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A Anemia Infecciosa das aves (AIA) é o agente primário de uma das doenças imunossupressoras que afetam o rendimento econômico das aves, já que compromete a atividade fisiológica do Timo e Bolsa de Fabricius, simultaneamente
O que é imunossupressão? É um estado de disfunção transitória ou permanente da resposta imune, como consequência de lesões do sistema imunitário com baixa produção de anticorpos, e/ou subótimas respostas inatas e/ou mediada por células, que levam a um aumento da predisposição às doenças (Dohms and Saif, 1984, Lütticken, 1997; Schat and Skinner 2014).
Para uma produção avícola rentável, é essencial que os frangos tenham um sistema imunitário saudável. Dois patógenos, o vírus da anemia infecciosa aviária (VAI) e o vírus da doença infecciosa da bolsa de Fabricius (IBF), podem influir de maneira negativa sobre as respostas imunitárias sem causar doença clínica
A Anemia Infecciosa das aves (AIA) é o agente primário de uma das doenças imunossupressoras que afetam o rendimento econômico das aves, já que compromete a atividade fisiológica do Timo e Bolsa de Fabricius, simultaneamente.
Atualmente é controlada mediante a vacinação das aves reprodutoras e a transferência de anticorpos maternos à progênie.
- A aparição da AIA em aves adultas e na criação das reprodutoras é relativamente comum e pode aparecer em combinação com a Infecção da Bolsa de Fabricius (IBF) em subpopulações de aves afetadas, causando imunossupressão.
- Dois patógenos, o vírus da anemia aviária (VAI) e o vírus da doença infecciosa da bolsa de Fabricius (IBF), podem influir de maneira negativa sobre as respostas imunitárias sem causar doença clínica.
Esta combinação pode ser um efeito imunossupressor silencioso que contribua ao estabelecimento de infecções respiratórias virais e bacterianas, coccidiose, dermatite gangrenosa e Doença de Marek, que geralmente ocorrem em aves de corte a partir dos 21 dias de idade.
A imunidade materna é importante no controle da anemia infecciosa aviária
Sistema imunitário saudável para garantir o rendimento econômico
Para que uma operação avícola seja economicamente rentável, é essencial que os frangos de corte tenham um sistema imunitário saudável.
Os anticorpos neutralizantes de vírus (VN) são fundamentais para o controle da infecção do vírus da anemia aviária – VAI.
- A maioria dos frangos de corte tem anticorpos VN maternos contra o VAI, seja como consequência de uma exposição natural ou da vacinação das aves reprodutoras.
- No entanto, frequentemente, ocorrem infecções subclínicas uma vez que os anticorpos maternos tenham diminuído.
- Esta ocorrência pode estar relacionada ao fato de a imunidade obtida pela exposição natural das aves reprodutoras em sua fase de desenvolvimento não ser uniforme e duradoura; por isso que se faz necessário implementar a vacinação no calendário.
Todo evento imunossupressor que afete o desenvolvimento da imunidade humoral adquirida contra o VAI prolongará a replicação do VAI, o que causará maior dano ao sistema imunitário.
A exposição a micotoxinas, estresse excessivo e/ou infecção pelo vírus da IBF, incluída a vacinação com cepas de vacinas intermediárias plus, são exemplos que podem ter influência negativa sobre o desenvolvimento do IgE anti-VAI, que tem efeito sinergético na atividade imunitária.
A infecção pelo vírus da IBF ou a vacinação com cepas “quentes” levará a uma maior mortalidade de células da bolsa, o que tem influência negativa sobre o desenvolvimento das respostas imunitárias contra outros patógenos incluído o VAI.
Não obstante, os anticorpos VN também são importantes para a proteção e a recuperação da infecção do vírus da IBF.
Toda diminuição da atividade celular de Th devido a infecção por VAI terá influência negativa sobre o desenvolvimento de anticorpos IgE anti-IBF.
Alguns pesquisadores encontram impacto negativo significativo da infecção subclínica do VAI sobre os parâmetros de produção, enquanto que outros pesquisadores não puderam detectar impacto.
O Dr. Toro et al (1) comprovou que os surtos de bronquite infecciosa tipo – Ark em lotes de frangos de corte vacinados com ArkDPI coincidiram com depressão de linfócitos na bolsa e/ou ótimo.
Os trabalhos experimentais posteriores realizados em frangos de corte comerciais confirmaram que a infecção dupla atrasou a recuperação nos frangos de corte em comparação com a infecção única (2).
Infecção por VAI combinada com a infecção por IBF
Existem indícios suficientes de que a infecção por VAI, combinada com a infecção por IBF causa dano econômico considerável.
A proteção dos frangos de corte contra a imunossupressão induzida pelo VAI a partir da vacinação é uma ferramenta importante para aumentar a proteção nas aves reprodutoras e permitir a transmissão de anticorpos protetores à progênie.
Uma prática comum é vacinar as aves reprodutoras durante sua fase de crescimento e antes da nona semana de idade, entre as semanas 15 e 16;
É realizado um monitoramento serológico para VAI e na experiência do autor, se 100% das aves não resultam positivas, então se procede a revacinação do lote de aves reprodutoras, permitindo desenvolver boa imunidade no pintinho.
A vacinação contra IBF tem sido satisfatória em aves reprodutoras e em frangos de corte; é recomendável determinar a caracterização das cepas presentes no campo, a fim de projetar o calendário de vacinação em frangos de corte.
O tempo ideal de manutenção dos ovos no quarto frio é de 4 a 5 dias; à medida que se aumenta o tempo de manutenção, os valores serológicos protetores para o VAI diminuem Serrano et al (2017); estas descobertas são importantes porque servirão para explicar a razão de alguns pintinhos provenientes de aves reprodutoras saudáveis e vacinadas contra VAI apresentarem a enfermidade durante a fase de crescimento.
- A imunossupressão corrompe a saúde, os ganhos de peso e os rendimentos zootécnicos dos lotes de aves afetados.
- Outras doenças virais que se associam com o desenvolvimento da diminuição de linfócitos da bolsa e do timo são a enterite viral, a artrite viral (tenossinovite por reovírus), Doença de Newcastle e Doença de Marek.
- Estas observações são baseadas em lesões observadas em estudos histopatológicos de programas de produção de frangos de corte, porém, também estão respaldadas por estudos experimentais de cada doença.
- Os estudos experimentais de micotoxicose mostram que as micotoxinas que comumente são encontradas também podem causar imunossupressão.
Compreender a idade de surgimento e a gravidade da imunossupressão pode gerar informações para a aplicação de estratégias de mitigação para melhorar a saúde do sistema imunitário ( Hoerr 2017).