O referido grupo empresarial, que segundo a PF passou a atuar em colaboração espontânea com as autoridades públicas na investigação, indicou o envolvimento de ao menos 60 auditores fiscais.
Delegado Maurício Moscardi Grillo fala com a imprensa sobre a Operação Romanos – Divulgação Polícia Federal
Carne Fraca: auditores agropecuários federais no alvo
A 4ª fase da Operação Carne Fraca, deflagrada pela PF (Polícia Federal) na manhã desta terça-feira (1/10), tem como alvos […]
A 4ª fase da Operação Carne Fraca, deflagrada pela PF (Polícia Federal) na manhã desta terça-feira (1/10), tem como alvos auditores fiscais agropecuários federais em vários estados. De acordo com a PF, eles teriam cometido crimes de corrupção passiva em benefício de grupo empresarial do ramo alimentício.
“Há indicativos de que foram destinados R$ 19 milhões para os pagamentos indevidos”, disse o coordenador da operação, delegado Maurício Moscardi Grillo, em entrevista à imprensa na sede da Superintendência da PF, em Curitiba. “Os valores eram pagos em espécie, por meio do custeio de planos de saúde e até mesmo por contratos fictícios firmados com pessoas jurídicas que representavam o interesse dos fiscais”, completou.
Segundo divulgado pela PF, cerca de 280 policiais cumprem 68 mandados de busca e apreensão em nove estados desde as primeiras horas desta terça-feira. As diligências estão sendo cumpridas nos estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Divulgação PF
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Ponta Grossa, no Paraná. De acordo PF, o nome da operação, Romanos, faz referência a diversas passagens bíblicas do Livro de Romanos que tratam de confissão e Justiça.
Carne Fraca – Nota do Mapa
Sobre a 4ª Fase da Operação Carne Fraca, desencadeada hoje (1°) pela PF, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) informa que:
- Como frisou a autoridade policial, a Operação Romanos diz respeito a desdobramentos de investigações relativas a fatos ocorridos até 2017.
- As informações sobre os servidores alvos dessa etapa da operação foram enviadas hoje ao Mapa, que já tomou e continuará tomando todas as providências e sanções legais cabíveis. Desde a primeira fase da Operação, o Mapa acompanha as investigações, colabora com as autoridades policiais e judiciárias, agindo sempre em defesa da probidade do serviço público.
- O ministério reafirma a plena confiança em sua área de fiscalização agropecuária, já reestruturada, e entende que essa situação é uma exceção à regra e não compromete a efetiva atuação de seus 2.500 fiscais. Este governo vem fazendo e continuará fazendo a modernização e o aperfeiçoamento do sistema.
Nota da ABPA
Com relação à 4° fase da Operação Carne Fraca, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) reitera a posição setorial pela correta investigação e esclarecimento dos fatos pretéritos.
A operação ressalta a postura do setor, que passou a investir em vigorosos programas de compliance e conformidade.
Com isto, a cadeia produtiva de proteína animal reforça seu compromisso com os consumidores e importadores do Brasil e do mundo pela transparência e pela preservação da qualidade dos produtos.
Nota da BRF
A BRF também emitiu uma nota oficial afirmando que “nenhum de seus escritórios ou instalações, ou de seus administradores foi alvo, nesta data, de medidas de busca e apreensão no âmbito dessa operação e suas atividades seguem em plena normalidade”.
Em consonância com comunicados ao mercado anteriores, a BRF tem colaborado com as autoridades para o esclarecimento dos fatos apurados nas investigações conduzidas pela Polícia Federal e Ministério Público. A BRF reitera o compromisso de sua administração com a adoção de um sistema eficaz, eficiente e integrado de compliance, que continue assegurando a conformidade de sua atuação com as normas vigentes.
Com informações da EBC, PF, Mapa, ABPA e BRF