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Cobb: por que o ambiente controlado não é habitual na América do Sul?

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Cobb ambiente controlado

Conteúdo disponível em: Español (Espanhol)

Para suportar melhor os desafios, novas tecnologias vêm surgindo em vários setores e na criação de frangos de corte isso não é diferente. Administrar melhor parâmetros como temperatura, umidade, qualidade e velocidade do ar, iluminação etc. é de extrema utilidade para extrair o máximo potencial genético da ave disponível. Hoje, com os aviários de ambiente controlado isso é perfeitamente possível, tendo em vista sua alta capacidade de captação, armazenamento e controle das grandezas envolvidas no controle ambiental.

Com essas grandes vantagens pode-se pensar que é decisão fácil instalar um aviário com maior concentração tecnológica, porém, na prática não é isso o que se observa. A avicultura sul-americana, em sua grande maioria, inda é constituída de aviários com baixo, ou nenhum controle ambiental e essa realidade trazida para o Brasil não é muito diferente.

Os motivos para que isso ocorra são vários e, nesse artigo, quero citar alguns deles e tentar ajudar os produtores e empresas sobre quais devem ser os pontos a serem considerados na hora de instalar um novo projeto.

Desconfiança: Sim! Ainda há profissionais / empresários que não acreditam que o aviário de ambiente controlado é uma opção viável para sua região. E as justificativas são as mais variadas: clima, relação custo-benefício, riscos de ocorrências etc.

É importante deixar claro que todos os ambientes do mundo abrigam galpões de pressão negativa e, em todas as partes, são obtidos melhores resultados com boas ventagens de custo.

Nem sempre é um cálculo fácil de se fazer, porém, se não estão sendo observadas vantagens com a instalação do aviário de ambiente controlado, é possível que nem todas as variáveis do processo estejam sendo observadas, ou que estejamos subestimando a real capacidade da estrutura (abordaremos isso mais adiante).

Custo: É claro que um projeto estrutural e tecnologicamente mais robusto é mais caro. E na grande maioria das vezes esse dinheiro será disponibilizado pelo próprio produtor, que deve ter uma relação saudável com a empresa integradora para que se sinta seguro para investir um montante maior de capital, em uma estrutura que será paga a médio / longo prazo.

Mais que um maior volume de capital investido, esse montante vem de financiamentos, onde garantias serão exigidas com concomitantes riscos inerentes a uma operação desse porte. Em resumo, a decisão deve ser muito consciente, considerando que “há muito a perder” por ambas as partes (empresa / produtor) se algo der errado.

Equipamentos disponíveis: Quando comparamos aviários de ambiente controlado na maioria das regiões da América do Sul, com outros similares na América do Norte e Europa, percebemos uma grande distância entre modelos disponíveis e seus custos. Além disso, especialmente no Brasil, devido à alta tributação e burocracia , é muito complicado para as empresas investidoras e fornecedoras de tecnologia trazer o que há de mais moderno no controle ambiental. Somado a isso, estamos num mercado relativamente desinformado sobre essa realidade e que não demanda novidades aos fornecedores de equipamentos.

Portanto, nesse ponto, quase sempre estamos um ou dois passos atrás, gerando perdas em competitividade e adaptabilidade no projeto. Se temos menor oferta de equipamentos, perdemos em um ou outro ponto que poderia ajudar no projeto do aviário ideal.

Erros de projeto: Esse problema é relativamente comum e talvez um dos mais graves. Quando se tem um projeto desproporcional aos desafios da região e às demandas da ave moderna, os resultados não serão satisfatórios. Inclusive, não é raro ver aviários com altos níveis de investimento, com piores resultados que aviários convencionais. E é importante deixar muito claro que isso não é mérito para os aviários mais simples, mas um demérito para aviários com maior nível de investimento.

As razões para esses erros são, na grande maioria das vezes, pela tentativa de economizar no projeto retirando componentes, estruturas ou equipamentos que fariam a diferença para o bom andamento dos lotes. O grande problema não está no erro, mas sim no desconhecimento do erro.

No caso de um projeto que não é o ideal, mas se pensa que é o máximo, e isso não gera os números esperados, pode-se entender que a tecnologia não traz benefícios, gerando a “incredulidade” já mencionada.

Erros na condução: Esse ponto geralmente caminha junto com o anterior. E quando isso ocorre, as consequências são ainda mais complicadas. Porém, é possível observar bons projetos que não obtém resultados satisfatórios. Isso se dá por desconhecimento da maneira correta de conduzir o lote e interpretar os dados gerados por ele.

O desconhecimento sobre a correta condução dos conceitos de ventilação (mínima, transição e túnel), assim como das temperaturas ideais e limites de umidade relativa, são os erros mais comuns encontrados e, fatalmente, se chocam com as expectativas de obter os melhores resultados com granjas de ambiente controlado.

É importante ter claro que esses pontos não são encontrados de maneira isolada. Na grande maioria das empresas onde não se investe em granjas de pressão negativa, ao menos três ou quatro pontos dos citados acima são encontrados. Deve-se considerar que um ou dois são inerentes à atividade e, sim, sempre serão obstáculos que devem ser enfrentados com estudo e foco na correta tomada de decisão, desde o início do projeto à condução do manejo no galpão.

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