"A maior preocupação, é a proteção dos animais e também do alimento que chega à mesa dos brasileiros. O brasileiro é o nosso principal cliente. Afirmo mais uma vez, o Brasil não tem e nunca teve gripe aviária em seu território, e está preparado para lidar com qualquer problema que possa vir a ocorrer", frisou Santin.
Carne de frango bate recorde de exportação em 2022
Em 2022, 4,850 milhões de toneladas de carne de frango foram exportadas, um aumento de 5,6% em relação a 2021, e junto a isso, uma observação sobre a potência dos demais mercados consumidores do frango brasileiro.
Em 2022, 4,850 milhões de toneladas de carne de frango foram exportadas, um aumento de 5,6% em relação a 2021, e junto a isso, uma observação sobre a potência dos demais mercados consumidores do frango brasileiro, já que as exportações para a China, que segue sendo o maior comprador do Brasil, caíram quase 16%. As informações são da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) que apresentou hoje, em coletiva de imprensa, as projeções do setor para produção, exportações e consumo de carne de frango e de carne suína do Brasil para 2023.
Segundo as projeções da entidade, a produção brasileira de carne de frango deverá encerrar o ano de 2022 com total de até 14,500 milhões de toneladas, número que deverá superar em até 1,5% o total produzido em 2021, com 14,329 milhões de toneladas. Com este número, o Brasil supera a China e assume o segundo lugar entre os maiores produtores mundiais de carne de frango, atrás apenas dos EUA.
INFLUENZA AVIÁRIA
O ponto mais esperado da coletiva eram os apontamentos sobre a influenza aviária. Ricardo Santin, presidente da Associação, reforçou o fato do Brasil ser livre da doença, e parabenizou os controles do MAPA, secretarias de agricultura estaduais e municipais e também o controle biossanitário das empresas, que são fundamentais para esse status. A doença já atinge, mais de 40 países, entre eles grandes produtores como EUA, México, China, Espanha e Japão. A ABPA já lançou um documento com as diretrizes a serem tomadas por todos os elos da cadeia produtiva para fortalecer as medidas de biossegurança contra possíveis contaminações.
PERSPECTIVAS DO MERCADO GLOBAL DE AVES 2022/23
Segundo a ABPA, a oferta global de carne de frango será apertada, pois a maioria das indústrias tem desempenho acima do ponto de equilíbrio.
- EUA: muita preocupação com a influenza aviária, gerando uma alta demanda;
- BRASIL: continua com um comércio global forte;
- CHINA: melhora dos preços, fechamento de Wet market gerando uma queda na produção;
- UNIÃO EUROPEIA: contexto de mercado equilibrado, casos de influenza aviária mantêm a oferta baixa, custo de produção em pico.
Também foram apresentados outros mercados globais.
A ABPA também ressaltou a alta nos custos de produção, onde o custo da ração e da energia devem continuar em alta. Junto a esse aumento temos a grande preocupação global com os impactos causados pela influenza aviária, além de questões de mão-de-obra e logística que podem atrapalhar o mercado.
Para o próximo ano, é esperada uma produção de até 14,750 milhões de toneladas de carne de frango (+2% em relação à 2022), com disponibilidade interna de 9,750 (+0,5%) e consumo per capita de 45,5 quilos (+0,8%), além de exportações totais de até 5,2 milhões de toneladas (+8,5%).
“A avicultura global tem enfrentado nos últimos anos grandes desafios com relação aos altos custos de produção de alimentos e um quadro complexo de Influenza Aviária em diversas regiões do planeta. O Brasil, que é livre da enfermidade e reforçou seus protocolos de biosseguridade para preservar seu status sanitário, deverá seguir em seu papel de apoio à segurança alimentar das mais de 150 nações importadoras, além de garantir o abastecimento interno de produtos”, ressalta Santin.
PROJEÇÕES DE OVOS
Em relação a cadeia produtiva do ovo, uma queda de 5% na produção foi registrada em comparação ao ano de 2021, em 2022 foram produzidos 52 bilhões de unidades de ovos no País. O consumo também teve uma queda, uma média de 6%, passando de 257 unidades por habitante/ano em 2021 para 241 unidades em 2022. Santin associa essa queda ao fato de a cadeia produtiva de ovos ser extensa, pela alta longevidade produtiva das galinhas, o que pelo aumento dos preços dos insumos, principalmente milho e soja, levou produtores ao descarte de aves em postura mais avançada.
Apesar de 99% da produção de ovos ser distribuída internamente no país, a receita das exportações tiveram um aumento de 50%, e em volume foram exportados mais 9.043 toneladas com o principal destino sendo os Emirados Árabes. Em 2023, a produção de ovos do Brasil deverá chegar a 51,025 bilhões de unidades (-2% em relação a 2022), com consumo per capita de 235 unidades (-2,5%) e exportações de até 11 mil toneladas (+10%).
Fonte: Redação aviNews e ABPA