Os fertilizantes químicos são substâncias utilizadas na produção agrícola para nutir o solo, entretanto, podem ocasionar ciclos viciosos de uso, como por exemplo, os do tipo NPK, que dependendo de suas fontes de nitrogênio, fósforo e potássio, podem ser mais acidificantes e resultarem na perda gradual de nutrientes, favorecendo a um solo pouco produtivo, exigindo, uma quantidade maior de fertilizante nas próximas plantações, além disso, também podem eliminar os microrganismos presentes no solo por alterações bruscas no pH, dificultando o crecimento das plantas, bem como, quando utilizados de forma excessiva, podem causar à contaminação dos lençóis freáticos e intoxicação dos seres humanos.
Todavia, há outras alternativas de nutrição das plantações, por meio da compostagem, um processo físico-químico, na qual é feita a conversão de resíduos, como os provenientes da coturnicultura, em biofertilzantes naturais, através da colonização de biomassa por microrganismos fermentadores, o que se faz possível, reciclar resíduos orgânicos como a cama de codorna, excreta, ovos inadequados para o consumo e até mesmo, as carcaças, diminuindo o descarte nos aterros sanitários e aumentando a vida útil dos mesmos.
Assim como, aumenta a qualidade do solo, melhorando sua estrutura, capacidade de retenção de água e biodiversidade microbiana, em razão de ser rico em nutrientes essenciais, em destaque o nitrogênio e o carbono. Além de evitar que a decomposição natural desses resíduos elimine gases, como o metano, oriundos de microrganismos anaeróbicos, para a atmosfera, não corroborando com o aquecimento global.
Sendo assim, para o desenvolvimento de fertilizante orgânico, através de compostagem, deve-se iniciar o processo, que pode levar de 3 a 6 meses para se tornar o produto final, com a coleta frequente das camas de codornas, que devem ser armazenadas em um local ao ar livre, bem drenado e tenha sombra para evitar o excesso de calor e umidade.
Além disso, os resíduos da coturnicultura devem ser misturados com materiais marrons, como folhas secas, palha, papel ou serragem, visto que é necessário que a relação de carbono por nitrogênio (C/N) seja de até 30/1, para que ocorra uma fermentação adequada da biomassa, precisando alternar ambos os tipos de materiais em camadas, em uma pilha de cerca de 1 metro de altura, e hidratar para manter a umidade. Após 2 a 4 semanas também deve haver movimento do conteúdo na composteira com auxílio de uma pá, com o objetivo de aerar os resíduos, acelerando a decomposição, reidratando de tempos em tempos. Ainda é fundamental de se levar em consideração que esse mecanismo, só ocorre em temperaturas entre 60-70°C, demandando um controle térmico rigoroso, para que os microrganismos patogênicos sejam suprimidos e não haja disseminação destes.
Compostar a cama de codorna é uma maneira ecológica de lidar com os resíduos gerados na produção de ovos. A cama, que é rica em nutrientes, pode ser transformada em um composto valioso. Esse processo não só reduz a quantidade de resíduos e a poluição, mas também melhora a qualidade do solo, diminuindo a necessidade de fertilizantes químicos, que têm um impacto negativo no meio ambiente, quando utilizada de forma descuidada.
Na próxima semana, veremos mais vantagens do uso de resíduos de codornas como compostagem!
Referências sob consulta junto ao autor.
Autor correspondente: lorenassalim@hotmail.com
Autoria: Caroline de Jesus Gomes; Danniel Victor de Andrade Araújo; Edlaine Beatriz Faustino de Faria; Flávia Stehling Trajano de Meneses; Gabriel Costa Porphirio; Júlia Maria Magalhães de Lima; Livia Santos Fraga; Melina Cabanillas Moreira; Melyssa Angelina Lopes Pereira; Lorena Salim de Sousa