BEM-ESTAR ANIMAL
25º SBSA debate soluções para melhorar o manejo de incubação e garantir o bem-estar animal
Discussões do Bloco Manejo no 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA) marcaram a tarde de quarta-feira (9/04).
Felipe Kroetz Neto e José Rodolfo Ciocca conduziram palestras dentro do Bloco Manejo em Chapecó, durante o SBSA
Discussões do Bloco Manejo no 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA) marcaram a tarde desta quarta-feira (9). O primeiro palestrante foi o médico veterinário e especialista em Gestão e Análise Ambiental, mestre em produção animal e doutor em reprodução animal, Felipe Lino Kroetz Neto. Em seguida, palestrou no evento o licenciado em Zootecnia com mais de 23 anos de experiência no comportamento de animais de produção, José Rodolfo Ciocca.
A apresentação de Felipe abordou o “Manejo de incubação e sua influência na qualidade de pintinhos na primeira semana de vida”. Conforme o palestrante, todos os processos de incubação buscam uma qualidade melhor para o pintinho, e devem considerar a ambiência, manejo, sanidade e nutrição. “Todos esses fatores são suporte para que dentro do incubatório tenha ovos com qualidade e a gente possa fazer um bom trabalho. O processo de incubação é dinâmico e envolve fatores como temperatura e viragem”, salientou.
Segundo o palestrante, a ventilação também se coloca como um requisito básico no desenvolvimento embrionário. Felipe explanou que é preciso estar atento à qualidade do ovo, adequação ao tipo de máquina, de incubadoras e do clima. Locais com alta temperatura e umidade podem dificultar a incubação. “A temperatura vai direcionar o processo de desenvolvimento embrionário, desde o crescimento de órgãos e a disponibilidade de oxigênio enquanto estiver ainda dentro do ovo. Na hora que o pintinho está saindo da casca, daquela janela de nascimento, precisamos que não ocorra uma desuniformidade naqueles pintinhos que vão ser entregues ao produtor. É importante ter esse cuidado”.
Em relação ao cenário mundial, o Brasil é considerado uma das principais referências em incubação. De acordo com Felipe, para que o país possa seguir como protagonista no setor, é fundamental garantir mão de obra e investimento em tecnologias adequadas. “Pessoas qualificadas no processo representam melhores resultados em campo”, explanou.
No tema “Bem-estar animal, certificações e mercado”, José Rodolfo Ciocca abordou o quanto a temática do bem-estar animal tem ganhado expressão mundial, a partir de uma demanda impulsionada por consumidores, preocupações éticas e exigências de mercados internacionais. “Como maior exportador de carne de frango, o Brasil precisa adotar boas práticas para manter a competitividade global”, sinalizou.
Conforme Ciocca, há uma pressão crescente por sistemas de produção que promovam o bem-estar animal. Entre os principais desafios se colocam a genética, densidade, ambiente e antimicrobianos. Neste sentido, a busca de soluções para a inversão das aves vivas e a modernização dos sistemas de insensibilização elétrica passa por avanços regulatórios, atualização na estrutura do Ministério da Agricultura (MAPA), novas normas e diretrizes implementadas e avanços corporativos principalmente na adoção de práticas de bem-estar animal por empresas e seu respectivo impacto positivo na imagem corporativa e no mercado.
O zootenista também ressaltou que são considerados ainda, os avanços em pesquisa e inovações tecnológicas. A busca pelo bem-estar animal tem trazido mudanças no comportamento e no aumento da conscientização. “Essas mudanças não se limitam a parte de campo, mas também no processamento, frigorífico, a cadeia como um todo. Tem relação direta com a nutrição e manejo. Então a proposta é olharmos tudo isso de uma maneira integrada para esses fatores e justamente trazer soluções para a indústria. O Brasil, enquanto maior exportador, deve se antecipar a essas tendências e fortalecer cada vez mais o seu posicionamento”.
Para Ciocca, o bem-estar animal é uma ciência, e cada vez mais é necessário investir em pesquisa e no desenvolvimento de soluções inovadoras, como tecnologias de monitoramento em tempo real, equipamentos e ferramentas que possam garantir o abate humanitário, atuação proativa, oportunidades estratégicas e certificação enquanto diferencial competitivo para empresas que desejam se destacar. “Há um grande potencial para o Brasil se tornar uma referência global em bem-estar animal e sustentabilidade na avicultura”, finalizou.
CONHECIMENTO
Ao todo, durante o Simpósio ocorrem 16 palestras com especialistas, eventos paralelos, além de momentos para networking e troca de experiências. Mais de 60 empresas do setor também estão presentes na 16ª Brasil Sul Poultry Fair, a feira de negócios que ocorre em paralelo ao Simpósio.
Fonte: Assessoria de Imprensa Nucleovet