Em 2022, a demanda da China por carne de frango deverá crescer à medida que a proteína se torna mais competitiva em relação à carne suína. A informação consta do último relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), divulgado nesta segunda-feira (2/8).
Segundo o documento, o setor de food service e as tendências de “alimentação saudável” também impulsionarão a demanda por carne de frango. Os restaurantes de conveniência e fast food que servem produtos de frango em cidades menos desenvolvidas devem crescer em 2022, enquanto nas cidades mais desenvolvidas cresce a percepção dos consumidores de que a carne de frango é uma opção “mais saudável”.
Outro ponto destacado no relatório refere-se à permanência da compra de frango pré-cozido ou totalmente cozido para consumo doméstico, que apresentou crescimento durante a pandemia de COVID-19. Segundo o levantamento do USDA, na China, a carne de frango processada é responsável por quase 15% do consumo total de frango.
“Essa categoria se expandiu durante a pandemia COVID-19, à medida que os setores de serviços de alimentação e varejo se ajustaram à demanda do consumidor por entrega rápida e conveniente em casa”, destaca o documento.
Atualmente, três categorias dominam os produtos processados de frango da China:
- pré-cozidos, temperados com molhos ou especiarias – mais de 70% do total de frango processado;
- produtos em conserva ou maturados (como salsichas) e
- aquecidos como fritos, assados ou pré-cortados para saladas.
Importações de carne de frango
Segundo o relatório do USDA, as importações de carne de frango pela China devem aumentar 3%, para 930 mil toneladas em 2022. Já para este ano de 2021, a previsão é de que os volumes importados pelo país asiático apresentem queda, principalmente comparado aos níveis “excepcionalmente elevados de 2020”.
Enquanto a previsão de queda nas importações de 2021 se deve a interrupções nos embarques internacionais e preços mais baixos da carne de frango no mercado interno, para 2022 devem influenciar o aumento das importações o fato de as mesmas continuarem sendo competitivas ante a produção doméstica, os preços da carne suína estarem aumentando e a demanda do consumidor doméstico em ascensão.
Fontes relatam que mesmo com as quedas nos preços domésticos, o preço da carne de frango importada está entre 20% a 50% mais baixo do que os da carne avícola doméstica. Nos últimos anos, as importações de carne de frango do Brasil, Tailândia, Rússia e Argentina permaneceram fortes mesmo com o aumento dos embarques nos EUA.
Em 2022, os problemas portuários e marítimos internacionais causados pela pandemia COVID-19 deverão melhorar, segundo o relatório do USDA. Em 2020 e 2021, a falta de espaço para carga de navios e a escassez de contêineres refrigerados para produtos resfriados e congelados causaram interrupções na cadeia de suprimentos em larga escala.
Além disso, os importadores de produtos da cadeia de frio parecem ter se ajustado aos requisitos de teste e desinfecção COVID-19 da China, observando que o processo se tornou mais suave e menos demorado.
Fonte: USDA