

Para ler mais conteúdo de aviNews Brasil 4T 2022
A indústria avícola no Brasil cresceu constantemente com o passar dos anos, mostrando resultados promissores de um setor que investe em tecnologia e inovação para, assim, obter resultados que caracterizam a produção no país; uma produção em larga escala com ciclo rápido, custos menores e qualidade para exportar para diversos países (Rodrigues et al., 2014).
Segundo dados do Serviço de Inspeção Federal (SIF), no ano de 2020 foram abatidas no país mais de 5 bilhões de aves, sendo que 69% de toda esta produção fica para o mercado interno, para consumo da população (ABPA, 2021), demonstrando a importância desta proteína na alimentação dos brasileiros.
A colibacilose é a causa número um de morbidade e mortalidade em frangos, resultando:
Esta doença é causada pela bactéria Escherichia coli patogênica para aves (APEC); é uma Escherichia coli (E. coli) classificada como extra intestinal (ExPEC) que causa diversas infecções, locais e sistêmicas, nas aves incluindo frangos, perus, patos e outras espécies de aves (MOULIN et al., 1999). |
As infecções mais comuns causadas por APEC encontradas em frangos são aerossaculites, celulites, salpingites, onfalites, peri-hepatites, osteomielites, artrites, entre outras (DZIVA et al., 2008; NAKAZATO, 2009).
A temperatura de crescimento ideal para as APEC é de 37ºC, podendo ter um bom crescimento no intervalo de 18ºC a 44ºC (ROCHA, 2017). Existem diferentes cepas de E. coli, que são divididas de acordo com os diferentes sinais clínicos e síndromes que causam, sendo essas:
A APEC pode atuar como agente primário ou secundário nas infecções, afetando diferentes órgãos e causando diferentes quadros nas aves (GUASTALLI; SOARES, 2011).
Quando há infecções por vírus, por exemplo, como o da Bronquite Infecciosa ou Newcastle, ocorre à destruição das barreiras físicas do trato respiratório superior das aves, o que contribui para infecção por APEC de forma secundária. Amônia e poeira na produção também contribuem para esta infecção (ROCHA, 2017). |
A infecção nas aves geralmente ocorre pela comida e água contaminadas e pode ser espalhada para outras aves através de aerossóis, secreções ou por rota oro-fecal (GUABIRABA et al., 2015), podendo também ser transmitida verticalmente de matrizes aos ovos (DZIVA, 2008) e estes embriões nos ovos podem apresentar septicemia e crescimento deficiente, caso sobreviva, nos primeiros dias de vida da ave (SILVA, 2015).
A mortalidade nos animais varia conforme fatores como:
Não há classificação exata para afirmar quais genes de virulência específicos tem de estar presentes na E. coli para ser classificada como APEC, contudo, em um estudo de Johnson e colaboradores (2008) observouse que cinco genes (iss, iroN, iutA, hlyF e ompT) eram detectados em APEC com alta patogenicidade em aves, estabelecendo, assim, preditores mínimos para uma APEC, sendo seguido por diversos autores e estudos atuais.
Em experimentos feitos atualmente tem-se relatado a APEC como um potencial patógeno zoonótico de origem alimentar, como também fonte ou reservatório de infecções extra intestinais em humanos (LIU et al., 2018; TIVENDALE et al., 2010; MEENA et al., 2020; JORGESEN et al., 2019; ZHUGE et al., 2020) devido a similaridade genética existente entre plasmídeos de ExPEC humano (UPEC e NMEC) com plasmídeos ColV (pAPEC- 078-ColV, pAPEC-O2-ColV, pAPEC-O1, p1ColV5155), que são essenciais para APEC se adaptar às aves; também estão presentes em humanos (JORGESEN et al., 2019). |
Para evitar grandes perdas com doenças, um meio de reduzir os danos causados é a administração de antimicrobianos, porém, essa administração causa pressão seletiva na população bacteriana, levando a eliminação de cepas susceptíveis e a multiplicação exponencial de cepas resistentes com este genótipo (KLEIN; FRANZ, 2005).
Referências bibliográficas sob consulta junto aos autores.