A nova era da produção de perus de corte
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A nova era da produção de perus de corte
O Brasil se destaca mundialmente na cadeia de produção avícola e somos reconhecidos como referência em produção e líderes em exportação. Além de garantir a segurança alimentar com forte investimento em biosseguridade, possuímos a capacidade de fornecer produtos altamente personalizados, atendendo às necessidades específicas dos consumidores ao redor do mundo.
Consequências da desabilitação do mercado Europeu (UE), um dos principais destinos da produção Brasileira, levando a um sério problema estrutural e operacional da cadeia produtiva no ano de 2017 e 2028.
Figura 1. Produção brasileira de Perus (ABPA).
Tudo que é novo traz consigo um pouco de inseguranças e incertezas, mas felizmente através da parceria firmada com a empresa integradora, afim de obtermos segurança financeira ingressamos no projeto de reativação da cadeia de produção de perus de corte.
O sistema de produção de perus é muito semelhante à produção de frangos de corte, acontecendo de forma verticalizada e permanecendo no sistema de integração (agroindústria-produtor).
A produção é realizada em duas fases distintas, por conta da característica intrínseca, comportamental e anatômica das aves, se faz necessário adequação estrutural do galpão.
A agroindústria divide o sistema em Sistema Iniciador de Perus e Sistema Terminador de Perus, divisão fundamental e elementar para a cadeia produtiva.
Sem essa divisão, seria necessário a criação de diferentes sistemas de bebedouros e comedouros no aviário de forma que atendesse a ave do momento pós-eclosão até o seu estágio adulto com mais de 20 kg.
Após o nascimento as aves são alojadas em aviários semelhantes aos de frangos de corte em termos de equipamento e estrutura.
O controle da ambiência nesta fase deve ser redobrado e as práticas de biosseguridade reforçadas, permanecendo no Sistema Iniciador por aproximadamente 30 dias.
Ao atingirem um peso que varia de 800g a 1kg, as aves encontram-se na fase de transferência, e passam do galpão Iniciador para o Terminador
A transferência das aves do sistema Iniciador para o Terminador é realizada em caminhões específicos adaptados para o sistema de transferências em gaiolas.
O tempo de permanência nos aviários terminadores irá variar de acordo com o mercado consumidor ao qual será destinado estas aves e de acordo com o sexo, e de acordo com o sexo o peso de abate, varia de 5 a 22 kg podendo ultrapassar os 140 dias de vida.
Da elaboração do projeto, construção do galpão e a montagem dos equipamentos levaram-se aproximadamente um ano e dois meses.
O núcleo de produção é composto por 2 aviários de 2400 metros quadrados, com capacidade de alojamento de 7500 aves por galpão. Um total de 3 aves por metro quadrado.
Os aviários são do tipo pressão negativa e contam com a presença de:
Garantindo assim, a segurança alimentar e o bem-estar dos animais alojados.
Os aviários ficam localizados em posição estratégica, com restrição de acesso de pessoas e veículos. Bem como localizados em distância adequada entre galpões e núcleos de produção.
Os índices zootécnicos e de desempenho que acompanhamos diariamente são praticamente os mesmos da produção de frangos de corte, com ressalvas às particularidades dos Peru de corte.
Com robustas taxas de crescimento, os perus chegam a atingir um notável ganho de peso médio diário de 190 gramas.
A alimentação dessas aves é balanceada e fornecida pela agroindústria a qual é monitorada quanto aos níveis de proteína, energia e outros nutrientes importantes para o crescimento dos perus.
A taxa de mortalidade, se mantém geralmente entre 5,5% e 6%, resultado de um sólido programa de biossegurança e boas práticas sanitárias.
Quando falamos de tempo de permanência das aves no campo e finalidade da produção, podemos dividir basicamente em aves leves (fêmeas) e pesadas (machos).
É preciso se atentar principalmente à densidade dos animais alojados e no número de comedouros e bebedouros disponíveis, pois isso implica diretamente no bem-estar dos animais, na taxa de conversão alimentar e nos desafios sanitários do lote.
Outro ponto que é bastante importante na produção de perus são os programas de luz que variam de 6 a 8 horas de escuro por dia, dependendo da linhagem genética alojada.
A produção de perus enfrenta uma série de desafios sanitários que se revelam como pontos cruciais na gestão dos processos. Os perus se revelam mais susceptíveis a doenças do que os frangos de corte, por conta do tempo do ciclo de produção.
O maior controle da produção se dá na produção das matrizes com rigoroso controle sanitário e completos programas de vacinação, mas que devem se estender por toda a cadeia de produção.
Os principais desafios sanitários enfrentados pela produção são principalmente por conta das salmoneloses e doenças respiratórias. Nos perus iniciadores, a colibacilose como oportunista tem sido um dos maiores desafios, mas que pode ser controlado principalmente com ajustes de ambiência.
É importante salientar que necrópsias de rotina são realizadas frequentes, na monitoria sanitária. Buscando mapear possíveis condenações encontradas no abatedouro.
De maneira geral, a produção de peru terminador apresenta manejo semelhante ao frango, em relação a ambiência, manejo de cama e controle de doenças. Diferindo do manejo de peru iniciador, o qual tem um controle árduo e específico das características iniciais dos animais.
Com a reativação da cadeia produtiva, através dos investimentos realizados e emprego de tecnologias, será possível otimizar e melhorar o desempenho e qualidade das aves produzidas.
Isso vai garantir a abertura de novos mercados e o destaque novamente da produção de perus no Brasil.