11 abr 2024

24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura apresenta prevenção e controle de doenças

Vacinas autógenas e enterite necrótica compuseram a programação científica do segundo dia de evento

24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura apresenta prevenção e controle de doenças

Importante alternativa para a prevenção e o controle de doenças infecciosas na avicultura, as vacinas autógenas atuam sob a Normativa SDA nº 31, de 20 de maio de 2003. Para fornecer ao público um entendimento simplificado de todos os processos envolvidos na regulamentação das vacinas, o médico-veterinário Bruno Pessamilio conduziu um passo a passo da normativa. A palestra ocorreu na última quarta-feira (10) e integrou o Bloco Abatedouro e Nutrição do 24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), evento promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet).

O especialista em Defesa Sanitária Animal atuou por 16 anos como auditor fiscal federal agropecuário no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e explicou, primeiramente, que a vacina autógena não tem registro no Ministério da Agricultura, sendo registrada apenas uma autorização de uso por tempo limitado.

“O uso é de caráter emergencial, por isso sua aprovação vem mais rápido. No entanto, quando ganha em velocidade, prejudica em outros aspectos. Isso significa que as garantias de qualidade das vacinas autógenas são menos rígidas que as tradicionais”.

Entre as exigências para a produção de vacinas autógenas se encontram a necessidade de ter características e origens específicas. O objetivo, segundo Pessamilio, deve ser sempre o controle ou prevenção de doenças na espécie alvo e o local de uso se limita a propriedade autorizada ou propriedades adjacentes.

O controle de qualidade, etapa determinante da normativa, tem por missão manter os substratos e ingredientes biológicos livres de patógenos e de contaminantes, enquanto os substratos e ingredientes não-biológicos possuem necessidades mais específicas, explicou o especialista. “Eles devem ser controlados para atender padrões de pureza e qualidade, não apresentar toxicidade na dose recomendada de uso do produto final, não desnaturar substâncias específicas no produto e não podem diminuir a potência mínima aceitável dentro do prazo de validade quando armazenadas na temperatura recomendada”. Pessamilio ainda reforçou os cuidados com o controle de qualidade na esterilidade, com o vírus ativo, na inativação do produto acabado e na eficácia da partida inicial.

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A etapa de validade e conservação descrita na normativa foi divulgada pelo palestrante, que salientou que a semente isolada possui validade de 15 meses. Após esse período deve ser armazenada em área segregada da área da produção e precisa apresentar a documentação que comprove sua legalidade. “Quanto a conservação da vacina, temos um prazo máximo de validade de seis meses. Isso se mantida na temperatura correta entre 2ºC e 8ºC”.

Pessamilio esclareceu, por fim, que a comercialização de vacinas autógenas só é permitida quando o fabricante tenha obtido, no mínimo, os resultados satisfatórios nos testes de pureza, esterilidade e inativação, realizados a partir do 4º dia de incubação. Os frascos, rótulos, bulas ou rótulo/bula também precisam atender a legislação vigente.

 

A enterite necrótica afeta negativamente o desempenho zootécnico de frangos de corte, o rendimento no abatedouro e, por consequência, a lucratividade das agroindústrias. Detalhes da condição foram debatidos no 24º SBSA pelo médico-veterinário Dino Garcez, que abordou os impactos econômicos provocados pela doença, a incidência no Brasil, os detalhes dessa patogenia, os fatores predisponentes, as principais medidas para prevenção, o controle e o que há de inovação para fazer um diagnóstico preciso.

“Entre os principais impactos da doença estão a perda do bem-estar das aves, o índice de condenações e geração de perdas de cerca de U$ 6 bilhões ao ano para a cadeia produtiva avícola. A incidência da doença está aliada a fatores como proteínas de má qualidade, disbioses e micotoxinas que comprometem a digestão e absorção de nutrientes pelas aves. Além do manejo impróprio das instalações, altura inadequada da cama, má qualidade da água e uso de ração de baixa qualidade”, evidenciou o palestrante.

O uso de aditivos nutricionais pode ser um grande aliado para prevenir essa, que é uma das doenças avícolas mais comuns, refletiu Garcez. Entre os aditivos citados estão fitogênicos, enzimas, ácidos orgânicos, óleos essenciais e probióticos que vão exercer efeitos antimicrobianos, antioxidantes, anti-inflamatórios, digestivos e imunoestimulantes. “Essas estratégias são capazes de favorecer o desempenho zootécnico e a qualidade da microbiológica”.

Garcez apresentou, ainda, algumas inovações em termos de diagnóstico e vacinas que futuramente devem ser lançadas para o controle da enfermidade. No que diz respeito a monitoria, o especialista citou como exemplo a utilização do qPCR, metodologia já difundida que passa por atualizações para melhorar a gestão avícola, sendo capaz de estimar o nível de risco da doença com base na presença de genes (CPA e netB).

Fonte: Assessoria de Imprensa Nucleovet

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