O Brasil encontra-se entre os maiores produtores e exportadores de carne de frango do mundo, o que representa um faturamento de milhões de dólares por ano.
As salmoneloses (termo usado para denominar a infecção causada por bactérias do gênero Salmonella) estão entre as principais doenças das aves comerciais, sendo sua presença relacionada a significativas perdas econômicas e produtivas. Podem acometer aves de todas as idades, são causas comuns de epidemias e estão distribuídas mundialmente. Aves portadoras de salmonelas são as principais fontes de infecção, sendo transmitida de forma vertical e horizontal (Zaninelli et al, 2018). |
Salmoneloses aviárias são doenças agudas ou crônicas e, dentre os principais agentes etiológicos envolvidos nesta enfermidade, estão:
Salmonella Pullorum,
Salmonella Gallinarum,
Salmonella Enteritides e
Salmonella Typhimurium.
Os dois primeiros agentes são importantes para à saúde das aves, enquanto os dois últimos são importantes quando se refere à saúde pública. |
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) (gov.com.br/agricultura) regulamenta ações de controle e monitoramento de salmonelas em granjas avícolas comerciais de corte e de reprodução, assim como nos estabelecimentos de abate registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), além disso, o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) também estabelece os critérios mínimos de biosseguridade a serem adotados pelas granjas para registro no serviço veterinário oficial.
A Instrução Normativa SDA nº 20, de 21 de outubro de 2016, estabelece o controle e o monitoramento de Salmonella spp. nos estabelecimentos avícolas comerciais de frangos e perus de corte e nos estabelecimentos de abate de frangos, galinhas, perus de corte e reprodução, registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), com o objetivo de reduzir a prevalência desse agente e estabelecer um nível adequado de proteção ao consumidor. |
Os plantéis avícolas de reprodução também são submetidos a um controle sanitário periódico de espécies de salmonellas de interesse de saúde pública e saúde animal. O acompanhamento sanitário dos plantéis é supervisionado pelo MAPA e atualmente o programa tem sua conduta baseada na Instrução Normativa SDA n°78, de 3 de novembro de 2003.
A Instrução Normativa MAPA nº 56, de 04 de dezembro de 2007, estabelece os procedimentos para registro, fiscalização e controle de estabelecimentos avícolas de reprodução e comerciais, definindo as medidas estruturais e de manejo para garantir a biosseguridade das granjas avícolas. |
O uso de antimicrobianos é a estratégia comum de tratamento e prevenção de doenças intestinais em aves, entretanto esta prática apresenta consequências não somente sobre patógenos mas também sobre todo o equilíbrio da microbiota intestinal. Sabe-se que a transferência horizontal de genes relacionados à resistência antimicrobiana ocorre entre população bacterianas presentes no intestino das aves, dentre elas a Salmonella spp. (Oladeinde et al. 2019), o que pode resultar em estado de disbiose intestinal.
Pesquisadoras da Universidade de São Paulo (USP) sequenciaram o genoma da bactéria Salmonella e descobriram que a maioria das 90 amostras pesquisadas apresentou resistências a diferentes classes de antibióticos. O estudo, desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), identificou 39 genes responsáveis por essa resistência (Seribelli, 2018).
Desta forma, as discussões sobre resistência microbiana aos antibióticos ocorrem, atualmente, em caráter global. Organizações internacionais, nacionais e setores públicos e privados debatem as implicações e possíveis soluções para o problema emergente (WERNLI et al., 2017). |
Estes aspectos levam, portanto, o controle da salmonelose aviária para formas alternativas de prevenção e combate.
Estudos avaliando o efeito de ativos não antibióticos vem crescendo dentro da prática veterinária, com sólidos resultados em pesquisas e a campo, com destaque aos mananoligossacarídeos (MOS), originados da parede celular da levedura Saccharomyces cerevisiae.
A BIOWALL® é a parede de levedura da YESSINERGY, oriunda da levedura Saccharomyces cerevisiae. Constituída por frações específicas de 1,3/1,6 β-glucanos e mananoligossacarídeos, é uma eficiente barreira biológica contra agentes patogênicos, como bactérias e micotoxinas.
Os 1,3/1,6 β-glucanos pertencem a um grupo de compostos fisiologicamente ativos denominados modificadores da resposta biológica, devido à sua capacidade de modular o sistema de defesa dos animais, além disso, são eficientes adsorventes de micotoxinas como a Zearalenona e Aflatoxina. |
Os mananoligossacarídeos (MOS) são carboidratos complexos, conhecidos por sua capacidade de se ligar a patógenos, como Salmonella spp., Escherichia coli, Campylobacter, entre outras (Koc et al., 2010). Desta forma, atuam bloqueando a fixação e colonização do intestino por bactérias patogênicas gram-negativas com fímbrias do tipo 1 (Fig 1), o que contribui para o estabelecimento de uma microbiota benéfica, melhorando:
a integridade intestinal,
absorção de nutrientes e
diminuindo a pressão de infecção do trato gastrointestinal do hospedeiro.
As fímbrias desempenham um papel crítico no processo inicial de colonização, pois facilitam a ligação entre o patógeno e tecidos específicos do hospedeiro. As fímbrias do tipo 1 estão associadas à maioria dos sorovares de Salmonella entérica, e desempenham papel fundamental no estabelecimento do processo infeccioso (Borowsky et al, 2009).
Por esta característica e por inúmeras comprovações de sua eficiência, os MOS tem sido utilizado como alternativa ao uso de antibióticos para promoção de crescimento e tratamento terapêutico na produção animal (Newman & Newman, 2001). |
Porém, cabe ressaltar que nem todos os mananoligossacarídeos possuem a mesma intensidade de aglutinação, esta habilidade está altamente relacionada à sua atividade biológica.
O Coeficiente de Aglutinação mede a verdadeira atividade biológica da manose em aglutinar bactérias patogênicas e sua intensidade de aglutinação, ou seja, tão importante quanto conhecer a concentração, ter informações acerca de sua capacidade de aglutinação deve ser fator decisivo em relação a tomada de decisão sobre a escolha da fonte de MOS, inclusive, em uma análise custo:benefício.
Além disso, quanto maior a taxa e a intensidade da aglutinação, mais rápido o processo de aglutinação ocorre no organismo animal. Este fator impacta diretamente na diminuição da pressão de infecção e na mitigação dos efeitos negativos da presença da Salmonella spp. no intestino das aves.
Produzida sob rigorosas medidas de controle de qualidade, a BIOWALL® apresenta excelentes índices (100%) e intensidade de aglutinação (83%) das mais variadas cepas de Salmonella spp. encontradas a campo e que constituem gande desafio à cadeia produtiva avícola (Tabela 1).
O setor avícola busca, continuamente, um rigoroso padrão de qualidade que se reflita na escolha do produto pelo consumidor e na conquista de novos mercados no país e no exterior.
A salmonelose é uma das principais enfermidades bacterianas que afetam as aves comerciais e, potencialmente, a saúde pública. A prevenção e o controle sanitário deste desafio são condições fundamentais para manter e fomentar o desenvolvimento da avicultura brasileira no mercado interno e externo.
Alternativa aos promotores de crescimento, a BIOWALL® não oferece o risco da prevalência de resíduos em carne e ovos ou promoção da resistência bacteriana. Constitui-se em uma solução eficiente, natural e sustentável contra a Salmonella spp.
Referências bibliográficas disponíveis com a autora através do e-mail [email protected]
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