Primeiro webinar contou com a participação do Dr Juan Lubroth, ex-diretor e coordenador de Resistência Antimicrobiana na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)
Com o tema “Resistência Antimicrobiana e Você”, o especialista no assunto, Dr Juan Lubroth, trouxe importantes pontos para serem levados em consideração para o debate sobre redução de antibióticos na produção animal. Entre os argumentos levantados, está o fato que não é possível reduzir o uso sem uma ampla abordagem que envolve diversos setores.
“Além do uso em animais, é cada vez mais comum o uso de antimicrobianos também em plantas. Por isso precisamos levar em consideração uma abordagem integrada que envolva a vigilância de alimentos, animais, humanos, a qualidade da água e o descarte de resíduos. Todos esses fatores estão contribuindo para o aumento da resistência antimicrobiana”, explica dr. Lubroth.
O uso de antibióticos como promotores de crescimento e para prevenção de doenças tem sido amplamente discutido, já que é possível reduzir e até eliminar sua necessidade por meio de medidas de biossegurança. “O uso se tornou comum em grandes sistemas de criação, onde as condições de alojamento são propícias para a proliferação de doenças. Logo modificar a forma como o manejo é realizado e implantar boas práticas de higiene é decisivo para garantir animais saudáveis”, explica Juan.
O especialista também relata que os incentivos econômicos para o uso de antibióticos também facilitam a prescrição inadequada. Juan ainda cita o exemplo da Europa como sucesso na retirada do uso de antibióticos como promotores de crescimento em 2006, além da implementação do programa ESVAC (European Surveillance of Veterinary Consumption) que monitora o uso de medicamentos em toda a região.
“A integração deve ocorrer em nível global, com países cooperando para a produção sustentável de proteínas animais, monitorando riscos e compartilhando relatórios de vigilância. Também é preciso desenvolver um documento que traga orientações para o uso prudente de antibióticos na alimentação animal”, disse o especialista. Capacitação e treinamento para a administração de medicamentos também foram citados como forma de garantir seu uso correto.
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Todos os elos das cadeias de proteínas animais precisam avaliar os impactos de produzir da mesma forma que nos últimos 50 anos. Juan complementa que existem oportunidades para ser exploradas e pesquisas que vão trazer cada vez mais alternativas ao uso de antibióticos, como aperfeiçoamento de protocolos sanitários e desenvolvimento de novas vacinas.
Para Luciano Sá, diretor técnico regional da Biomin é necessário fomentar o debate do uso racional de antibióticos com o apoio de profissionais renomados para mostrar que a ciência está engajada em oferecer tecnologia e inovação para animais cada vez mais saudáveis e produtivos. “Esse é um momento atípico e, mais do que nunca, precisamos continuar difundindo conhecimento para o mercado, com estudos acadêmicos, pesquisas e conteúdo técnico sobre os caminhos da produção animal sustentável e segura. A Biomin realizará uma série de palestras técnicas no formato on-line, possibilitando aos participantes acesso a temas atuais e de grande importância para as cadeias de proteínas animais”, completa.