18 dez 2017

Custos de produção de frangos de corte voltam a subir em novembro

Segundo analista de socioeconomia da Embrapa Suínos e Aves, Ari Jarbas Sandi, as variações podem, de alguma forma, influenciar o grau de competitividade das organizações agroindustriais.

Os custos de produção mensais de suínos e de frangos de corte calculados pela Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa (CIAS) tiveram alta em novembro. O ICPFrango/Embrapa encerrou o 11º mês de ano com elevação um pouco menor, de 0,73%, mas suficiente para inflacionar os custos de produção, chegando aos 184,51 pontos.

Com o aumento nos ICPs, o custo de produção de frango de corte no Paraná passou de R$ 2,37 para R$ 2,38 por quilo vivo em novembro.

Segundo o analista de socioeconomia da Embrapa Suínos e Aves, Ari Jarbas Sandi, as variações obtidas nos índices de custos de produção são reflexo das relações entre as quantidades de insumos e fatores utilizados na produção de frangos e de suínos com os respectivos coeficientes zootécnicos e preços de mercado, e podem, de alguma forma, influenciar o grau de competitividade das organizações agroindustriais.

“O termo ‘competitividade’ tem sido muito utilizado pelas organizações públicas e privadas atuantes em cadeias produtivas longas, como as de produção de carnes de frango e de suínos, que requerem, além de competência técnica e de gestão, políticas capazes de minimizar desajustes administrativos, ambientais, jurídicos e comerciais para garantir o adequado abastecimento da cadeia de suprimentos de bens de consumo”, diz.

Por que relacionar competitividade com os Índices de Custos de Produção de novembro 2017? Porque o elo de produção primária em ambas as cadeias produtivas depende da quantidade, dos preços, da produção e do mercado de insumos e fatores de produção chave como, por exemplo, mão de obra qualificada (afetada pelos níveis salariais pagos aos trabalhadores), infraestrutura de construções e equipamentos ajustada para que os animais expressem o seu melhor desempenho produtivo (afetado pelo potencial genético dos animais associado ao fornecimento de rações balanceadas e de alta qualidade e ao manejo e à ambiência dos galpões de produção), energia elétrica (de preferência acessível, abundante e econômica), substratos para a calefação dos ambientes produtivos (lenha, cavaco de lenha, briquete, GLP),  substratos para acomodar e proporcionar bem estar aos animais (palha, cepilho, maravalha e serragem de madeira), veículos de transporte adequados à exigências de bem estar de cada espécie e insumos de uso veterinário de qualidade”, explica o analista, mostrando que esses fatores e insumos de produção são afetados diretamente pela competitividade das empresas e das organizações adjacentes.

O ICPSuíno em novembro foi influenciado pelo acréscimo no preço de mercado dos insumos que constituem as rações (nutrição), especialmente o milho. “Este cereal teve o preço aumentado em 3,06% em relação ao mês anterior. O farelo de soja também aumentou consideravelmente em Santa Catarina, passando de R$ 1.170 por tonelada em outubro para R$ 1.200 por tonelada em novembro. Um acréscimo de 2,56%”, diz Sandi. Como resultado do aumento nos preços destes insumos, o ICPSuíno/Embrapa se aproxima do resultado obtido em fevereiro de 2017, quando chegou a 201,40 pontos percentuais.

Já para o ICPFrango/Embrapa esse aumento foi mais comedido. “O ICPFrango é calculado a partir dos resultados de custos de produção para aviário tipo climatizado em pressão positiva no Paraná, estado que mais produz carne de frango no Brasil, com 4,11 milhões de toneladas e também um grande produtor de milho, que somadas a primeira e segunda safra 2016/2017, chega-se a 17,838 milhões de toneladas, mantendo a segunda posição no ranking nacional. Ao traçar um paralelo com a produção catarinense de milho, cujos preços de mercado são utilizados para calcular o ICPSuíno para a produção de suínos em sistema tipo ciclo completo, a produção paranaense supera em 446,64% a produção catarinense”, continua o analista da Embrapa.

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O Paraná fornece milho suficiente para abastecer as cadeias produtivas de frangos de corte e de suínos e, se não bastasse isto, o setor produtivo destas carnes ocupa posição estratégica na geografia paranaense. Se o Paraná precisar de grãos além do que produz, para fornecer às cadeias produtivas das carnes citadas, ele está próximo do Mato Grosso do Sul, terceiro maior produtor nacional de milho e logisticamente muito mais próximo das indústrias de rações situadas no Paraná do que aquelas situadas em Santa Catarina. Além disso, o Paraná faz fronteira com outros dois países igualmente estratégicos para o fornecimento de insumos à produção, o Paraguai e a Argentina”, diz Sandi.

“Para escoar a produção de carnes produzidas nas regiões Sudoeste, Oeste e Norte, as agroindústrias paranaenses têm acesso a duas rodovias federais e uma ferrovia importantíssimas que acessam o mercado externo através do porto de Paranaguá, e três rodovias federais que acessam o maior consumidor de carnes do mercado interno, o estado de São Paulo”, explica.

Apesar de mais um mês de aumento, os custos de produção ainda acumulam queda no ano. O ICP/Frango está em -12,44% e o ICP/Suíno em -9,38%.

Com informações da Assessoria de Imprensa da Embrapa

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