Declaração de Iguaçu marca encerramento de Fórum Internacional sobre Influenza Aviária da FAO
11 set 2025
Declaração de Iguaçu marca encerramento de Fórum Internacional sobre Influenza Aviária da FAO
A aviNews Brasil é o único veículo de comunicação a realizar a cobertura presencial do Fórum Internacional, trazendo informações sobe os discursos e debates diretamente de Foz do Iguaçu. A cobertura, viabilizada a partir do apoio da MSD Saúde Animal, pode ser acompanhada no site, redes sociais e no Canal agriNews Play Brasil no youtube.
O último dia do Fórum Internacional da FAO sobre Influenza Aviária, em Foz do Iguaçu, foi concluído com a assinatura da Declaração de Iguaçu, um chamado à ação global para prevenir e controlar a enfermidade. A sessão da tarde, intitulada Ações para Implementação, reuniu especialistas de diferentes continentes para transformar em compromissos práticos as discussões conduzidas ao longo de três dias.
- Logo após os grupos de trabalho, Konrad Estrada, do USDA-APHIS, conduziu a sistematização das propostas em torno de quatro eixos centrais, sendo detecção precoce, resposta rápida, biosseguridade e vacinação. Estrada destacou a necessidade de criar incentivos à notificação imediata de casos, ampliar a capacidade laboratorial com redes descentralizadas, integrar dados epidemiológicos e assegurar fundos de emergência para resposta a surtos.
“Precisamos reduzir substancial e sustentavelmente os impactos da Influenza Aviária Altamente Patogênica, protegendo sistemas agroalimentares, ecossistemas e a saúde animal e humana”, afirmou.
Entre os pontos mais debatidos estiveram a harmonização de normas de vacinação, a criação de padrões internacionais para monitoramento pós-vacinal e a importância de integrar espécies silvestres na vigilância. Houve consenso de que, sem engajamento do setor privado, será impossível garantir financiamento, inovação em biosseguridade e planos de continuidade de negócios.
Na parte interativa, os participantes responderam à enquete que perguntou qual deveria ser a prioridade global para o controle da HPAI. Biosseguridade ao longo das cadeias de valor foi a opção mais votada, superando vacinação, parcerias público-privadas e ampliação da vigilância.
- O ponto alto da tarde foi a apresentação da Declaração de Iguaçu, conduzida por Madhur Dhingra, da FAO. O documento conclama governos a incorporarem, até 2026, a estratégia global de dez anos em seus planos nacionais, prevendo recursos específicos e mecanismos de coordenação multissetorial.
Também aponta responsabilidades ao setor privado – como investir em pesquisa de vacinas, diagnóstico e biosseguridade – e às instituições financeiras internacionais, para tratarem a prevenção da influenza aviária como um bem público global.
O caráter histórico do documento foi reforçado pelo fato de ser a primeira Declaração Internacional dessa natureza adotada fora da sede da FAO, com a presença de representantes de mais de 30 países.
Em suas palavras finais, Montserrat Arroyo, vice-diretora-geral da WOAH, ressaltou que “o fator humano é o mais importante, tudo depende de confiança, colaboração real e construção de relacionamentos”.
Já Thanawat Tiensin, diretor da Divisão de Produção e Saúde Animal da FAO, lembrou que as decisões sobre vacinação seguem desafiadoras por envolver comércio internacional, mas defendeu que a troca de experiências entre continentes fortalece respostas conjuntas.
O encerramento coube a Carlos Goulart, Secretário de Defesa Agropecuária do MAPA, que destacou a contribuição brasileira.
“O sucesso do controle da Influenza Aviária no Brasil é possível graças à forte integração entre produtores, indústria, ciência e governo. Eventos como este são fundamentais para avançarmos em soluções conjuntas e custo-efetivas”.
Com a adoção da Declaração de Iguaçu, o Fórum se despediu em tom de mobilização. Ficou estabelecido que os compromissos assumidos deverão ser traduzidos em planos regionais e ações mensuráveis, acompanhados anualmente para garantir transparência e resultados concretos.
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