Esses ganhos, além de uma maior produtividade, contribuem para tornar a avicultura cada vez mais sustentável. “Um ganho genético que represente 30 gramas a menos de ração por 1 kg de peso vivo significa, em uma operação de integração com abate semanal de 1 milhão de frangos por semana a um peso médio de 2,5 kg, uma redução de 3.900 toneladas de ração, aproximadamente 900 hectares a menos de lavoura (39% milho, 26% trigo e 35% soja) e 7 mil toneladas a menos de água (considerando a relação de 1,8 água/ração)”, salienta Souza.
Como o avanço genético e a genômica estão mudando o futuro da avicultura
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Estudos apontam que o melhoramento genético foi responsável por 85 a 90% da evolução na avicultura nas últimas décadas. Apenas 10 a 15% desses avanços é devido a melhorias na nutrição e de outros fatores como manejo, equipamentos, vacinas, controle sanitário e de biossegurança. Portanto, é inegável o papel da genética para tornar a avicultura de corte cada vez mais produtiva e sustentável.
Um dos avanços mais significativos diz respeito à conversão alimentar, que significa transformar ração em carne.
“ Em 1957 eram necessários 28,2 kg de ração para produzir 1 kg de carne de peito. Em 1977, caiu para 17 kg e, em 2005, para 9,4 kg. É um avanço fantástico ”, destaca o Vice Presidente de Pesquisa e Desenvolvimento da Aviagen nos EUA, Eduardo Souza, em evento realizado pela empresa em Portugal no mês de setembro, o Aviagen Business Conference – Latin America (ABC-LA).
Isso fica claro ao fazer uma comparação com índices registrados na década de 40, nos EUA, quando eram necessários 85 dias para o frango atingir 1,3 kg de peso vivo com conversão alimentar de 4 pontos, com os números de 2017, quando foram necessários apenas 47 dias para se ter 2,8 kg de peso vivo com conversão alimentar de 1,85.
O que buscar na evolução genética?
Na década de 60, os esforços genéticos na avicultura de corte se voltavam basicamente para o crescimento das aves. Atualmente o rol é muito mais amplo e abrange aspectos como desenvolvimento do esqueleto, funções pulmonar e cardíaca, viabilidade, ingestão de água, conversão alimentar, rendimento e qualidade de carne, saúde das pernas, aptidão reprodutiva, saúde e bem-estar animal. Além disso, a robustez e a adaptabilidade ao ambiente são componentes-chave para um programa de melhoramento genético amplo e equilibrado.
No que diz respeito à reprodução, a busca da genética é por maximizar a produção de pintinhos com qualidade, o que envolve seleção de características como produção de ovos, eclosão, fertilidade, baixa mortalidade, habitabilidade e rusticidade na produção, qualidade de penas, comportamento reprodutivo, entre outros.
“O processo de seleção genética é complexo. Quanto mais características são adicionadas à seleção, menor ganho se consegue em cada uma. A solução é modificar o objetivo do melhoramento genético de forma harmônica para melhorar todos os aspectos do frango de corte e reprodutor simultaneamente. Para atender a demanda de nossos clientes a estratégia é ter várias linhas genéticas selecionadas em diferentes condições ambientais que, quando cruzadas, produzem um frango com bom desempenho em uma grande variedade de condições comerciais”, explica Souza.
Pelo trabalho de seleção genética que vem sendo desenvolvido pela Aviagen, para 2030 a empresa projeta que será possível obter um frango de 2 kg aos 26 dias de idade, com conversão alimentar de 1,27. Espera-se que esse frango do futuro tenha 76% de rendimento de carcaça e 29% de rendimento de peito.
“Para alcançar esse resultado estamos trabalhando com equipamentos de última geração desenvolvidos para a área médica, como a tomografia computadorizada que, com muita precisão, indica a quantidade de carne que o candidato à seleção possui, além de utilizarmos também tecnologias desenvolvidas internamente como a conversão alimentar em grupo, que usa transponders em cada frango para registrar em tempo real suas refeições diárias, permitindo, assim, uma maior precisão na avaliação da conversão alimentar”, informa o VP de P&D da Aviagen.
Papel da genômica
Desde 2012, a Aviagen utiliza de marcadores genéticos de DNA para seleção de suas linhagens em um processo chamado seleção de genômica. Como parte dos investimentos constantes em P&D, a companhia passou a processar no seu laboratório na Escócia mais de dois milhões de amostras de DNA por ano.
“ A contribuição da genômica para o melhoramento genético é bastante significativa e nos permite a precisão da seleção entre 30% a 50% para as características reprodutivas e entre 10% a 20% para as características de frango. O aumento é maior em reprodutoras porque permite a seleção de características limitadas por sexo (por exemplo, machos para produção de ovos e eclodibilidade), enquanto que, para frangos, já existe uma precisão muito alta, pois há uma enorme quantidade de informações sobre o candidato à seleção (por exemplo, C.A. e rendimento usando CT), de modo que a genômica contribui com uma vantagem significativa para a precisão de seleção para características de frangos de corte ”, explica o Diretor Global de Genética da Aviagen, Santiago Avendaño.
A seleção genômica permite usar a variação natural do DNA das aves, aumentando a precisão em relação à seleção convencional. “A genômica é um componente-chave dos investimentos estratégicos em P&D da Aviagen para garantir o progresso futuro", complementa Avendaño.
“ Na Aviagen, somos apaixonados pelo que fazemos e nos orgulhamos de nosso papel em fornecer uma fonte acessível e saudável de proteína para uma população mundial em crescimento. Trabalhamos estrategicamente para melhorar a eficiência e a sustentabilidade na produção de aves, e também para garantir o suprimento constante de nossas aves com qualidade e disponibilidade para clientes em todo o mundo. E, como as necessidades dos mercados globais continuam a evoluir, oferecemos a mais ampla seleção de aves da indústria avícola para atender a uma variedade de demandas dos mercados onde atuamos ”, salienta o CEO do Grupo Aviagen, Jan Henriksen.
Mais informações acesse: http://es.aviagen.com