A equipe da Reuters de Pequim divulgou que a China lançou hoje (18/8) uma investigação antidumping sobre as importações de carne de frango do Brasil. A iniciativa se deu após reclamação da indústria doméstica de que o país está vendendo seu produto abaixo do valor de mercado.
Setor produtivo brasileiro nega antidumping contra a carne de frango
O presidente da ABPA disse à Reuters que a indústria ainda não foi notificada sobre a investigação chinesa
O setor produtivo de carne de frango brasileiro negou hoje (18/8) a acusação da prática de antidumping feita pela China. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, informou à Agência Reuters, que o Brasil não vende carne de frango para a China abaixo dos preços do mercado.
O presidente da ABPA disse também à Reuters que a indústria ainda não foi notificada sobre a investigação chinesa. O Ministério da Agricultura informou que ainda não tem uma posição sobre o assunto.
O Brasil responde por mais de 50 por cento da oferta de produtos de carne de frango para a China, que de 2013 a 2016 se manteve como o segundo maior consumidor global do produto. O comércio do produto representa a movimentação de mais de 1 bilhão de dólares por ano.
Nesse sentido, qualquer medida para penalizar as importações seria um grande golpe para a indústria brasileira de proteínas, já abalada neste ano pelas revelações da operação Carne Fraca, que apontou um esquema de propina envolvendo fiscais sanitários e indústrias.
O Brasil substituiu os Estados Unidos como maior fornecedor de frango depois que a China adotou tarifas antidumping sobre os produtos de frango norte-americanos em 2010. A China é o 30 maior consumidor de carnes do Brasil, para onde foram enviadas 196 mil toneladas de carne de frango no primeiro semestre de 2017, 24% a menos que no mesmo período de 2016 (256 mil toneladas).
A medida vem em um momento em que a indústria da China se recupera do pior surto de gripe aviária do país em anos. O setor ainda lida com a queda da demanda.
Com informações da Reuters