07 jan 2022

Casca de ovo é matéria-prima para nova geração de preenchedores dérmicos

O preenchimento dérmico é um procedimento amplamente utilizado para corrigir rugas, cicatrizes ou sulcos na pele. A técnica, que tem […]

O preenchimento dérmico é um procedimento amplamente utilizado para corrigir rugas, cicatrizes ou sulcos na pele. A técnica, que tem um mercado global estimado em US$ 9,4 bilhões até 2028, consiste na aplicação de injeções de ácido hialurônico na região a ser tratada.

Uma inovação desenvolvida pela startup brasileira BioSmart Nano ajudará a colocar nesse mercado um produto que deverá abrir caminho para a próxima geração de preenchedores dérmicos.

Por meio de um projeto apoiado pelo PIPE (Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas), da FAPESP, a startup desenvolveu um processo de extração de ácido hialurônico de alta pureza a partir da casca de ovo.

A matéria-prima deverá ser utilizada na produção de um novo gel preenchedor. Para isso, a empresa brasileira também desenvolveu, com parceiros dos setores público e privado do Canadá, um novo processo de estabilização do ácido hialurônico a partir de um componente inovador.

De acordo com Hélida Barud, CEO da BioSmart Nano, o novo processo de estabilização permite dar à formulação do gel um maior tempo de permanência no tecido com um grau de viscosidade ideal – um ajuste de importância crucial para os preenchedores dérmicos.

“O preenchedor é um gel e, se escorrer excessivamente, não produz a sustentação adequada. Mas, se a viscosidade for muito alta, ele não passa pela agulha e não tem aplicabilidade”, explica Barud.

A BioSmart Nano foi fundada em Araraquara, no interior de São Paulo, em 2016, e a partir de 2018 teve diversos projetos aprovados no programa PIPE-FAPESP, incluindo o de desenvolvimento da tecnologia relacionada ao ácido hialurônico, visto que não existem empresas brasileiras que produzam o ácido.

Continue após a publicidade.

casca de ovo preenchedores dérmicos“No caso desse projeto, a fase 1 do PIPE, em 2018, e atualmente a fase 2 foram dedicadas a desenvolver a rota de extração da matéria-prima por uma via inovadora, com o aproveitamento de casca de ovos. A tecnologia, iniciada em outubro de 2020, também está focada na obtenção de um produto diferenciado, em conjunto com os parceiros canadenses”, diz.

Para fazer a extração do composto a partir de uma matéria-prima como a casca de ovo é preciso descalcificá-la e, para isso, pelo método convencional, seria preciso utilizar muitos ácidos em um processo que envolve diversos solventes, que depois são removidos para que não fiquem resíduos no ácido hialurônico. Esses resíduos, porém, podem se tornar um problema ambiental.

“Conseguimos fazer isso com solventes mais orgânicos, que não são tão agressivos e não produzem tantos resíduos que possam agredir o meio ambiente. Com esse novo método de extração, trabalhamos em uma rota ‘verde’ para obter o ácido hialurônico”, avalia Barud.

Segundo Barud, o projeto tem o objetivo de formular um novo gel preenchedor com base no ácido hialurônico extraído da casca de ovo e estabilizado por um componente inovador patenteado pela empresa canadense Coesys, também parceira no projeto.

“Essa empresa canadense patenteou um biopolímero degradável que pode ser utilizado para o reparo ósseo e tecidual, que funciona como uma espécie de ‘cola para ossos’. A ideia é incorporar esse biopolímero em nossa produção de ácido hialurônico, a fim de estabilizar o gel e obter uma formulação diferenciada para a produção de um preenchedor dérmico de nova geração, que proporcione maior sustentação ao tecido, melhores propriedades de biotoxicidade e evite inflamações locais“, explica Barud.

A pesquisadora estima que, quando o projeto chegar à fase de validação e regulamentação, os custos aumentarão exponencialmente. “Avaliamos que gastaremos cerca de R$ 500 mil só com o processo de regulamentação junto à Anvisa. Por isso, embora a verba da FAPESP tenha sido vital para iniciar o projeto e consolidar a parte científica, teremos que seguir adiante buscando novos caminhos e também aportes de investidores“, avalia Barud.

 

Fonte: Agência FAPESP

Autor: Fábio de Castro


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