
04 jul 2025
Compostagem de cama de codorna – PARTE I
Os fertilizantes químicos são substâncias utilizadas na produção agrícola para nutir o solo, entretanto, podem ocasionar ciclos viciosos de uso, […]
Os fertilizantes químicos são substâncias utilizadas na produção agrícola para nutir o solo, entretanto, podem ocasionar ciclos viciosos de uso, como por exemplo, os do tipo NPK, que dependendo de suas fontes de nitrogênio, fósforo e potássio, podem ser mais acidificantes e resultarem na perda gradual de nutrientes, favorecendo a um solo pouco produtivo, exigindo, uma quantidade maior de fertilizante nas próximas plantações, além disso, também podem eliminar os microrganismos presentes no solo por alterações bruscas no pH, dificultando o crecimento das plantas, bem como, quando utilizados de forma excessiva, podem causar à contaminação dos lençóis freáticos e intoxicação dos seres humanos.
Todavia, há outras alternativas de nutrição das plantações, por meio da compostagem, um processo físico-químico, na qual é feita a conversão de resíduos, como os provenientes da coturnicultura, em biofertilzantes naturais, através da colonização de biomassa por microrganismos fermentadores, o que se faz possível, reciclar resíduos orgânicos como a cama de codorna, excreta, ovos inadequados para o consumo e até mesmo, as carcaças, diminuindo o descarte nos aterros sanitários e aumentando a vida útil dos mesmos.
Assim como, aumenta a qualidade do solo, melhorando sua estrutura, capacidade de retenção de água e biodiversidade microbiana, em razão de ser rico em nutrientes essenciais, em destaque o nitrogênio e o carbono. Além de evitar que a decomposição natural desses resíduos elimine gases, como o metano, oriundos de microrganismos anaeróbicos, para a atmosfera, não corroborando com o aquecimento global.
Sendo assim, para o desenvolvimento de fertilizante orgânico, através de compostagem, deve-se iniciar o processo, que pode levar de 3 a 6 meses para se tornar o produto final, com a coleta frequente das camas de codornas, que devem ser armazenadas em um local ao ar livre, bem drenado e tenha sombra para evitar o excesso de calor e umidade.

Além disso, os resíduos da coturnicultura devem ser misturados com materiais marrons, como folhas secas, palha, papel ou serragem, visto que é necessário que a relação de carbono por nitrogênio (C/N) seja de até 30/1, para que ocorra uma fermentação adequada da biomassa, precisando alternar ambos os tipos de materiais em camadas, em uma pilha de cerca de 1 metro de altura, e hidratar para manter a umidade. Após 2 a 4 semanas também deve haver movimento do conteúdo na composteira com auxílio de uma pá, com o objetivo de aerar os resíduos, acelerando a decomposição, reidratando de tempos em tempos. Ainda é fundamental de se levar em consideração que esse mecanismo, só ocorre em temperaturas entre 60-70°C, demandando um controle térmico rigoroso, para que os microrganismos patogênicos sejam suprimidos e não haja disseminação destes.
Compostar a cama de codorna é uma maneira ecológica de lidar com os resíduos gerados na produção de ovos. A cama, que é rica em nutrientes, pode ser transformada em um composto valioso. Esse processo não só reduz a quantidade de resíduos e a poluição, mas também melhora a qualidade do solo, diminuindo a necessidade de fertilizantes químicos, que têm um impacto negativo no meio ambiente, quando utilizada de forma descuidada.
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Na próxima semana, veremos mais vantagens do uso de resíduos de codornas como compostagem!
Referências sob consulta junto ao autor.
Autor correspondente: [email protected]
Autoria: Caroline de Jesus Gomes; Danniel Victor de Andrade Araújo; Edlaine Beatriz Faustino de Faria; Flávia Stehling Trajano de Meneses; Gabriel Costa Porphirio; Júlia Maria Magalhães de Lima; Livia Santos Fraga; Melina Cabanillas Moreira; Melyssa Angelina Lopes Pereira; Lorena Salim de Sousa