BROMESOL®
O sistema de criação de recria de postura comercial vem buscando melhorar a saúde e bem-estar dos animais. As enfermidades do trato respiratório são um grande desafio para a indústria por estarem ligados a diversos fatores como:
Manejo,
Sanidade e
Ambiência.
Os quadros clínicos respiratórios podem envolver bactérias, vírus, fungos, condições ambientais e respostas vacinais (INOUE, 2020).
Quando as galinhas possuem acesso à cama, o ar poluído pode ser uma ameaça à saúde e ao bem-estar da ave. A poeira pode ser um vetor de microorganismos e toxinas, pois possuem compostos orgânicos e inorgânicos proveniente das aves, alimentos, cama e materiais de fora do galpão. Muitas partículas orgânicas podem causar reação antigênica, resultando em inflamação das áreas expostas como pulmões e sacos aéreos (DAVID et al, 2015). |
As galinhas estão expostas a fatores de estresse e doenças infecciosas que prejudicam a imunidade, diminuindo o potencial genético e produtivo da ave. A imunidade inata pode ser afetada por esses fatores desde a primeira semana de idade (HOERR, 2010).
As principais células de defesa da imunidade inata na linha de frente contra os microrganismos são os macrófagos. A modulação dos macrófagos pulmonares é importante para manter a saúde respiratória das aves e garantir melhores resultados produtivos (SMIALEK, 2011).
Entre as patologias respiratórias existentes, podemos destacar:
Laringotraqueíte;
Bronquite infecciosa;
Micoplasmose;
Coriza Infecciosa;
Metapneumovirose;
Colibacilose;
Cólera aviária;
Doença de Newcastle;
Influenza aviária.
O vírus da bronquite infecciosa causa perdas de produção em lotes de postura. Ele se replica no trato respiratório da galinha, levando a mudanças no mecanismo de defesa mucociliar e expondo as aves a infecções bacterianas secundárias. A via comum de entrada na ave é a respiratória, se disseminando para o resto dos sistemas (AMARASINGHE et al, 2017).
A porta de entrada do vírus da laringotraqueíte na galinha são as vias respiratórias e oculares, ocorrendo à replicação inicial nos seios respiratórios, laringe e trato respiratório superior com maior extensão. As lesões macroscópicas encontradas nas aves infectadas variam de acordo com a gravidade da doença, podendo apresentar rinite mucóide e traqueíte hemorrágica, exsudato nos brônquios primários, excesso de muco com ou sem exsudato no lúmen traqueal e conjuntivite (GOWTHAMAN et al, 2020).
A imunidade inata é mediada por células. Quando modulada precocemente à infecção, têm demonstrado importância na proteção contra essa doença nas aves (COPPO, HARTLEY E DEVLIN, 2013).
O controle das doenças respiratórias exige vários fatores como:
A biosseguridade para reduzir a entrada dessas doenças;
Um bom manejo para evitar condições de estresse;
A elaboração de programa de vacinação, entre outros.
A escolha de um tratamento eficaz é essencial para evitar as perdas produtivas das aves (INOUE, 2020).
Existem vários fármacos utilizados para tratar doenças respiratórias com diferentes tipos de ação, além dos antimicrobianos específicos para cada agente. Ainda temos os broncodilatadores, antitussígenos e mucolíticos, este último em uso na avicultura industrial adicionado à água de bebida ou por aspersão. Dentro desta categoria de mucolítico está a bromexina.
A bromexina é uma droga semi-sintética extraída da planta Adhatoda vasica. É responsável por aumentar a produção de muco e torná-lo mais fluido, aumentando a fração líquida do mesmo. |
Desta forma, é considerada um mucolítico expectorante, exercendo as seguintes atividades:
Ação secretora (promove a eliminação do muco, facilita a expectoração e alivia os estertores respiratórios);
Aumenta a atividade dos cílios (varredura de substâncias);
Exerce dilatação bronquial;
Ação anti-inflamatória e antioxidante (bloqueia radicais livres e reduz a liberação de histamina, relacionada aos processos inflamatórios);
Efeito anestésico local (bloqueio do canal de sódio a nível da membrana celular);
Atua na resposta imune local (aumenta macrófagos pulmonares, IgA e IgG);
Aumenta a concentração de antimicrobianos nos alvéolos pulmonares e nas secreções bronquiais.
