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A Arábia Saudita, maior importadora de carne de frango do Brasil, desabilitou cinco frigoríficos da lista de exportadores brasileiros para o país árabe. Assim abre sua coluna de hoje no jornal Folha de São Paulo, o colunista Mauro Zafalon.
Ele informa que atualmente 67 frigoríficos estão habilitados a exportar para a Arábia Saudita, mas apenas 30 efetivamente o faziam. Com a desabilitação de cinco frigoríficos, apenas 25 estão a exportar para o país árabe.
O jornalista informa que entre as cinco unidades descredenciadas pelo árabes estão unidades da BRF e JBS, empresas bastante atuantes no setor. O descredenciamento teria sido comunicado ao governo brasileiro por mensagem enviada pelos árabes.
O colunista ouviu pessoas do setor de avicultura, que suspeitam que a retirada de empresas brasileiras do mercado da Arábia Saudita possa ser o começo das barreiras econômicas colocadas devido à intenção do Governo brasileiro de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, em Israel.
A Arábia Saudita ficou com 14% das exportações de carne de frango do Brasil no ano passado. A China, segunda maior importadora, ficou com 11%.
Nota da ABPA
No início da tarde a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) enviou nota à imprensa confirmando que a Arábia Saudita mantém a autorização de 25 plantas frigoríficas de carne de frango, entre 58 habilitadas para exportar ao país árabe.
“As empresas autorizadas constam em uma lista divulgada pelas autoridades sauditas”, diz a nota. “As razões informadas para a não-autorização das demais plantas habilitadas decorrem de critérios técnicos”, completa.
Segundo a ABPA, planos de ação corretiva estão em implementação para a retomada das autorizações. A entidade está em contato com o Governo Brasileiro para que, em tratativa com o Reino da Arábia Saudita, sejam solvidos os eventuais questionamentos e incluídas as demais plantas.
Câmara Árabe
Em novembro do ano passado, após o resultado do processo eleitoral brasileiro, A Câmara de Comércio Árabe Brasileira informou que pretendia trabalhar junto com o novo governo do Brasil para fortalecer as relações do País com o mundo árabe. A entidade quer apresentar ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, um estudo sobre o potencial de aumento dos negócios com a região.
Na ocasião a Câmara Árabe estimava que as exportações do País à região podem chegar a US$ 20 bilhões até 2022, ante US$ 13,6 bilhões no ano de 2017. O presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, destacou na ocasião que o mercado halal, de produtos próprios para o consumo de muçulmanos, é um nicho de enorme potencial para os exportadores brasileiros não só nas nações árabes, mas nos países islâmicos como um todo.
“Os próprios árabes querem comprar mais do Brasil porque veem o País como um grande e confiável fornecedor de produtos halal”, destacou.