07 ago 2025
Elanco alerta: bem-estar animal será critério para exportação de ovos
O alerta partiu de Deyse Galles, Diretora Comercial de Monogástricos da Elanco, durante o II Seminário Hy-Line White para América Latina.
Em um mercado de ovos cada vez mais voltado à exportação, práticas de bem-estar animal deixarão de ser diferencial competitivo para se tornarem condição básica de acesso.
O alerta partiu de Deyse Galles, Diretora Comercial de Monogástricos da Elanco, durante o II Seminário Hy-Line White para América Latina. “Isso é o divisor de águas entre o mundo que exporta e o que fica de fora”, disse ela, ao explicar que o bem-estar animal se tornou uma exigência de auditorias internacionais e da própria percepção do consumidor global.
Segundo ela, a postura comercial entra agora na rota globalizada das proteínas, com exigências comparáveis às que já se aplicam à carne de frango, bovina e suína.
“O consumidor vai determinar o que permanece e o que sai. Não basta fazer. É preciso fazer e registrar”, afirmou, ao defender que os sistemas produtivos estejam permanentemente auditáveis, com evidências técnicas de boas práticas.
A líder de vacinas avícolas para LACAN da Elanco, Dra. Priscilla Koerich, reforçou a importância de associar biosseguridade, imunidade e prevenção desde os primeiros dias de vida da ave. Ela chamou a atenção para a gravidade da salmonelose como problema de saúde pública — ainda hoje associada a mais de 600 milhões de casos e 420 mil mortes por ano, segundo a OMS — e alertou para a negligência com a contaminação horizontal.
“Muitos ainda se preocupam apenas com a Salmonella Gallinarum. Mas há risco real de salmonelas zoonoticas na casca do ovo, quando há falhas no manejo e na imunização”, explicou. Priscilla defendeu o uso de vacinas vivas aplicadas precocemente pela água, capazes de induzir resposta imune local e sistêmica.
“Essa vacina inibe a colonização em 24 horas e ativa a produção de IgA secretora em 14 dia. Age na mucosa intestinal e reprodutiva, simulando a infecção natural do campo, mas sem os riscos sanitários”, detalhou.
Além da sanidade e do bem-estar, Deyse também enfatizou a urgência de adequação regulatória e de visão estratégica. “Não existe sistema sustentável se ele não for lucrativo. Não existe verde no vermelho”, afirmou.
Para ela, o Brasil tem potencial para dobrar a produção de ovos nos próximos anos e se consolidar entre os maiores exportadores mundiais — mas esse avanço dependerá de gestão de risco, preparo prévio e estrutura regulatória compatível com os padrões internacionais.
“A exportação não se faz do dia para a noite. É preciso estar pronto quando a oportunidade vier”, resumiu Deyse.
O II Seminário Hy-Line White para América Latina ocorre pela primeira vez no Brasil, reunindo mais de 300 participantes do Brasil e América Latina, com foco técnico em genética, nutrição, manejo, sanidade e inteligência de mercado.