24 jul 2025
Doenças respiratórias viraram rotina nas granjas e precisam ser tratadas como tal, diz Caron
"O que falta é atitude e estrutura para reagir com velocidade”, completou, reforçando que o diagnóstico precoce já está ao alcance das equipes técnicas.
O diagnóstico rápido de doenças respiratórias já está disponível, mas a resposta do setor ainda é reativa. A avaliação foi feita pelo professor Luiz Felipe Caron, da UFPR (Universidade Federal do Paraná), durante o 11º Encontro Avícola e Empresarial Unifrango, ao defender que enfermidades como Bronquite Infecciosa, Doença de Newcastle e Laringotraqueíte deixaram de ser eventos excepcionais e passaram a compor a rotina sanitária das granjas.
“A gente ainda trata essas doenças respiratórias como se fossem surpresa, mas elas já fazem parte do nosso dia a dia”, salientou Caron. “O que falta é atitude e estrutura para reagir com velocidade”, completou, reforçando que o diagnóstico precoce já está ao alcance das equipes técnicas.
Ao abordar casos recentes vivenciados no campo, o professor relatou que surtos de Laringotraqueíte só foram contidos com perdas menores porque houve mobilização rápida, comunicação aberta entre vizinhos e colaboração entre empresas. Para ele, o modelo de enfrentamento às doenças respiratórias precisa ser revisto com base em três pilares: dados, colaboração e atitude.
Caron ressaltou que a resposta a emergências sanitárias precisa ser estruturada com antecedência. “Trabalhar só na emergência é atuar como brigadista de incêndio o tempo todo. A gente precisa de plano, de prevenção e de ação coordenada entre todas as empresas da região”, disse.
“O que não se negocia é a vida do lote. Se não temos gente boa, vamos buscar tecnologia. Se temos dados, temos que transformar em decisão. E se já sabemos quais são os gatilhos, precisamos agir com proatividade”, disse.
Carregando tom de provocação, Caron destacou que continuar apagando incêndios é caro e pouco efetivo, enquanto agir com antecedência custa menos e entrega mais resultado. “A reatividade custa caro. A proatividade custa um pouco mais, só que é muito mais barato”, resumiu.
Ao final da apresentação, o professor convidou as lideranças presentes a reavaliarem a estrutura das respostas sanitárias. Segundo ele, a regionalização dos problemas exige soluções integradas e contínuas, com foco em prevenção.
“Temos que parar de querer contar uma história depois que tudo acabou. Se for para contar, que seja uma história de reação rápida e resultado concreto.