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Pesquisa busca alternativas para reduzir custos na alimentação de frangos caipiras

Escrito por: Priscila Beck
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Conteúdo disponível em: Español (Espanhol)

Uma pesquisa está sendo desenvolvida na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) para buscar ingredientes alternativos para alimentação de frangos caipiras. O objetivo é reduzir o alto custo da alimentação das aves, que chega a representar 70% dos custos de produção, a partir da substituição parcial do farelo de soja e milho.

A partir da pesquisa “Energia metabolizável de ingredientes alternativos para frangos de corte de crescimento lento”, a professora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Karina Márcia Ribeiro de Souza Nascimento, busca determinar a energia metabolizável da farinha de folha de moringa e polpa de bocaiuva para frangos de corte de crescimento lento.

Frangos caipiras

Segundo a pesquisadora, as linhagens de crescimento lento têm menor exigência nutricional, menor velocidade de crescimento e são mais rústicas, ou seja, suportam ambientes com desafios climáticos, como ambientes mais quentes e com maior amplitude térmica, além de instalações mais simples, sem tanta tecnologias. Segundo ela, essas são as linhagens permitidas para as criações semi-intensivas.

A professora Karina explicou ao site da UFMS que a moringa é uma planta que se adaptou muito bem ao clima local e tem alta produtividade na região, sendo estudada, principalmente, pelos benefícios à saúde humana.
“E a polpa de bocaiúva é nativa na nossa região ,e por mais que ainda seja obtida do extrativismo, tem-se perspectiva de se tornar um produto comercial, que poderá ajudar na renda familiar de pequenos produtores”, explica. “Porém, para a caracterização de ambos produtos como ingrediente que podem ser utilizados na alimentação animal, precisamos de muitos estudos ainda”, completa.

Segundo Karina, para saber se um ingrediente tem potencial de ser utilizado na alimentação animal, é preciso testar, primeiramente, se o ingrediente é bem digerido pelas aves (ensaios de metabolizabilidade). O passo seguinte é constatar se as aves têm desempenho zootécnico satisfatório a partir da verificação do peso de abate, ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar, entre outros.

Na pesquisa foram utilizados 350 pintos alojados com um dia de vida. O projeto testou a metabolizabilidade dos ingredientes em três idades diferentes.

“Vale destacar que tanto para a farinha de folha de moringa, quanto para a polpa de bocaiuva obtiveram-se, principalmente, valores próximos de energia metabolizável em relação ao milho e farelo de soja”, explica a pesquisadora. “A farinha da folha de moringa e a polpa de bocaiuva têm potencial para substituir parcialmente os ingredientes milho e farelo de soja das dietas de frangos de corte de crescimento lento”, completa.

Em função dessa potencialidade de substituição parcial do milho e farelo de soja das dietas, o custo com alimentação pode diminuir, segundo Karina, que destaca ainda que os dois ingredientes podem ser produzidos na própria propriedade do avicultor.

A cadeia produtiva tem registrado aumento do consumo de frangos caipiras. Mas ainda não há como afirmar, segundo a pesquisadora, se os benefícios da moringa e da bocaiuva são transferidos via carne de frango aos consumidores.

Manual

Por meio do edital de publicação de Cadernos da Pós-graduação (Propp/Agecom), está sendo editado o Manual Técnico de Produção de Frangos de Corte Tipo Caipira.

O Manual, que traz informações de como implantar uma criação de frango de corte tipo caipira e como criar as aves para se obter desempenho zootécnico satisfatório, está sendo desenvolvido por professores da Famez, orientandos de pós-graduação e iniciação científica da professora Karina, responsável pela publicação.

Destinado principalmente aos produtores de frangos de corte tipo caipira, o Manual também é direcionado a aqueles que têm interesse em iniciar uma criação, assim como alunos de graduação e técnicos.

Fonte: Site UFMS

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