As enfermidades avícolas observadas ao redor do mundo mudam constantemente nos diferentes continentes, países e regiões. Muitas delas dependem das condições de biosseguridade, dos programas de vacinação, presença de aves migratórias e movimentos globais de pessoas, entre outros muitos fatores.
Esta é a primeira parte de uma série de dois artigos, onde será feito um breve resumo das enfermidades encontradas com maior frequência por veterinários, produtores e o próprio autor nas reprodutoras pesadas em lotes de várias regiões produtoras de frango de corte do mundo.
Mycoplasma synoviae (MS)
Muitas vezes se apresenta como uma infecção silenciosa, na qual os lotes de reprodutoras podem seroconverter (aparecer positivas em testes sorológicos) em MS sem apresentar sinais da doença, nem observar-se impacto negativo sobre seu rendimento (que pode ser algo difícil de medir).
Há algumas razões possíveis que poderiam explicar a reemergência do MS:
Problemas respiratórios secundários (especialmente em broilers).
Um efeito relativamente novo observado nos ovos, conhecido como anomalias do vértice do ovo (do inglês, Eggshell Apex Abnormalities – EAA), ou a conicidade do vértice (Top Coning), que ocorre com maior frequência em poedeiras comerciais, mas também se tem visto em reprodutoras pesadas (Figura 1).
Coccidiose
Esta doença é observada com maior frequência devido às práticas inadequadas de manejo que
Vírus da Doença de Newcastle Velogenica & Viscerotrópica (VVND)
Em aves não vacinadas e expostas a estes vírus, a morbidade e mortalidade podem chegar a 90-100%, similar a surtos de influenza aviária altamente patógena (do inglês, highly pathogenic avian influenza, ou HPAI).
Normalmente os programas de vacinação incluem combinações de vacinas vivas e inativadas para conseguir altos valores de proteção. Vacinas de baixa qualidade, práticas deficientes de vacinação e/ou administração de quantidade insuficiente de vacinas, podem resultar em níveis de anticorpos incapazes de proteger as aves contra a morbidade, mortalidade e queda da postura.
Se as aves não estão suficientemente protegidas, é comum uma ligeira queda da postura (5 – 15%) e leve aumento da mortalidade (0,5 – 1%).
Entre os sinais típicos da doença observa-se:
Torcicolo (pescoço torcido, especialmente durante a recria – Figura 2)
Hemorragias Petequiais na traqueia, proventrículo, intestinos, amígdalas cecais e algumas vezes, o cérebro.
Aumento súbito nos valores de vírus da Doença de Newcastle.
Também podem ser observadas alterações na qualidade da casca, com afinamento e cor esbranquiçada (notório nos ovos marrons) geralmente depois da queda da postura.
Histomoníase (Doença da cabeça negra)
A razão pela qual esta enfermidade se tornou um problema é que, na maioria dos locais, todos os produtos terapêuticos, ou preventivos, foram oficialmente retirados do mercado.
Nos Estados Unidos a maioria dos galpões têm piso de terra e, muitas vezes, reutiliza-se a cama, o que torna difícil conseguir uma limpeza e desinfecção completas para controlar os portadores do protozoário Histomonas meleagridis, que é o causador da doença (Figura 3).
A melhor forma de prevenir, ou controlar a doença da cabeça negra é através de uma completa e eficaz limpeza e desinfecção dos galpões. Em alguns casos, recomenda-se aplicar sal no piso, ou tratamentos como o hipocloreto de sódio.
A doença da cabeça negra foi vista em alguns galpões a partir dos 13 dias. Desta forma, os tratamentos iniciais e frequentes contra parasitas internos (nemátodos) é uma forma muito eficaz para controlar a enfermidade. Isto implica administrar tratamentos até 4-5 vezes antes do início da postura e o uso de mais de um produto antiparasitário. A administração de tratamentos durante mais de um dia também parece colaborar para que todas as aves recebam a dose efetiva do produto desparasitador.
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