BROMESOL®
É um mucolítico e expectorante composto por bromexina 1%. Pode ser administrado pela via oral na água de bebida ou pela via respiratória por meio de nebulização ou aspersão.
Possui rápida absorção, alcançando níveis terapêuticos entre duas a quatro horas. A eliminação ocorre via renal, em 24 horas após sua administração.
INDICAÇÕES DE USO DO BROMESOL®
Estresse calórico;
Reações vacinais;
Enfermidades respiratórias;
Terapia de apoio associada a antimicrobianos;
Substituição de desinfetantes para aliviar problemas respiratórios.
ESTRATÉGIAS DE USO DE BROMESOL®
Bromesol® é uma importante ferramenta para situações onde existam riscos de comprometimento respiratório, podendo ser infeccioso, ambiental ou associado.
Nas situações onde se faz uso de antimicrobianos, a associação com Bromesol® permitirá a chegada da droga no tecido pulmonar em maior concentração, podendo exercer de forma mais eficiente sua ação. |
Na ocorrência de enfermidades virais respiratórias, procura-se minimizar os sinais clínicos da doença, facilitando a condição respiratória das aves comprometidas.
ENSAIOS DE CAMPO
O Bromesol® foi avaliado associado a um antimicrobiano macrolídeo sobre a atividade imunomoduladora do sistema respiratório de aves. Neste estudo, 30 aves de 20 dias de idade foram divididas em três grupos:
Grupo 1 - Controle,
Grupo 2 - Bromesol® e
Grupo 3 - Bromesol® + antimicrobiano.
Todos na água de bebida, conforme as doses indicadas pelo fabricante (um litro de Bromesol® para cada 1000 litros de água de bebida + 0,25 gramas do antimicrobiano a cada 2 litros de água).
Foi observado aumento significativo do número de macrófagos nos animais tratados com Bromesol® + antimicrobiano. Dessa forma, além das funções específicas de cada medicamento (mucolítico/ secretolítico e antimicrobiano), eles podem ajudar na eliminação de agentes respiratórios infecciosos através de funções imunomoduladoras. Os produtos estudados, associados ou não, atuam como ativadores de macrófagos pulmonares.
Microfotografias histológicas (Coloração de Giemsa)
CONCLUSÃO
Os macrófagos são considerados fundamentais na regulação da resposta imune natural e específica, capazes de fagocitar partículas estranhas em um curto espaço de tempo e sendo a primeira linha de defesa contra os agentes infecciosos (MORGULIS, 2002). |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Amarasinghe, A. et al. Infectious bronchitis corona virus establishes productive infection in avian macrophages interfering with selected antimicrobial functions. Plos one, v. 12, 2017, 1-21 p.
Coppo, M. J. C., Hartley, C. A. Devlin, J. M. Immune responses to infectious laryngotracheitis virus. Developmental & Comparative Immunology, V. 41, 2013, 454-462 p.
David, B. et al. Air Quality in Alternative Housing Systems May Have an Impact on Laying Hen Welfare. Part I—Dust. Animals, v. 5, 2015, 495-511 p.
Gowthaman , V. et al . Infectious laryngotracheitis: Etiology, epidemiology, pathobiology, and advances in diagnosis and control - a comprehensive review. Vet Q, v.40, 2020, 140-161 p.
Hoer , F. J. , Clinical aspects of immunosuppression in poultry. Avian Dis, v. 54, 2010, 2-15 p.
Inoue, A. Y., Abreu, J. T., Filho, T. F. Fisiopatologia do sistema respiratório. Doença das aves, v.3, 2020, 359-396 p.
Morgulis, M. S. Imunologia aplicada. Fisiologia aviária aplicada a frangos de corte. V. 2, 2002, 241-243 p.
Smialek, M., Tykalowski, B., Koncicki, A. Local immunity of the respiratory mucosal system in chickens and turkeys. Pol J Vet Sci, v. 14, 2011, 1-7 p.
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