“A ave no Brasil já foi de uma casuística maior. Atualmente é bem menor o quantitativo de casos que são devidos a produtos avícolas, como ovos ou a carne de frango”, afirma Dália dos Prazeres Rodrigues. “Muitos fatores contribuíram para isso, como o comportamento da população e seus hábitos alimentares, mas a postura da indústria foi importante”, diz a pesquisadora.
Controle de salmoneloses nunca cessa, diz pesquisadora da Fiocruz
Segundo Dália, a prevenção das Salmonellas Aviárias se dá através de monitorias em granjas de corte e postura e ainda é a melhor forma de assegurar um produto final de alta qualidade.
O controle de salmoneloses é um trabalho que nunca cessa. A afirmação é da chefe do Laboratório de Enterobactérias da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Dália dos Prazeres Rodrigues, que foi uma das palestrantes do Simpósio sobre Salmonella e Listeria, realizado nesta manhã (30/8) durante o SIAVS 2017.
Já faz tempo que a carne de frango e o ovo deixaram de ser os “vilões” causadores de Salmonella no Brasil. O tamanho e o alto nível de desenvolvimento da avicultura brasileira, sua projeção internacional – que obriga a indústria a atender não somente a legislação nacional, mas as exigências específicas de cada mercado comprador – permitiram a criação de mecanismos efetivos de controle do patógeno, tirando os produtos avícolas do topo da lista de veículos de transmissão desse tipo de infecção no País.
Levantamento recentemente realizado pela Fiocruz, aponta o ovo como o quinto elemento de maior prevalência para a infecção humana por salmonela no Brasil. Entre 1990 e 2010, o ovo aparecia como a segunda causa de maior prevalência.
Segundo Dália, a prevenção das Salmonellas Aviárias se dá através de monitorias em granjas de corte e postura e ainda é a melhor forma de assegurar um produto final de alta qualidade. “Esse trabalho preventivo é bem rigoroso e muito bem executado. A indústria avícola melhorou muito e tem trabalhado com zelo para tentar minimizar o problema”, afirma a pesquisadora. “Isso é claramente perceptível nos esforços empreendidos para controlar, reduzir a frequência e dificultar a presença do patógenos nas granjas, assim como na utilização de métodos de controle de risco e de detecção da bactéria nas unidades de abate”, afirma.
Em que pese a evolução no trabalho de prevenção e controle de Salmonellas Aviárias empreendido pelas empresas avícolas nos últimos 15 anos, a pesquisadora do Fiocruz enfatiza que esse é uma tarefa contínua.
“O controle de salmoneloses é um desafio que nunca cessa. O trabalho desenvolvido pela indústria avícola evoluiu acentuadamente, mas infelizmente não basta. A vigilância tem que ser permanente e as técnicas têm que ser constantemente aperfeiçoadas. É importante que a indústria avícola continue trabalhando e que cada vez mais busque soluções para minimizar o problema”, afirma Dália.