Para ler mais conteúdo de Junho 2019
O Congresso de Ovos da APA (Associação Paulista de Avicultura) encerrou sua 17a edição no último dia 28/3, consolidando-se como o maior evento técnico da avicultura de postura no Brasil.
O evento contou com mais de 750 inscritos e o público manteve lotado, na maior parte do tempo, o auditório onde aconteceram as mais de 30 palestras sobre os temas de maior interesse do setor.
Segundo o médico veterinário e diretor técnico da APA, José Roberto Bottura, o sucesso de público se deve ao trabalho sério da equipe organizadora do evento, cujo objetivo principal é levar conhecimento ao setor.
“Eu aprendi com um mestre da avicultura brasileira, chamado José Maria Lamas, que quando organizamos um congresso para o setor, temos que colocar 70% de temas que as pessoas querem ouvir e 30% daquilo que elas precisam ouvir para crescer”, explicou Bottura à aviNews Brasil. “E eu acho que a nossa comissão organizadora e toda a equipe que se dedicou para a concretização desse evento está de parabéns, porque está conseguindo manter esse viés de um congresso mais técnico, com conteúdo de qualidade”, completou.
“Temos que ter cuidados extremos na produção para que o ovo tenha qualidade e seja barato, assim como temos que estar atentos com os processos que existem entre nós e o consumidor final, como transporte e ponto de venda”, salientou.
Pozzer também chamou a atenção para o status sanitário. “Precisamos fazer o básico e, por isso, evidencio o nosso convênio com o governo do estado, que ajuda os profissionais da Secretaria da Agricultura a resolver os problemas do dia a dia e o setor a manter o status sanitário que é fundamental para a continuidade da nossa atividade“, completou.
Ricardo Santim, que diretor executivo da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) e presidente do Conselho Administrativo do IOB (Instituto Ovos Brasil), utilizou uma frase de Albert Einstein para destacar a importância do Congresso de Ovos: “Tudo aquilo que o homem ignora não existe para ele. Por isso o universo de cada um se resume ao tamanho de seu saber“.
Santin destacou que o consumo per capita de ovos no Brasil já chegou a 212 ovos/ano e que o alojamento de poedeiras começou a cair. “Houve excesso de alojamento lá atrás e agora começa a se regularizar; tivemos preços absurdos no passado, mas temos que ter atenção ao cenário“, apontou Santin aos produtores. “Continuemos a acreditar nessa proteína; ovo é bom, faz bem, vamos continuar investindo“, completou.
A palestra magistral ficou por conta do consultor Marcos Fava Neves, que abordou o tema Marketing no agronegócio com foco no ovo. Ele apontou as projeções para o setor da avicultura de postura nos próximos dez anos, que segundo ele “tanto na questão da oferta, como demanda e exportações são positivas“.
Neves destacou o estudo “Outlook Fiesp 2028 – Projeções para o Agronegócio Brasileiro“, que aponta que o Brasil, que em 2017 produziu 109,7 milhões de caixas de 30 dúzias de ovos, deverá passar a uma produção de 159,5 milhões de caixas de 30 dúzias em 2028. Trata-se de um crescimento de 44% na produção brasileira de ovos.
O consultor apontou a importância de o setor explorar melhor as embalagens de ovos, incluindo nas mesmas atributos que agregam valor ao produto, como certificados de bem-estar animal. Destacou ainda a necessidade de o setor trabalhar os pontos de venda, dar visibilidade ao produto, atender aos nichos de consumo e atentar ao uso do Big Data.
“Há muito mercado para conquistar em termos de volume, temos que construir margem via eficiência das cadeias produtivas integradas de ovos, com o objetivo de criar, capturar e compartilhar valor”, resumiu Neves.
Laringotraqueíte, Salmonella, ambiência, bem-estar animal e estratégias para aumentar a comercialização do ovo foram parte da pauta do evento, que aconteceu de 26 e 28 de março, em Ribeirão Preto (SP). Em 2020, o Congresso de Ovos da APA completa 18 anos, atingindo a maioridade, e segundo Bottura deverá ser mantido no mesmo local.
“É difícil você encontrar uma cidade que tenha a infraestrutura que tem Ribeirão Preto, próximo à capital do estado, com aeroporto, provida de várias rodovias de acesso vindas de Minas Gerais, Goiás, Paraná e que tenha um local como esse, onde você possa fazer as exposições e promover o congraçamento entre os produtores”, destacou o diretor técnico da APA. “A avicultura de postura precisa desse espaço de convivência e troca de experiências, porque isso proporciona que a classe trabalhe mais unida”, comcluiu.
Entre os presentes no evento estiveram representantes das maiores empresas produtoras de ovos de Bastos (SP), Santa Maria do Jetibá (ES), além de empresas do Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás entre outros estados.
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