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Como melhorar os índices produtivos das codornas

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A codorna deve chegar ao início de postura com a carcaça formada e com peso acima dos 160 gramas. Para que isso ocorra, são necessários cuidados especiais desde o início da recria.

Fase de produção

As codornas têm dificuldade para fazer a reposição de cálcio nos ossos durante seu período de produção, o que evidencia ainda mais a necessidade de aguardar a completa formação da carcaça para atingir melhores resultados e, também, mostra o quanto a nutrição na recria é importante.

Recria

O início da recria requer cuidados e tem manejo complicado devido à necessidade de temperaturas mais altas, entre 34oC e 36oC. Uma desatenção nessa fase pode resultar em perdas sensíveis no desenvolvimento das codornas, prejudicando o ganho de peso, formação da carcaça e a uniformidade.

A vida produtiva das codornas japonesas é influenciada pelo manejo, nutrição e período de luz na recria, determinando a viabilidade e longevidade produtiva da ave.

Um dos problemas mais comuns nessa fase é o excesso de calor, que causa desidratação, apatia, redução no consumo de ração e amontoamento, podendo levar a taxas elevadas de mortalidade. Outro problema seria o frio. Quando sentem frio, tendem a se amontoar buscando aquecimento e, nessas situações, algumas codornas ficam impedidas de sair para se alimentar e beber água, o que gera desuniformidade e pode também levar a altas taxas de mortalidade. Após esse período crítico, entre 3 a 5 dias de vida, é preciso reduzir gradativamente a temperatura, preparando a codorna para retirar completamente a fonte de calor, o que deve ocorrer entre 10 e 15 dias de vida. Nas épocas mais frias do ano pode ser necessário fornecimento de calor à noite, até o 15º dia de vida, mesmo a codorna já estando empenada.

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Luminosidade

A luminosidade é outro fator que deve ser controlado. Nos primeiros dias são fornecidas 24 horas diárias. Após 15 dias de vida, reduz-se gradativamente a luz fornecida, visando atrasar a maturidade sexual das codornas, até atingir 13 horas de luz por dia no 21° dia. Mantém-se assim até o início da produção de ovos.

Para recrias realizadas no chão, com estruturas de alvenaria, recomenda-se:

aves

Em algumas regiões pode ser que sejam necessários períodos de luz de até 18 horas, dependendo do clima (calor) e da necessidade de ampliar o consumo de ração, sendo o período noturno mais fresco e, portanto, mais propício para estimular o consumo. Esse complemento de luz (de 16 para 18 horas) pode ser adicionado ao final do dia, no início do dia, ou em um intervalo noturno (neste caso apenas 1 hora).

Ajuste do bico

Outro ponto importante é a data e a qualidade do ajuste de bico. É um procedimento delicado e de custo elevado, porém é muito eficiente para reduzir problemas de prolapso, desuniformidade e pico de produção. O primeiro ajuste de bico (aos 10 dias de vida) pode ser mais suave, o segundo e mais severo próximo aos 30 dias. Esses procedimentos melhoram o ganho de peso e o empenamento para o primeiro ajuste de bico, sendo que o segundo ajuste de bico é importante para um consumo mais homogêneo da ração (garante o consumo da dieta balanceada), as aves “ciscam” menos e, consequentemente, reduzem o desperdício de ração, além de evitar a bicagem da cloaca.

É importante que a pessoa que realiza o ajuste de bico tenha conhecimento para tal, pois se exagerar pode “abrir o bico da ave” e se o corte for menor que o necessário, o bico volta a crescer e pode trazer problemas. Em galpões climatizados, com sistema dark house e iluminação controlada, com baixa luminosidade, o ajuste de bico torna-se opcional, pois a codorna fica mais calma e a diferença de mortalidade e produção torna-se bem menor, quando compararmos com lotes que sofreram ajuste de bico.

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Densidade durante a recria

Outro fator importante e que pode influenciar a formação da carcaça da codorna é a densidade utilizada na recria. Quando está acima da recomendada, as codornas têm seu desenvolvimento prejudicado e a uniformidade do lote fica comprometida. Além de respeitar a área em cm² recomendada pela linhagem, é importante observar qual a medida de comedouro disponível por codorna alojada e também o número de bebedouros (nipple) disponíveis para as codornas. O comedouro deve oferecer, no mínimo, 1,4 cm por codorna e, para cada 20 codornas, deve possuir no mínimo 1 nipple.

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Transferência para o galpão de postura

Com o controle da luminosidade, manejo adequado na recria, nutrição de qualidade, as aves vão se desenvolver de forma adequada e podem ser transferidas para postura entre 37 e 40 dias, antes do início da postura, que ocorrerá por volta dos 42 a 45 dias de vida. A data da transferência precisa de uma margem de segurança, que impeça o transporte de codornas já em postura, evitando que ocorra postura interna, quebra de ovos no oviduto além de lesões no ovário que podem prejudicar o início de produção das codornas e até mesmo a viabilidade

A transferência exige muitos cuidados, o manuseio das aves deve ser realizado de forma suave e evitando causar lesões na aves:

No galpão de postura, é necessário verificar a pressão e vazão do bebedouro e o acesso a ração no comedouro, pois em algumas situações as codornas podem ter dificuldade para beber água ou comer, o que deve ser rapidamente observado e corrigido. É extremamente importante que os galpões tenham apenas uma idade de aves e que se utilize o sistema “todos dentro todos fora” (all in all out). Não existe limpeza e desinfecção bem feitos, se dentro do galpão ainda restarem aves de outro lote. O processo adequado de limpeza e desinfecção quebra o ciclo de bactérias e vírus patogênicos presentes no galpão e diminui o desafio da codorna, tornando a tarefa de se adaptar ao novo ambiente mais fácil.

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Conclusões

Um lote de codorna que inicia a postura com as aves abaixo do peso adequado, sem completar o desenvolvimento da carcaça e/ou com baixa uniformidade, terá maior mortalidade no início de produção e terá uma vida produtiva menor, quando comparada com um lote que atenda essas exigências.

A principal causa de mortalidade no início do ciclo produtivo está relacionada ao prolapso e a causa do prolapso está diretamente relacionada ao peso corporal da codorna e sua carcaça. Outro fator importante na questão do prolapso é o ajuste de bico, quando tem maior luminosidade, para que as codornas não fiquem bicando a cloaca umas das outras.

Em luminosidades maiores, ou com luz natural, isso ocorre porque logo após a postura, devido à coloração avermelhada da cloaca e seu movimento de contração para retornar à forma original (piscando), as outras codornas, por curiosidade, bicam a cloaca levando a formação de edema e dificultando o retorno a forma normal, ficando exposta a bicagens consecutivas, aumentando o edema e ocasionando o prolapso no momento da postura do próximo ovo.

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O alto índice de crescimento do mercado de codornas nos últimos anos e a demanda por ovos fizeram os coturnicultores investirem em granjas com estruturas caras e modernas. E, para honrar os compromissos financeiros assumidos, além da dificuldade de se encontrar mão de obra qualificada, os granjeiros e técnicos deixaram de lado algumas ações de manejo que são extremamente importantes para atingir altos níveis produtivos. Como as instalações eram novas e os investimentos não paravam de acontecer, sempre alojando novos galpões, isso mascarava o problema que estava por vir.

Porém, o setor deve repensar a maneira de olhar para o manejo da granja, priorizando o manejo sanitário e o bem-estar das aves, que devem ter suas necessidades atendidas para que consigam expressar todo seu potencial genético.

codornas

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