto ganho de peso diário,

conversões alimentares cada vez melhores,

custo mais alto da ração com níveis nutricionais elevados e

pessoas trabalhando de forma braçal para compensar as deficiências por falta de equipamentos e tecnologia.

 

Mas a tendência das empresas e dos técnicos, cada vez mais capacitados e atuantes em parceria com os produtores, é o aprimoramento constante nos galpões com mais equipamentos disponíveis.

Há 4 fontes de calor em un galpão de frangos de corte: as aves, radiação do telhado, aquecedores ambientais e aquecedores de piso (campãnulas infra-vermelhas)

Sabemos que alguns incentivos na implantação da melhoria estrutural das integrações, bem como as dificuldades em momentos de altos custos de produção, retardaram o fomento de mais galpões.

Mas também sabemos que galpões mais modernos facilitam o trabalho e tornam o resultado dos lotes mais constantes em diferentes climas e estações do ano.

As granjas mais convencionais requerem atenção extra, pois a falta de tecnologia nos obriga a:

trabalhar com mais intensidade,

com melhor manejo de cortina,

mais gasto no aquecimento,

mais atenção ao comportamento das aves

mudanças de estratégias de atuação devido às condições climáticas mudarem a cada minuto e este galpão mais simples estar desprotegido contra essas mudanças externas.

Nestas granjas convencionais, sem grandes materiais de vedação e isolação, é importante:

usufruir das cortinas laterais e internas,

conjunto de cortina dupla,

bem como as cortinas transversais dentro dos pinteiros, e

a vedação, um envelopamento, sempre com mecanismo que possibilite abrir de cima para baixo, mecanizado ou manual, e sempre manejar esta abertura para garantir a entrada de ar fresco e renovado.

É importante que os produtores de frango de corte busquem:

aviários melhor climatizados,

com painéis evaporativos nas entradas,

inlets ou janelas de entrada de ar ao longo da lateral,

telhados com isolamento,

empregando o completo entendimento do processo de ventilação para a ambientação das aves.

 

Montagem de material isolante de lã de vidro granja no Brasil, com telhado, espaço de ar e uma espessura em torno de 10 centímetros de lã de vidro, garantindo um R13 ao menos no isolamento

 

Nosso trabalho dedicado faz do Brasil a avicultura mais competitiva do mundo, com o primeiro lugar nas exportações de carne de frango do planeta. Quando os produtores ampliarem os aviários climatizados e darem qualificação constante à mão de obra, o Brasil será ainda mais competitivo.

Devemos buscar ser eficientes energeticamente, economizar em custos de energia e aquecimento nas granjas. E a vedação e isolamento dos aviários é uma poderosa condição para contribuir com custos de produção mais competitivos, ampliando ainda a alta performance das aves.

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